PRECISAMOS FALAR SOBRE MÔNICA MARTELLI

Assisti a estreia de “ Homens são de Marte...e é para la que eu vou”, com um elenco muito bom, encabeçado por Mônica Martelli. Segundo consta, uma adaptação para o cinema da peça homônima estrelada por ela mesma no teatro. Assim como fez seu companheiro de cena e amigo, Paulo Gustavo, que obviamente também está no filme.

Mônica é a típica quarentona deste século que permanece jovem fisicamente ( aparece linda em cena) com um corpo sensacional, que deixa muita cocotinha (esse termo é desconhecido das novas gerações) com inveja negra. Beijinho no ombro pra ela. Mas...por mais que o tempo evolua, que as mulheres envelheçam mais tarde, que se cuidem, que tenham uma aparência jovial até beirar os 60 anos, a cronologia da fêmea ainda continua sendo a mesma desde Eva. Os óvulos se estinguem e a mulher perde a capacidade reprodutiva. Por isso Mônica, com sua personagem Fernanda, expõe a dura batalha da mulher moderna em se arranjar com um bom homem, e quem sabe, gerar um filho. Nesta busca incessante ela nos provoca risos soltos e despretensiosos.

Mônica Martelli não é a melhor atriz do mundo, e nem precisa. Cumpre muito bem seu papel no filme e posso arriscar dizer que sua comédia romântica se equivale as de Sandra Bullock, Jennifer Lopes, Julia Roberts, e outras do gênero. A produção não deixa a desejar. Alias, a comédia é um nicho do cinema nacional explorado a exaustão nos últimos tempos. Vale lembrar que nem todo mundo acerta. No caso de Marcelo Serrado, o fracasso do seu Crô, atirado nas telas sem que houvesse um mínimo de bom senso no roteiro o fadou, na minha opinião, como o pior de todos os tempos. Já Leandro Hassum repete a mesma gritaria, com os bracinhos nervosos de um tiranossauro Rex em filmes que se parecem, mas com nomes diferentes.

Mônica escolheu para acompanha-la em cena como pretendentes a marido, galãs globais da geração anos 90: Humbert Martins, Eduardo Moscovis, Marcos Palmeiras e Herson Capri. O único sangue novo e quentinho é de José Loreto, que como não precisa dizer, interpreta o menino burro, musculoso, que é usado como objeto sexual. Há também o ator alemão Peter Ketnath, que protagoniza talvez a sequencia mais engraçada de todo o filme.

Os degraus de Mônica Martelli em 60% da história estão entre Danielle Valente e Paulo Gustavo. Não posso chamar de elenco de apoio, por que fazem parte da história, mas posso afirmar que eles em cena são sim o apoio de Mônica, com suas ausências talvez o roteiro ficasse empobrecido. A que se falar então de Paulo Gustavo.

Nos últimos dois anos a mídia descobriu o talento desse cara. Talento ele tem, só está faltando um pouco de criatividade. Paulo Gustavo em todos os personagens parece Dona Hermínia, o famoso rojão que lhe ascendeu o estrelato e reconhecimento nacional. Ele é bom, mas o personagem gay histérico que fala o que vem a cabeça nasceu lá trás em Divã, é exageradamente marcado em 220 V ( seu programa no Multshow) e não morre, o fazendo parecer repetitivo, mesmo usando peruca ridícula que o incomoda o tempo todo, visivelmente. Mas ele não estraga o filme, de forma alguma. As melhores tiradas são dele, e a impressão que fica é de que ele ajudou uma amiga a bombar seu filme.

Homens são de Marte...e é para lá que eu vou, é um ótimo entretenimento para todas as idades. O ingresso caríssimo para o meio de semana de R$ 25,00 ( isso não pode continuar assim nos cinemas) acaba valendo. Não há a frustração de pagar por algo ruim. Deixei de ver a estreia de Malévola para prestigiar Mônica Martelli, e não me arrependi. Daria nota 9.

Bom dia a todos, e aproveitem que as festas juninas, pelo menos aqui em Campinas, começam nesse fim de semana. Abração.




MEMÓRIAS

Lembro-me perfeitamente de uma fase da infância onde imaginava como seria quando estivesse adulto. Claro que como toda criança o máximo que enxergava do futuro era um período tão curto que 20 anos já era ser adulto.

Apanhei algumas vezes! Do meu pai só uma que me lembro, por causa do meu irmão. Alias, só levava bronca do meu pai por conta de um irmão mais velho,  bem ladino...rs rs rs...que nos metia sempre em encrenca ( eu e minha irmã).

Um dos sopapos que levei certa vez da minha mãe ( ela não batia, fazia escândalo apenas) foi por ter pegado um pacote de bolacha recheada de morando, umas 30 ou 40 unidades e comido todo o recheio. Claro que no lugar passei margarina, pensando na minha inocência que ninguém perceberia. Além das bolachas ficarem ruins, amoleceram tudo...

Aos sete anos tive hepatite. Fiquei amarelo e fraco, por isso não precisei mais ir à escola do mês de outubro em diante. Foi uma gloria, que logo percebi não valer tanto a pena. Era obrigado a ficar em casa deitado de repouso sem poder me mexer. Diziam que o fígado se dissolvia caso fizesse esforço. Qual esforço uma criança de sete anos poderia fazer para correr risco de vida? Sei lá, apenas me recordo que um sujeito algumas ruas acima da minha morrera na mesma época de hepatite. Foi concretar uma laje e beleléu, empacotou!

Era tão mirradinho que cabia naquele bagageiro estranho que os Fuscas tinham dentro do carro. Meu lugar era ali, como um cãozionho...rs. Diziam que era uma criança chata, mas eu me achava o máximo. Tinha uma voz fina e estridente, que enchia o saco. Ahhh, só pra completar sobre apanhar, que citei ali acima, quem mais me batia eram meus irmãos! E sempre me calavam com alguma chantagem. Adoravam, olhar para mim e dizer: ihhhh, vai chorar, olha lá, ele vai chorar....eu me debulhava em lagrimas.

Enquanto fui criança e não entendia o que era a vida, meus irmãos disseram que havia sido adotado, que não era filho legitimo dos meus pais como eles. Tinha sido encontrado embaixo de uma folha de bananeira na sarjeta. Não entendia, por que  ao mesmo tempo que diziam isso, ouvia minha mãe contando do dia do parto e de quando cheguei em casa vermelho como uma pimenta, recém nascido. Era o mesmo conflito em tentar entender se o mundo tinha surgido de Adão e Eva ou éramos descendentes de macacos. Confesso que isso me perturbou muito tempo.

Tinha uma pedra branca pequena de mármore Carrara que chamava de “ourolito”, quem a possuísse, tinha poderes, e por isso, meu irmão sempre a roubava de mim. Minhas pernas doíam muito, e minha mãe dizia que era por que crescia rápido demais. Ela passava um remédio chamado “santinho” à base de canfora e enrolava cobertores. Assim, depois de um tempo, a dor passava. Não comia purê de batatas, tinha nojo. Não comia margarina ( até hoje não como) e tinha cara de “cuminho”...o que é isso? Não sei, meus irmãos talvez um dia expliquem.

Mas eu gostava de família. Adorava quando minha avó ia para casa do meu tio aos domingos. Ia com ela. Apesar dos primos terem uma diferença grande de idade eu sempre tentei ser amigo. Tenho apenas uma prima mais nova, o restante são bem mais velhos. Na infância essa diferença é enorme, hoje, já adulto, não haveria problemas, se todos não fossem tão distantes.

Não gostava de beijo no rosto, limpava sempre. Havia uma tia-avó que me amava, que fazia creme de sagú e bolo sem nome para mim. Quando fiquei adolescente fiz um retrato a grafite dela, que ficou lindo. Esteve pregado, talvez ainda esteja, em seu apartamento enquanto o frequentei. Suas filhas enlouqueceram no sentido medico da palavra, e não temos mais contato. As vejo pela rua, mas são tão alienadas ao mundo que nem vale a pena conversar.

O único bicho de estimação da infância era da minha avó. Um canário hibrido chamado “bigulinho”. Era bichinha, porque certa vez colocaram uma fêmea pra ele e no dia seguinte e encontramos estirada no fundo da gaiola quase morta. Deu uma coça terrível nela. Nunca mais tentaram nada. Ele comia bala da boca da minha irmã.

Com sete ou oito anos perguntei para minha mãe o que era masturbação. Ela mandou que perguntasse ao meu irmão (6 anos mais velho). Ele me mandou a merda, e disse que procurasse no dicionário. Não entendi nada do que dizia o verbete. A primeira mulher nua que vi foi Sonia Braga, numa playboy do meu irmão.  O primeiro filme com teor sexual que vi foi o “o Bem dotado Homem de Itu” lá por 1982. Meus pais saiam para jogar bingo e minha avó (ocupada em cuidar de mim, dormia cedo) e lá ia eu ver Sala Especial na Record. Como a maioria dos garotos da minha geração, a inocência durou até uns 13 ou 14 anos.
A FOTO AINDA EXISTE!!! RS
Na adolescência me colocaram o apelido de pastelão. Imagina que quem fez isso era conhecido por “cranha” ( para quem não sabe é o sinônimo de sujeira)...talvez fosse um menino desajeitado.

Um dia, uma prima morreu, e foi o primeiro contato com a dor da perda que tive. Tinha 5 anos, e me lembro dos choros, das lamentações das terríveis histórias contadas a respeito de seu acidente. Minha mãe não nos poupou disso.

Nem por isso cresci frustrado. Apesar de ter tido uma infância normal, e um começo de adolescência tranquilo, por muitos anos senti um misto de abandono e solidão. É comum esse sentimento em aquarianos. Quando tomei ciência de quem eu era, tudo entrou nos eixos.

Recordações da infância são um folego para mim. Minha história me alimenta para que eu trace o futuro. Não vivo do passado, apenas respeito cada dia de um tempo que me trouxe até aqui.

Abração a todos.

PERDOEM A RAINHA, ELA NÃO FEZ POR MAL...

Há que nos convençamos que Xuxa não é e nem nunca foi uma atriz pornográfica. Sim, é necessário dar a ela as desculpas necessárias por um mal entendido de 30 e poucos anos. Li e recomendo esse texto: http://www.brasilpost.com.br/max-milliano-melo/o-porno-da-xuxa_b_5378418.html .

Nunca me dei conta e nem parei para pensar na barbárie que a imprensa marrom, no caso brasileiro a “imprensa parda” por que aqui ninguém se considera mulato, moreno, pardo. É necessário tomar cuidado com palavras politicamente incorretas para designar a raça negra ou seus descendentes diretos e miscigenados, que como tantos outros estão ávidos e atentos a qualquer palavra torta para gritarem ao mundo o quanto são discriminados, enfim não é esse o caso, e sim os anos apregoados a Xuxa como uma pedófila que seduziu um garoto em 1982 ( digamos 1979 ou 80 quando o filme foi rodado) no insosso “amor, estranho amor”.

Como bem diz o texto que li, o filme não é da Xuxa, em momento algum ela é tida como protagonista, e sim Vera Fisher, que na época estava no auge da beleza e fama. Era um filme comercial para mostrar os dois grandes nomes da década, Tarcísio Meira e Vera. Pois bem, quando Xuxa se torna rainha dos baixinhos, dão a ela erroneamente destaque na produção causando um frison que mais chamou atenção para o filme fraco de Wlater Hugo khouri  do que pelo conteúdo verdadeiro. Realmente Xuxa “não” faz sexo com um menino de 12 anos. Levando em consideração a sociedade da época, isso não seria tão estranho, já que os pais levavam seus meninos a prostibulos no primeiro sinal de pelo pubiano.

Ninguém nunca disse a Marília Pera que era uma devassa por ter amamentado Pixote no filme de mesmo nome na produção de Hector Babenco. Parece que passa despercebido. Ahhh, Marília tinha uma figura materna? Sim, sim. Desculpas esfarrapadas surgirão. Não recrimino, nem a ela, muito menos a Xuxa, por que como dizem: pela arte vale tudo.

O cinema nacional da década de 70 e 80 é pura putaria gratuita. Macularam a obra de Nelson Rodrigues em filmes sem nexo, com elevado teor sexual. Em Os Sete Gatinhos, Regina Casé corre nua em volta de uma piscina gritando para o companheiro de cena que ele era brocha. Sonia Braga ( a maior piranha do cinema dessa época – com personagens, não a pessoa da atriz, deixemos claro), fez sexo em praias, obras  em A Dama do Lotação, foi adultera em Dona flor e seus dois Maridos, Gabriela Cravo e Canela e protagonizou uma das cenas mais nojentas do cinema ( na minha visão da época) onde faz sexo oral no ator Cesar Pereio e daí em diante o espaço aqui não permite comentar. Mesmo assim assisti tudo o que foi produzido na época até as pornochanchadas que passava na Record de sexta na madrugada com o titulo: Sala Especial.

Não cresci corrompido por isso, muito menos abalado moralmente. Também nunca fui fã de Xuxa, não gosto e nem desgosto, apenas não me importo tanto  com o que acontece a Rainha dos Baixinho. Mas não posso deixar de opinar nessa questão por que certo deputado “evangélico” a desrespeitou em plenário na Comissão de Direitos Humanos trazendo a tona essa imbecil história de pedofilia. Lembrando que Xuxa era também menor de idade, então não há crime, dentro da lei, acredito. Mas independente disso, a hipocrisia evangélica está tomado rumos totalitários, fascista e perigoso. Todos nós que não seguimos a idolatria cristã dos evangélicos somos a encarnação do diabo. Não há ( tirando magia negra) religião que evoque tanto o demônio como eles. Não há senso de humos, não há respeito por outras crenças, não há por parte deles tolerância. E sabemos que a falta de tolerância leva a guerra, a conflitos, ignorância e histeria coletiva.

Marcelo Adnet numa sátira engraçadíssima do seriado Frends, trocou o titulo por “C.R.E.N.T.E.S” e foi enxovalhado nas redes sociais acusado de desrespeito. Não houve um mínimo de falta de respeito no quadro e sim uma visão cômica que em momento algum mexeu com Deus ou algum símbolo Cristão.  Isso causou ira nos seguidores evangélicos, mas em momento algum eles discutiram ou apoiaram Espiritas que também ( no mesmo programa) foram ironizados por piadinhas inocentes.

O Brasil é um pais carente de cultura, de educação e o pior, não sabe ler e interpretar textos. Hoje estamos vivendo uma democracia fajuta, censurada pela corja que governa. Já somos tolhidos na forma de nos expressarmos. Tudo ofende o negro, o gay, o índio, o evangélico, a arara azul, o boto cor de rosa, a formiga saúva do Pantanal, a Capivara bonitinha da lagoa do Taquaral em Campinas, a Geyse Arruda, a Cuca e qualquer um que se melindra com palavras sem cunho ofensivo algum. As únicas que nunca abrem a boca para reclamarem de serem insultadas são as Putas, que todos os dias lhes apregoam filhos que não lhes são de direito.

Menos Hipocrisia, e mais atenção. Cansado disso já!

A Xuxa, todo meu respeito e desculpas se um dia achei que era culpada pelo crime que nunca cometeu.

Abraço a todos e ótima semana

GERAÇÃO PERIGOSA

Nasci na chamada geração X (um grupo de jovens, aparentemente sem identidade, a enfrentar um incerto, mal definido, talvez hostil, futuro) e outras características com menos relevância que caracterizaram esses jovens de acordo com o ambiente e país onde cresceram. Essa geração criou um monstro, a geração Y. 

Lendo o post do Foxx ( aconselho muito a irem conferir o texto http://soumundano.blogspot.com.br/2014/05/eu-sou-theodore.html), me dei conta do quanto essa geração Y está perdida no vento. São jovens que dominam a tecnologia de forma invejável, que por esse mesmo motivo tornaram-se extremamente exigentes. Querem iniciar carreira com grandes salários, pulam de emprego em emprego sem pudor, atrás de sucesso e reconhecimento profissional. Eles desprezam totalmente a premissa que “idade traz conhecimento”. Acham-se os donos do mundo, nada lhes escapa aos olhos. Só esquecem que não adianta apenas inteligência intelectual se a mais importante – a emocional - atrofiou-se na infância. 

Não os culpo por isso. Culpo os pais, que deixaram seus pequenos presos em apartamentos com vídeo games e TVs a cabo como entretenimento. Celulares sendo trocados a cada modelo novo que aparecia no mercado. Melhor assim, pensaram, podemos nos comunicar com eles onde estiverem! Deem tecnologia, assim eles se calam e nos deixam em paz. Mas onde estavam esses jovens? Numa lan house? Na casa de outro guri jogando algum tipo de batalha onde se vence o oponente massacrando-o? Sim, estavam seguros, protegidos do mundo perigoso, mas sem interação alguma como seres humanos afetuosos. Não lhes foi dado o entendimento sobre relacionamento amoroso. E não falo de sexo apenas, falo do convívio saudável com outros, do amor pelo amigo de infância que o acompanhou em grandes jornadas de aventura. Do tato, do cheiro, do gosto da infância. 

Foxx, em seu post discursa sobre o filme ELA ( alias, um filme excelente, que vale muitíssimo a pena ver). Fala sobre essa individualidade que a geração Y desenvolveu. Eles são grandes e maravilhosos amantes, mas presos atrás de uma tela. São românticos, são sensíveis, mas como bonecos programados. Não há na geração Y o interesse ( acredito que seja medo talvez) de se relacionarem fisicamente. Eles se fecham no mundo tecnológico e lá permanecem. É obvio, e sempre gosto de ressaltar, que não se pode generalizar. Há uma grande parcela assim, mas há tantos outros que puderam ser educados por uma geração X inteligente e visionaria, que lá no inicio da década de 80 entendeu que o mundo estava mudando de forma drástica, e que se não tomassem conta de seus rebentos, seriam robotizados. Esses estão, infelizmente, subalternos de jovens de 25, 26 anos da geração Y, que dominam a tecnologia magistralmente, mas que não sabem o que é rodar um pião, ou quem sabe, uma paçoquinha de areia. Essa geração não foi educada para sentir, apenas para ganhar. 

A reflexão sobre o filme ELA é muito pertinente. O diretor esfrega na cara do espectador uma realidade próxima, que se não consertada hoje, construirá uma nova geração em bancos de esperma. Se não há o interesse do contato físico, então que seja pela medicina a perpetuação da genética de cada um. Me assusta ver esses jovens passarem como rolos compressores sobre os outros. As empresas de hoje visam lucros acima de tudo e todos, e os tem como nunca os tiveram incentivando a geração Y a conquistar para eles. O mercado está cada vez mais agressivo. A competição não é mais saudável como há uma ou duas décadas atrás. O jovem não quer cuidar do pai doente, é mais fácil entrega-lo aos cuidados de alguém experiente, e seguir com sua vida mega estruturada e automatizada. 

A frase tanto dita para os filhos ricos do Baby Boom – pobre menino(a) rico(a) – pode se aplicar tranquilamente também hoje: pobre geração Y. 

É um assunto tão complexo que daria paginas de post, mas é mais fácil jogar a centelha e fazer cada um pensar a respeito do que me estender em detalhes que afugentaria meus amigos leitores. 

Abração e bom fim de semana.

2 COLHERES DE BOM SENSO EM 1 LITRO DE VERGONHA NA CARA

Então a Ana Maria Braga é esbofeteada por uma fêmea de Macaco prego logo pela manhã de hoje 21 de maio. Zezé de Camargo compra espaço no Faustão no ultimo domingo para gralhar com sua voz desafinada e rouca ( não canta mais como antigamente)  e dar declarações sobre a ex-mulher Zilu das Mil Plásticas Camargo que já havia dado uma entrevista dizendo estar feliz com seu namoradinho umas cinco décadas mais novo. Essas celebridades tornam-se tão subcelebridades expondo vida intima que acabo por me enojar de todos. Alias nem deveria existir esse termo. Só por que se tornam personalidades da mídia já ganham títulos.

Beth Muito Rica e Decadente Szafir e mais a Andrea Maloqueira de Nóbrega num teste de realidade virtual em “Aprendiz Celebridades” renomeiam uma figura geométrica de “losangulo”, ou melhor, como disse Andrea, dois triângulos juntados pela base formando o naipe de ouro do baralho. Beth Szafir fala tanto palavrão que ao sair do programa fará parceria com o Away num programa diário na Rede TV. ( o cara é esse do vídeo abaixo). Sasha Não Sei se Gosto de Menina ou Menino Szafir deve morrer de vergonha da avó.

Já Ney Não Vai ter Copa Matogrosso, vai aos states descer a lenha no Brasil. Não acho que estava errado nem certo. Falou algumas coisas óbvias para nós, mas talvez para os sedentos europeus que querem desmistificara a imagem do Brasil e nos atirar novamente ao primitivismo indígena do descobrimento foi surpresa. Ney, pelo que me consta, nunca foi um ativista de causas politicas. Mas nos comentários do You Tube um sujeito ( petista é claro) o chamou de burguês ( ainda usam esse termo arcaico para designar aqueles mais ricos) dizendo que fazia shows para as elites com ingressos inacessíveis. Mentira!!! Vi Ney Matogrosso no Sesc por R$ 8,00 num show tão bom quanto o que ele faz em grandes teatros a custos mais altos. Burgueses talvez sejam Fernanda Peidinho Fino Takay e outros tipinhos da MPB que não se misturam ou impõe regras para shows. Fiquei sabendo que na virada cultural ela e Roberta Sefies Constrangedoras Miranda se negaram a fazer o show após o diluvio, enquanto que Valesca ( profissionalíssima) cantou para um grupinho embaixo de pedradas de granizo. Respeito, seu nome é Valesca Beijinho no Ombro Popozuda!!!

E permanecendo na Musica, vejo tanta gente boa no milagroso You Tube que desisti de comprar Cds de gente conhecida, bancada pela indústria  fonográfica. Fui apresentado por uma amiga a um menino com voz sensacional. Tudo bem que não curti o nome artístico, mas isso não lhe tira o vozeirão. Tem uma linha próxima do Boyce Avenue ( que faz cover de musicas de sucesso). Leo Verão ( nome de cantor de axé) faz parceria com outro rapaz chamado Daniel Freitas em mashups de sucessos internacionais e nacionais. Na mesma linha há outra dupla – Lu e Robertinho. Eu não curto sertanejo, mas a viola country e o toque mais pop deles é sensacional. Quem quiser conferir, vale a pena. Tem um montão de coisas deles no dadivoso You Tube.

Agnaldo Ignóbil e Imbecil Timóteo tem a capacidade de dizer numa entrevista no programa de Raul Gil que não é culpa dos governos milhares morrerem nos hospitais. Segundo ele é da natureza morrer, e ainda citou a Morte de Luciano do Vale, e que, pasmem, NÃO TEM PLANO DE SAUDE, como se isso o deixasse no mesmo patamar do grande povão. Além de outras barbáries que nem perco tempo de enumerar. Pensar que esse sujeito já foi deputado. Defende o PT com unhas e dentes enquanto Irene Ravache diz ter sentido uma única vez o gosto da traição e essa veio justamente de quem? Do PTzinho ditador que está nos governando.

E a gente segue perdendo grandes nomes como Jair Rodrigues. Definitivamente os bons são chamados antes. As bestas continuam aqui alimentados pela ignorância, soberba e arrogância que lhes são característicos.

Como diz o título de hoje precisamos de duas colheres de bom senso e 1 litro de vergonha na cara para mudar esse pais.

Boa quarta feira a todos...abraços.



A ILUSÃO DA CIDADE GRANDE

Um dia vi Gabriela migrando do fim do mundo, de um local sem vida, árido, para Ilhéus em busca de sobrevivência. Sim a personagem de Jorge Amado buscava água e melhores condições de vida por que o local onde nascera e crescera ainda era castigado por uma seca infinita. Na primeira representação do personagem na TV, Sonia Braga é surpreendida por uma chuva no meio do caminho, já próximo do destino. Uma cena antológica e cheia de significados. Jorge Amado mostrava a dura vida do sertão baiano, do povo castigado pela miséria que o sol os expunha. Portinari já havia feito o mesmo em seus quadros muitas décadas antes.

Estamos numa era informatizada, tudo o que vemos é quase realidade virtual. Compramos, vendemos, namoramos e casamos através de rápidos cliques em telinhas coloridas e cheias de informações. Falamos com alguém do outro lado do mundo como se estivéssemos cara a cara. E não acabamos com a miséria e a seca no nordeste do pais!

Não ficarei aqui perdendo tempo meu e de quem esta lendo dando explicações plausíveis para isso. Sabemos que a culpa é de governos, políticos e administradores do poder publico em geral. Basta! O que não me conformo é que em pleno 2014 ainda há mentes inocentes e desinformadas que acreditam que um dia haverá agua disponível para extirpar de vez a sede e a fome em todo território nacional.



Escutei o relato de uma parente que esteve em Minas Gerais nas ultimas semanas. Hospedou-se numa cidadezinha chamada Padre Paraíso, praticamente um vilarejo, com poucos recursos e moradores simples como os são nossos caipiras do interior. Povo hospitaleiro e gentil. Um vilarejo podre, como disse, com poucos recursos. Mas o que mais me intrigou foi o relato da volta para Campinas. Ela foi e voltou de ônibus, por que por ter mais de 60 anos, não paga passagens e viaja num semileito razoavelmente confortável. Esse sacrifício é para visitar a mãe que completou 101 anos esse mês.

Existe em primeiro lugar uma dificuldade imensa de conseguir a passagem de volta. Esse ônibus que a traz parte de Feira de Santana na Bahia, passa por Minas, Campinas e termina viagem em São Paulo. Não preciso dizer que vem lotado de Baianos. E o mais incrível: o êxodo nordeste/São Paulo continua.

Um jovem de dezoito anos deixou sua cidade, miserável claro, para vir para São Paulo em busca de trabalho. Um rapaz sem estudo, que acolheu a promessa do primo, já estabelecido, para um emprego de “descarregador de caminhões”. Todo emprego é digno, mas o que me deixa pensativo é a questão de salario, moradia e sobrevivência. Quanto ganhará um rapaz assim para se manter na Capital Paulista, um local caro, sem oferta de moradia digna para a classe baixa? Que politica está sendo feita para impedir esses jovens de se iludirem que aqui a vida será mais fácil. O sonho americano traduzido em reais? Essa ignorância é passada de geração a geração e ninguém põe fim?

Uma jovem bonita, morena, com belos atributos físicos carrega no colo seu bebe de 4 anos. Um sujeito a engravidou e foi-se pra São Paulo sem registrar o filho ou dar satisfação se um dia voltaria. Ela pega a criança, se mete num ônibus que viaja 36 horas para chegar a São Paulo com a perspectiva de encontra-lo e faze-lo cumprir o papel de pai. Meu Deus, onde está a informação para essa jovem? Como a deixam vir para uma cidade imensa com o pensamento que irá encontrar o cara, sem ter um endereço, telefone, ou qualquer que seja o contato do cara. E o pior, sem ter onde e com quem ficar. Não concebo a ignorância de acreditarem que a cidade de São Paulo é uma avenida onde tudo e todos moram.

Somos um povo carcomido pela falta de educação e informação dos humildes. Somos coniventes como a criação de um povo sem noção de nada, iludido por promessas de políticos corruptos. Esse povo migra do nordeste em busca de vida melhor e aqui ficam impossibilitados do retorno por que não há como sobreviver e juntar dinheiro para fugir dessa miséria de asfalto e arranha céus.

Um circulo vicioso de miséria, fome, prostituição e violência. E ainda querem que nos sintamos satisfeito com Copa do Mundo e Olimpíada?

Um dia disse que se Dilma fizesse um bom governo eu votaria nela para mais um mandato. Hoje quero que ela suma daqui, ela e toda raça petista que comanda o país. Sou um brasileiro insatisfeito, triste pelo fim que estamos tendo. Sim, fim, por que não vejo no momento vislumbre algum de luz no fim do túnel.

Deus, que dizem ser brasileiro, olhe por nós.

Boa quarta a todos




NOÉ, VOCÊ NÃO PASSA DE UM CHATO

Entre as histórias Bíblicas que fazem parte do primeiro testamento talvez Noé seja a que mais me intriga. Primeiro por não entender direito a razão que levou O Criador a destruir tudo e segundo como criar a humanidade novamente se sobrou apenas à família de Noé. Que eu saiba o Incesto sempre foi um pecado, desde a origem do mundo.

E para aumentar minhas duvidas, Noé – o filme vem para piorar ainda mais aquilo que eu não entendia, então o desconsiderei como um épico bíblico e enxerguei apenas como um filme catástrofe. Sim, nada mais é do que a repetição de tantos outros do genro – 2012,  O Dia depois de amanhã, Volcano e qualquer outro que leva a humanidade quase a ruína.
Nóe é um péssimo filme, salva apenas a computação gráfica de tempestade, já massacrada em filmes do gênero. O restante é uma balela chatíssima que se arrasta por 2 horas de projeção.  

Nada faz sentido. Deus fala por sonhos, até aí tudo bem, mas a contagem de tempo é pior que novela de Manoel Carlos. Andam quilometro e quilômetros para chegarem a lugar nenhum, e o que mais chama atenção, limpos, de cabelos escovados e pele esmeradamente maquiada. Sim, da para ver no rosto ator Douglas Booth , que faz o filho mais velho uma quantidade enorme de base, além do que sua barba e seu cabelo estão muito bem arrumadinhos para nômades quase pré-históricos.

Jennifer Connelli é  a múmia de Nefertiti. Na década de 80 fez “Labirinto” com David Bowie e não envelheceu mais. Está como mesmo semblante. Ela sim é um milagre da criação. Já o aclamadinho Logan Lerman( Percy Jackson) não sabe o que está fazendo no filme. Seu personagem não convence como o traidor invejoso, nem agrada como o filho deixado de lado. Pessimo. Já Emma Watson ( a eterna Hermione Granger de Harry Potter) estava passando pelo set e disse: Ah...vou fazer esse filme. Totalmente dispensável.

Sobram duas lendas vivas do cinema: Russell Crowe e Antony Hopkins. O primeiro dispensa qualquer apresentação. Tudo onde Russell põe a mão é magnânimo. Ele vai de um professor esquizofrênico para um algoz francês numa classe que só ele tem. Noé, o personagem título é um atormentado que fica muito bem na sua pele. Por mais fraco e insosso que seja o roteiro, ele consegue abrilhantar com expressões convincentes e diálogos bem marcados. Se tem algo que paga o ingresso, esse é Russell Crowe.

Antony Hopkins...o que falar dele? Acho que não há o que comentar, e sim lamentar. Que dó de estragarem um gênio que já deu vida a Hannibal Lecter num personagem tão ridículo. Matusalém vive numa montanha, que pelo que deu para entender seria pela eternidade. Obcecado por “berris” vermelhinhas, serve como oráculo. Não fala nada, não diz nada, não ajuda nada. A caracterização ganha o premio de melhor cosplay de Mestre dos Magos já feito por humanos. Um desperdício de talento numa obra obscura, mal escrita, que não da sentido para a lenda ou mito da arca de Noé.

Os animais que migram para a Arca são muito mal feitos. Tanta tecnologia a disposição e a animação parece de filme C. São extremamente fakes.

E por ultimo, para arrebatar de vez a péssima escolha de elenco, um menino cabeçudo e amedrontador. O ator mirim Dakota Goyo não é feio fora do cinema, mas é medonho em Noé. O garoto faz o filho mais novo, que pela imaginação do pai será o responsável por exterminar toda a família e depois se matar. O porquê disso? Bem, aí vai de cada um querer ou não gastar para assistir essa Framboesa de Ouro.
NÃO SEI ONDE ARRUMAM TANTA ROUPA PRA VESTIR. È UM DESFILE POR TODO O FILME.

Demorei para ver e me arrependi de tê-lo feito no cinema.
Digamos que o ingresso está muito caro para erros de escolha desse tipo.
Boa sorte aos curiosos.

Abração e boa semana a todos.

ELAS NÃO QUEREM FILHOS...

Minha avó ficou viúva aos cinquenta anos e nós a víamos como uma mulher acabada para vida, uma senhora, velha, que só tinha pela frente a criação dos netos, a religião e nada mais. E isso não era a visão particular nossa, e sim de uma sociedade que na década de setenta ainda via a mulher de meia idade como uma “idosa”, mesmo que fosse ativa profissionalmente.

Hoje, dou graças em ver uma mulher de oitenta anos serelepe, fazendo academia e o melhor, vivendo uma vida amorosa plena, com suas paqueras ou seu maridão a tira colo, prontas para uma viagem, um bate pernas por aí. Isso me da à sensação completa de evolução da nossa espécie. Essa liberdade conquistada pela mulher é visível, notória e palpável. Os homens evoluíram para a fragilidade. Enquanto elas desbravam caminhos, os homens choram de sobrancelhas feitas, barbas bem aparadas e cabelos cortados no Hair design mais badalado. Ou seja, as mulheres masculinizaram, e os homens afeminaram. E não estou falando de gêneros, apenas de comportamento.


Nessa evolução percebo outro ponto nefrálgico sendo discutido com mais frequência: Filhos. Tê-los ou não?

Nos EUA há um termo para casais que resolvem em comum acordo por não serem pais. São chamados DINKS. Numa tradução literal, Duplo ingresso, nenhuma criança, fazendo alusão ao casal que trabalha, ambos possuem boa renda, mas nada de filhos.

O Brasil vem crescendo neste campo como indicam algumas pesquisas, e já há o abrasileiramento do termo para DINC. Mas aí questiono o seguinte: Nos EUA existe uma cultura diferente, os filhos saem cedo de casa, na velhice há a possibilidade de se ter uma vida tranquila, existem boas casas para idosos, passeios para terceira idade e um respeito que não temos por aqui.

A minha preocupação com esse tipo de situação é que no futuro teremos muitos casais velhos sem ninguém para deixar o que construíram uma vida toda. Não há perpetuação da história, muitos sobrenomes irão para o tumulo com o final de gerações. E o mais sério nisso é que a falta de interesse em filhos não tem surgido do homem, e sim da mulher. Acabou o instinto materno?

Toda garota ganha boneca, antes mesmo de saber o significado disso. Quando criança via as menininhas carregarem seus bebes imitando as mães e sendo treinadas a serem futuras genitoras. Hoje as meninas continuam tendo bonecas, mas não são mais bebes, e sim modelos de perfeição física, onde a brincadeira não está mais em “ser mãe” e sim no design da roupa da sua Barbie Monster Gaga. E essa geração é fruto de outra que decidiu não gerar nada além de dinheiro e carreira. As mulheres optaram em deixar de lado o prazer da amamentação e dedicar seu tempo a MBAs ou a viagens que lhe trarão prazeres intelectuais.

Claro que não é uma generalização da cultura feminina, mas uma grande parte da fatia da população já pensa e age dessa forma. O que intriga é que essa independência na escolha de ser ou não mãe, está totalmente desvinculada da carência de um parceiro. Elas apenas não querem filhos, mas desejam ardorosamente um homem ao seu lado, um cara pra levar pra cama todas as noites. Essa evolução sexual de se permitir o prazer talvez tenha afastado a vontade de ser mãe. Nas décadas passadas ainda se questionava o valor da mulher. Era feio não ser dona de casa. Hoje elas  querem carreira definida, um bom prosseco e um cara que lhes faça realmente sentir cada centímetro do seu corpo. E acabo rindo quando falo disso, por que quanto mais desejam esse “homem”, não o macho ignorante, mas aquele viril que lhes tira o folego, mais difícil fica a procura, por que esses, já dividem a cama com iguais.

Acredito que toda mulher tem um momento na vida que a maternidade desperta, vai do momento de vida querer ou não gerar um bebê. Ficaria feliz se essas mulheres desistissem de gerar, mas ainda quisessem ser mães e tirassem dos orfanatos os pobrezinhos que uma desmiolada gerou e abandonou. Adoção não é roleta russa como dizem, é uma vida a ser moldada.

Abração e ótima semana a todos.