Quanto mais o tempo passa, a
gente amadurece e mais certo fica que existe uma lei de reciprocidade para o
bem praticado.
Tenho por habito, analisar as
pessoas. Um dos passatempos preferidos ( quando tinha tempo livre) era, caso
precisasse aguardar alguém num shopping ou coisa do tipo, ficar olhando as
pessoas que transitavam e tentar identificar o tipo de vida que elas levavam. O
físico, a roupa, os gestuais dizem muito sobre alguém. Vários personagens dos
meus textos saíram dessas observações.
Mas essa maturidade também traz a
sabedoria para identificar as mascaras e carapuças que as pessoas usam. Você
olha aquela pessoa bem sucedida, simpática, amável, e acredita que ela seja
feliz. Afinal tudo que gira em torno dela é sucesso. Mas se der aquele zoom,
aquela olhada microscópica no interior vai enxergar uma imensidão de
desagrados. Infelicidade, inveja, solidão (essa é a mais grave de todas). A que
consome! Sorrisos escondem. Viagens fotografadas escondem. Mas quando se tem a
vivencia e a percepção do ser humano você enxerga o quanto a sombra da solidão corrói
uma pessoa.
Vivemos para construir laços, difíceis
claro de manterem-se firmes, mas como um barco a deriva, quando entra agua de
um lado, esvazia de outro. E assim mantemos as relações. Primeiro as amorosas,
a quem devemos investir mais. Depois as de família, amizades, coleguismos. Mas
o mais importante é ter para quem voltar no fim do dia...sabe aquela ideia de
envelhecer junto com a pessoa que sabe conversar, te entender no silencio. Imprescindível.
Ahhhh, como é bom ter para quem
voltar. Seja seus pais, filhos, cônjuges, ou até aquele amigo que divide um
teto contigo, ou seus bichos de estimação.
Quão vaga, frívola, infrutífera é
a vida da pessoa de sorriso largo que mascara a solidão. O pior, essas pessoas
não sabem como sair desse circulo vicioso. Cada dia mais, ficam mais presas na
mesquinharia de seus atos. Refugiam-se no dinheiro, na profissão (percebam que
essas pessoas adoram falar de seus cursos, mestrados e doutorados, da vida sem
filhos que abdicaram por um bem maior). Entenda que não critico a decisão de
não ter filhos. Isso não cabe julgamento.
Minha avó dizia: quando alguém lhe
procurar pedindo ajuda ( financeira, emocional, até mesmo um prato de comida)
ouça primeiro. Em seguida analise se tem condição de ajudar aquela pessoa. As
pessoas não vêm a você de graça, se chegaram, se tiveram a coragem de te
abordar é por que há alguma necessidade. Se puder ajude! Essa é a lei universal
da reciprocidade. Você faz, o universo te devolve, muitas vezes em dobro.
Então quando um dia você olhar em
volta e o que encontrar seja apenas espaços vazios. Se ao abrir a porta da sua
casa o som que ouvirá será o silencio, saiba entender. Talvez o universo esteja
te devolvendo o que você deu a alguém.
Sejamos felizes amando e ajudando
o próximo dentro dos limites que nos cabem. E olha, Deus sabe bem o tamanho
desse limite...rs...então não adianta enganar-se.
abraços