Posso afirmar que nunca me
importei com idade. Não ligava em ter 15, 18, 20 anos...época que os jovens se
odeiam por que nada está no lugar, nada é para você, as pessoas te acham
criança, mas a gente se acha adulto. Não me importo em ter 41 anos, as vésperas
dos 4.2, acho que amadureci bem.
Mas de um tempo para cá ouvi, não
sei se de forma maliciosa ou verdadeira, algumas pessoas questionando minha
idade e meu comportamento. Nunca fui o bobo da corte, apenas tenho um humor
jovial, algo comum entre meus irmãos (mais minha irmã) de não envelhecer no
pensamento, em manter o bom humor, a rapidez de raciocínio, um pé na infância,
mas tudo devidamente dosado, para não me tornar o inconveniente, o Sergio
Malandro da turma. E mesmo assim, com o toque de timidez que me é peculiar,
ouvi que não estou condizente com minha idade.
Então pergunto, o que é
condizente com um cara e 41 anos?
Não postar brincadeiras na
internet? Não rir de programas humorísticos voltados ao publico mais jovem?
Desculpe se entendo a piada de um garoto de 17 anos. Peço desculpas ainda de
conseguir entender a linguagem dos jovens de hoje e interagir de forma natural.
Não forço nada, apenas vivo oque essa era livre nos dá.
Não vou me vestir de camisa
social fechada até o colarinho em tons marrons e cinzas, sapatos envernizados e
camisas polo com bermuda de tenista. Não. Prefiro minhas calças xadrez, vermelhas, amarelas,
os tênis brancos e as camisetas estampadas. Uso boina? Quando me convier, usarei
sempre. Não acho que tenho cara de tio Sukita. Não tenho crises de personalidade.
Então por quer alegarem que estou
fora do padrão? Me deu medo pensar que perdi a noção do ridículo. Mas não, não
perdi. Eu não sou o cara com síndrome de Peter Pan. Eu gosto de ter amadurecido,
de ter vivenciado dores e de ver machucados cicatrizarem. Isso tudo é a bagagem
da viagem que vai ficando pesada, mas que nos dá saberia para escolher onde
acondiciona-las na jornada.
Não levo problemas para casa.
Tudo o que passo ruim na rua fica no portão de casa.
Vejo amigos de escola, pessoas da
minha geração, que cresceram preocupados demais com o que seriam. Passaram anos
da vida focados em algo que não lhes rendeu nada, e hoje correm atrás de alguma
coisa que nem eles sabem ao certo o que. Pior, vejo um povo apodrecido, tanto
fisicamente como sentimentalmente. Estão desolados, perderam a noção do que é
ser feliz. Claro que em meio a essa avalanche de recalcados existem os que
transbordam felicidade. Não aquela felicidade falsa que as pessoas aprendem a demonstrar
depois de certa idade, aquela felicidade que passa longe do recalque, que é por
ter conseguido atingir o objetivo. Podem ter sido filhos, maridos, esposas ou
mesmo uma casinha branca de varanda. É com esses que vou, com esse tipo de
pessoa que quero dividir meus sucessos.
A
prendi que pessoas que reclamam
demais de problemas, que se fazem vitimas de algozes cruéis na verdade não são
merecedoras de pena, e sim de atenção. Não atenção a ela, mas atenção para não
se envolver numa cilada. Gente assim te empurra no poço, se faz de desentendida
e sai ilesa, como se nada tivesse acontecido.
Não quero mudar meu jeito de ser apenas
por que meia dúzia acham que eu preciso me vestir de forma mais clássica. Nem
vou ouvir cascatinha e Inhana por que não tenho idade pra ouvir Miley Cyrus.
Muito menos deixarei de ver Jogos Vorazes por que na minha idade é necessário ver
os “Farvest” Westerns de antigamente.
Não vou usar Almíscar como
perfume, nem passar Trim no cabelo. Não quero água Velva para o pós barba, nem Biotônico Fontoura para abrir meu apetite. Quero café da Starbucks, coca zero gelada e
lanches do Burguer King...isso por que ainda é permitido, em breve sabe-se la
como o organismo vai reagir.
Boa semana a todos.