Assisti a estreia de “ Homens são
de Marte...e é para la que eu vou”, com um elenco muito bom, encabeçado por Mônica
Martelli. Segundo consta, uma adaptação para o cinema da peça homônima
estrelada por ela mesma no teatro. Assim como fez seu companheiro de cena e amigo,
Paulo Gustavo, que obviamente também está no filme.
Mônica é a típica quarentona
deste século que permanece jovem fisicamente ( aparece linda em cena) com um
corpo sensacional, que deixa muita cocotinha (esse termo é desconhecido das
novas gerações) com inveja negra. Beijinho no ombro pra ela. Mas...por mais que
o tempo evolua, que as mulheres envelheçam mais tarde, que se cuidem, que
tenham uma aparência jovial até beirar os 60 anos, a cronologia da fêmea ainda
continua sendo a mesma desde Eva. Os óvulos se estinguem e a mulher perde a
capacidade reprodutiva. Por isso Mônica, com sua personagem Fernanda, expõe a
dura batalha da mulher moderna em se arranjar com um bom homem, e quem sabe,
gerar um filho. Nesta busca incessante ela nos provoca risos soltos e despretensiosos.
Mônica Martelli não é a melhor
atriz do mundo, e nem precisa. Cumpre muito bem seu papel no filme e posso
arriscar dizer que sua comédia romântica se equivale as de Sandra Bullock, Jennifer
Lopes, Julia Roberts, e outras do gênero. A produção não deixa a desejar.
Alias, a comédia é um nicho do cinema nacional explorado a exaustão nos últimos
tempos. Vale lembrar que nem todo mundo acerta. No caso de Marcelo Serrado, o fracasso
do seu Crô, atirado nas telas sem que houvesse um mínimo de bom senso no
roteiro o fadou, na minha opinião, como o pior de todos os tempos. Já Leandro
Hassum repete a mesma gritaria, com os bracinhos nervosos de um tiranossauro
Rex em filmes que se parecem, mas com nomes diferentes.
Mônica escolheu para acompanha-la
em cena como pretendentes a marido, galãs globais da geração anos 90: Humbert Martins,
Eduardo Moscovis, Marcos Palmeiras e Herson Capri. O único sangue novo e
quentinho é de José Loreto, que como não precisa dizer, interpreta o menino
burro, musculoso, que é usado como objeto sexual. Há também o ator alemão Peter
Ketnath, que protagoniza talvez a sequencia mais engraçada de todo o filme.
Os degraus de Mônica Martelli em
60% da história estão entre Danielle Valente e Paulo Gustavo. Não posso chamar
de elenco de apoio, por que fazem parte da história, mas posso afirmar que eles
em cena são sim o apoio de Mônica, com suas ausências talvez o roteiro ficasse
empobrecido. A que se falar então de Paulo Gustavo.
Nos últimos dois anos a mídia descobriu
o talento desse cara. Talento ele tem, só está faltando um pouco de
criatividade. Paulo Gustavo em todos os personagens parece Dona Hermínia, o
famoso rojão que lhe ascendeu o estrelato e reconhecimento nacional. Ele é bom,
mas o personagem gay histérico que fala o que vem a cabeça nasceu lá trás em
Divã, é exageradamente marcado em 220 V ( seu programa no Multshow) e não
morre, o fazendo parecer repetitivo, mesmo usando peruca ridícula que o
incomoda o tempo todo, visivelmente. Mas ele não estraga o filme, de forma
alguma. As melhores tiradas são dele, e a impressão que fica é de que ele
ajudou uma amiga a bombar seu filme.
Homens são de Marte...e é para lá
que eu vou, é um ótimo entretenimento para todas as idades. O ingresso caríssimo
para o meio de semana de R$ 25,00 ( isso não pode continuar assim nos cinemas) acaba
valendo. Não há a frustração de pagar por algo ruim. Deixei de ver a estreia de
Malévola para prestigiar Mônica Martelli, e não me arrependi. Daria nota 9.
Bom dia a todos, e aproveitem que
as festas juninas, pelo menos aqui em Campinas, começam nesse fim de semana.
Abração.