Sou o que mais respeita idosos
entre meus amigos e familiares, por que sempre tive paciência com a terceira
idade, mas ultimamente tenho cruzado com “velhos” tão arrogantes e chatos que
minha vontade era sair no braço com eles.
Não acho que chegar a velhice é o
mesmo que ganhar um cartão fidelidade da “verdade absoluta”. Aquele que da
direito ao idoso de falar o que pensa, tomar a frente nos lugares públicos ou
simplesmente achar que nós (mais novos) devamos simplesmente evaporar para que
eles possam existir.
Não me conformo como os homens idosos
tornam-se arrogantes. Eu sempre dou a frente nos locais onde não há filas para eles
ou quando o acesso é complicado, mas não me venha bancar folgadão, por que ai
faço o véio ficar em pé, esperando a vez dele. Tudo é uma questão de educação.
Acredito que por estarem na idade avançada, tem a obrigação de serem cordiais (
o mesmo se aplica a gente feia. É feio, então tem a obrigação de ser legal,
como já disse uma vez por aqui). E também não entendo por que se tornam
agressivos. Hoje pela manhã um véio me fechou no transito e obviamente buzinei
para que ele se atentasse de que estava fazendo cagada. Me xingou, me mandou
pra aquele lugar. Quando emparelhei o carro, era um senhor minúsculo dentro do
carro, daqueles que dirigem grudados no volante de bigode, aparentando ser da
geração de Santos Dumont. Ia devolver os impropérios, mas resolvi ficar quieto
e segui em frente. Não gostaria que alguém xingasse meu pai, mesmo ele errando.
Outro dia estava numa feira de
artesanato aqui em Campinas (algo típico da cidade) onde há varias barracas de
comidas caseiras, muito boas. Pois bem, estava parado na banca do pastel, já era
tarde, a mocinha estava cansada, e uma velha cretina se metendo na frente de
todo mundo (ela deveria por ordem de chegada ser a ultima da fila), mas sacou
do seu cartão velhice e pôs-se a falar e criticar tudo. Meu, tem 10 barracas de
pastel, vai comer em outra e para de ser chata. Quase me voltei pra ela e disse
a frase do “Terça Insana”: Prefiro ter um filho viado, que um filho velha!!!!
Não gosto de pessoas arrogantes,
sejam elas da idade que for. Adoro aqueles velhinhos engraçados, fanfarrões que
sempre tem uma palavra de amizade, e um belo e largo sorriso no rosto, esses me
cativam, e sou capaz de passar horas conversando com eles. Sou dos que gostam
de velhos e crianças (que na minha cabeça são iguais, e merecem todo meu
respeito).
Não pouso de bom samaritano
dizendo essas coisas, por que quando me afrontam, xingo de forma até
preconceituosa. Claro que jamais repetiria em voz alto e aqui em publico, mas
minha paciência ( apesar de ser a minha maior virtude) também tem limites. E
não é apenas com estranhos, por que quando pai e mãe passam do ponto, levam
broncas como criança pequena.
Sempre que passava por uma
avenida movimentada daqui de Campinas, via uma velhinha sentada a meio fio
vendendo rosas. Aquela imagem me destroçava. Não havia uma única vez que a
visse e a garganta se fechava com um nó. Onde estavam familiares, filhos que
deixavam aquela senhora ali, tão velhinha exposta ao sol do dia inteiro? Sempre
tive a sensação de que um dia iria tira-la dali, mas acho que não deu tempo, de
uns anos pra cá ela não fica mais por lá. Penso que alguém possa ter feito por
ela aquilo que eu não fiz.
Isso me perturba, apesar de não
ter medo de envelhecer. Será que um dia alguém vai me olhar com pena? Não
gostaria. Quereria eu olhar para os jovens e dizer, tenho pena de sua ignorância.
Boa semana a todos. Abraços.