QUAL O PREÇO DO PERDÃO?

Encerro minhas atividades profissionais hoje. Volto só em 2015. O que fica para trás? Um monte de coisas, mas pelo menos a sensação de tarefa cumprida carrego para o ano que vem, na mochila.

E a vida pessoal?

Vai bem obrigado, alias, melhor do que sempre esperei e desejei. Ótimo!!!

E o que gira em volta, como está?

Péssimo...

Em todos os anos de vida, de natais passados, de espirito de fraternidade pregado pelas religiões, este ano pude sentir e ver as mais abjetas manifestações de desamor. Não sei o que há com o ser humano. Quanto mais passa o tempo, mais ele desce, chafurda, e com o focinho sujo de lama, ergue-o numa manifestação de orgulho pelos atos cometidos.

Tenho característico em mim o perdão fácil. Não odeio as pessoas que me fazem mal, muito menos perco tempo da minha vida desejando que elas se ferrem. Não, não há necessidade. Acredito em algo que a ciência já provou, o mundo é redondo. O cosmo, Deus, a natureza, ou seja lá o que rege esse planeta e nossas vidas, “ELE” se encarrega de mostrar e tirar satisfações no devido tempo.

Aí penso: Natal é época de paz, amor e de darmos aos outros um pouco do que é bom dentro de nós. Essa é a lei maior. Mas não, as pessoas parecem zumbis esfomeados por cérebros passando por cima de tudo e todos. Simplesmente amassam cabeças no asfalto. Nas ultimas semanas presenciei coisas decepcionantes em relação ao ser humano. Talvez por ser uma época sensível. Não me repito, não gosto, mas é bom que deixe claro para que as pessoas entendam o “estar sensível”. Quando se perde alguém de muito importância na vida, as datas mais comemorativas são difíceis, ainda mais quando o tempo não amenizou as feridas.

Tentei colaborar de diversas formas. Dei conselhos, atendi fornecedores desesperados para receber (o que não lhes é devido), tomei partido em algumas situações, fui educado demais para não magoar outros, e no fim conclui que  tudo girava em torno dos outros...nada era para mim.

Então defino o seguinte: esse ano de 2014 foi melhor que o de 2013, fato ( 2013 entra como o pior já vivido por mim até hoje) e nele logo em breve, ali pro dia 31 vou apertar o botão que to esperando faz tempo: o foda-se.

Não que começarei 2015 desapegado de tudo que deixei pra trás, não…apenas entendi que algumas pessoas não valem o sacrifício. Darei prioridade máxima aqueles que agregam, que me trazem beneficies, que gostam de mim gratuitamente. Ano novo será para desapegar de gente que não me respeita, que confundem gentileza com burrice. Ahhhhh, nada como a canseira de um ano difícil para que tiremos a fórceps as mascaras de alguns.

Chega de ser bonzinho com quem não merece. Chega de consideração com quem te olha com desdém. O perdão tem um preço, e sei qual é. Pelo menos hoje compreendo qual esse valor, mas alguns ao redor não enxergam. Fingem de inocentes, mas carregam punhais que são cravados no abraço fraternal. Esses não faço questão de carregar comigo pra um novo ano.

Mesmo assim, com essa lamuria toda de final de temporada, eu continuo crendo que o ser humano não é de todo ruim, ou quem sabe não são todos ruins. Há sim as almas que fazem parte de uma seleta turma de querubins.

Amo o natal. Por mais que sabotem o meu...rs. Amo iniciar um ano novo, mesmo não descansando da forma necessária. Amo as pessoas que me amam, e pra elas desejo tudo que a vida possa criar de fantasia, sonhos e encantamentos, por que sem isso, tudo é escuro, xoxo, e sem nexo.

A todos vocês amigos conhecidos e desconhecidos...um natal sensacional...e 2015 grandioso.

Como de costume, segue abaixo o meu vídeo anual de felicitações.

Abraços e até breve...

NOSTALGIA...

Gosto muito da modernidade, dos avanços tecnológicos, científicos. Aquarianos são sempre visionários e tem uma perna no futuro, mas eu ainda estranho as novas gerações. Não digo pela facilidade de entender as “tecnologias” afinal nasceram dentro delas, mas a incapacidade de assimilar os conceitos básicos de educação e boa convivência.

Sou do tempo que pai e mãe eram “ senhor e senhora”, avós eram figuras paternais, respeitosas e idolatradas. Não se discutia uma ordem ou um corretivo dado por eles. Mesmo não concordando, era a autoridade máxima dentro do lar.
Sou do tempo que se levantava para o diretor da escola quando entrava na sala de aula. Os professores eram sim, mestres que te ensinavam, não um colega que sai pra tomar cerveja com a turma.

Sou do tempo que ao sentar a mesa na casa de um estranho esperava-se o anfitrião para começas a comer, e não como hoje, que as pessoas devoram tudo como bois na trincheira sem se preocupar com quem vem depois.

Sou do tempo que crianças eram poupadas de algumas verdades da vida para que pudessem prolongar um pouco mais sua infância. Acabaram com o lúdico, destruíram a fantasia. Isso acarreta um adulto sem imaginação e sem capacidade inventiva.

Sou do tempo que meninas de 11 anos brincavam de boneca e sonhavam casar-se com um príncipe encantado. Hoje elas estão nos bailes, atrás dos muros, atracadas com moleques mais velhos, por que os garotos de 11 anos ainda são bobinhos.

Sou do tempo que não se ostentava uma falsa riqueza. As pessoas tinham dificuldades, era complicado estudar os filhos, manter um lar. Tudo vinha de um sacrifício conjunto. Hoje se estampa um sucesso mentiroso nas redes sociais. A mesma pessoa que posta carros, viagens e ganhos pessoais, vive solitária num casulo criado para impedir que o enxerguem como realmente é.

Sou do tempo em que pais que davam de tudo para os filhos para justificar sua ausência ou suprir falhas na criação geravam inúteis que hoje sofrem as consequências.

Sou do tempo que ainda existia romantismo nas relações. Hoje é piegas dizer “eu te amo”.

Sou do tempo que a diversão era simples, bastava uma rodinha de amigos sentados na calçada, contando bobagens ao entardecer para sentir aquela sensação de felicidade.

Sou do tempo que o sol não queimava a pele ao ponto de te deixar doente. As piscinas eram locais de diversão, os parques eram baratos, precários, mas tinham um encanto indescritível. O cachorro quente era salsicha e pão, a coxinha mal cabia na mão, e era mega recheada. A fanta laranja vinha na garrafinha de vidro e dava pra dividir com os irmãos.

Sou do tempo que as perdas eram sentidas, vividas. O luto era permanente porque aqueles que amamos e partiam, continuavam vividos na memória, sentidos quase que fisicamente.

Sou do tempo que natal era um momento sublime do ano. Esperávamos ansiosamente o mês de dezembro, por que além das sonhadas férias, tinha o encanto dos enfeites na cidade, no comercio, em casa...existia o verdadeiro espirito natalino.

Esse tempo? Esse tempo foi ontem e sinceramente, não vi passar!

abraço a todos.