Alguns anos atrás li algo sobre “homens vitrine”, um tipo que sai de casa nos fins de semana todo paramentado, sejam gays ou heteros com o intuito de massagear seus egos já inflados, que na verdade camuflam um “loser” de carteirinha. Um tipo que é desejado, mas esta sempre sozinho.
Homens assim são como aquela bolsa Louis Vuitton que a menina compra no camelô. Linda, invejável, mas falsificada. O modelo original seria muito caro pra suas parcas posses. Mas mesmo assim ela aceita passar a noite com um cara assim, que tira a camisa no meio da balada e expõe seu abdômen trincado, seu peitoral bem construído em horas de academia, tempo esse que ele deixou de ler, de se informar, de saber que o mundo não é apenas uma esteira, alteres e espelhos onde ele se exibe para si mesmo se achando o Maximo.
Esse cara leva a garota pra casa e em cinco minutos resolve o sexo que para ele foi fenomenal. Afinal de contas o que importa não é a satisfação de uma parceira, e sim o fato dele ter se “dado” a ela naquela noite. Passado o frison, ele vai embora e na semana seguinte começa tudo de novo com outra pretendente qualquer que acha que desfilar com um cara esteticamente perfeito é o apogeu da sua vida.
Inverta a situação e terá o mesmo fim. Mulheres “gostosas”, malhadas, deusas do desejo de 5 em cada 5 homens. Aquela mulher de capa de revista que todo cara queria pegar. O sonho de consumo do macho. Essa mulher não quer o cara comum, aquele que usa óculos e tem uma leve barriguinha. Ela também quer o saradão, por que afinal ela malha tanto, se cuida e passa fome pra que? Para desfilar com qualquer um? Não, ela quer o carrão, o cara de topete bem armado, o tipo acima descrito. Sabe o lider do time de futebol americano, o quarterback e a chefe de torcida? Lindos, populares, e vazios.
O gay quer o tipo musculoso, bem vestido, com um bom corte de cabelo, aquela “vitrine” pop, Cult que sabe de todas as paradas e está antenado no que o ultimo grito da moda está vendendo. Esse tipo é o mesmo la de cima também. O cara que não olha para um outro rapaz comum por que acha que ele é muita maionese pra um sanduichinho tão micho. Procura os de identidade igual, o tipo que sobe nos queijos das boates e dança sem camisa. Uma picanha desejada e que ninguém prova, por que no fim da noite vai pra casa sem ninguém, afinal de contas, quem está a sua altura?
Assim se constrói o mercado da “azaração” de hoje. Homens e mulheres tão bonitos e artificiais que acabam vivendo dentro de um circulo fútil, onde os “normais” são considerados fora dos padrões e vistos como ralé.
Mas garanto que se você pegar a “mariazinha” ali do almoxarifado e perguntar aonde ela vai aos fins de semana, terá a resposta que talvez essas beldades não entendam. Ela vai ao forro, ao pagode, a boate mais barata e la encontra os caras comuns, aqueles que o físico não está trabalhado na academia, porque o cara trampa demais e não tem tempo, e nem quer gastar dinheiro com isso. Prefere investir num futuro, no estudo ou na sua casa própria. Esse cara leva a guria pra casa e faz dela a mulher mais feliz e satisfeita do mundo, por que não precisa provar nada pra ninguém. Não precisa a cada posição, conferir no espelho se o seu tríceps está fotografando bem. Esse tipo comum é feliz, e propaga a felicidade pro outros. E garanto, na manhã seguinte manda uma mensagem, mesmo que não role namoro depois disso.
Quando os flashs se voltam demais para um tipo, tenha certeza que ele é uma bexiga de gás flutuante. Quando murcha não sobra nada. Ser bonito é uma dádiva da natureza, um presente da genética que Deus lhe deu, mas usá-la como arma de sedução pode ser um tiro pela culatra, por que esses indivíduos que se acham tão bons, tão a ultima bolacha do pacote se esquecem que essa ultima bolacha é sempre aquela a qual ninguém quis, ou a que está avariada, amassada, e por isso desprezada.
É preciso tomar cuidado para não ser uma nata de leite superficial. Cansei de ver pessoas assim, em todos os meios. Casados, solteiros, heteros, gays. Tanto homens, quanto mulheres.
Borá olhar para o meninos ou meninas comuns. Garanto que têm muito mais a oferecer. Alem do humor a certeza de um carinho e atenção que um “Adônis” ou uma “Vênus” jamais lhe darão.
Boa semana a todos.
5 comentários:
Belo texto! O que te deu para escrever um texto assim no domingo? Dia que geralmente tira folga do blog? rsrs
É isso mesmo. Eu faço parte das pessoas comuns, bem comuns. Então me cuido, mas minha mente tá sempre ativa, porque sei que quando envelhecer, o que vai sobrar é que está dentro, é o que penso, as conclusões que cheguei... Aliás isso é a unica coisa que melhora com a idade, o que tiramos de nossas experiências.
Beijocas
E quem é loser e não é vitrine, comofas? Hahaha.
Sei lá, acho que isso de trabalhar o corpo é meio relativo, e não é sinônimo de touperice total, sabe. Cada um sabe por que caminho vai... e realmente existe gente covarde que é talhada E inteligente E simpática. Malditos hauahauahua.
Agora caráter são outros 500...
Abração Rafa!
Bom, pra começar, não tenho o costume de olhar vitrines, apenas algumas específicas e por pouco tempo, me enjoam.
E sim, gente como a gente, passa um tempo só (com nós mesmos), mas quando está junto sabe que é de verdade.
Beijo, Rafa!
O que foi que falaram para você heim!
Abre seu coração.
hahahah
O que eu prezo nas pessoas é a inteligência, o caráter e o bom humor. Se tais pessoas não são lindas fisicamente como as beldades da mídia, sinceramente não me importo, porque o que me vale é seu coração. Se a beleza lhes foi generosa, sorte a delas.
Mas eu realmente nunca olhei para o exterior e nem para a conta bancária de ninguém. Olho para o coração, o olhar transparente e o sorriso sincero.
Adorei o texto, meninão!
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