A idade nos trás muito mais do
que expressões faciais cansadas, nos trás uma visão tão clara daquilo que já foi
vivido, que muitas vezes fica até pedante de ser falado.
Não fui uma criança de jardim de infância
(apesar de ser virtualmente amigo do Bratz desde então) e fiquei boa parte da
minha infância brincando em casa aos cuidados da mãe professora, que
alfabetizou os três filhos antes de ingressarem na escola. Meus primeiros dias
no pré-primário foram terríveis. Uma ruptura tão dolorosa, mas tão sofrida que
me lembro de tudo, mesmo passados 33 anos. Mas lá havia uma professora, Dona Luiza, que me acolheu e deu atenção até conseguir superar a ausência da mãe. Foi
minha primeira mestra, a quem tenho um carinho de filho, e creio eu não esteja
mais viva, por que ja era uma senhorinha quando a conheci.
Estudei num colégio estadual, que naquela época
( década de 80) ainda eram considerados o melhor ensino do país. Minha escola
era ótima. Corria a boca miúda que só os mais “burrinhos” iam para o ensino particular,
por que lá permitiam tudo. Como os tempos mudaram!!!!
Nos anos subsequentes tive outras
professoras, Dona Ruth, Clercy, e algumas que me “educaram” no mais profundo
significado da palavra. Quando ingressei na quinta série veio à mudança. Não
era mais a “tia” e sim os “professores”. Sete no total. Mas me dei bem, por que
tinha medo de ser indicado a classe de uma megera, professora de português chamada
Mafalda. No ano anterior minha irmã havia abandonado a escola por ser agredida
por essa senhora verbalmente. Como tinha e tem um gênio de cão, parou os
estudos por causa dela, causando um sério problema na escola. Para minha
felicidade foi designado para outras classes, onde essa senhora não era
professora. Sorte minha, por que foi um deleite. Dona Cidinha que foi titular
na quinta e sexta serie era uma pessoa de bondade infinita. Usava casco de vison
no frio...rs rs rs.
Mas não nego traumas nessa época.
Matemática sempre foi um problema na minha vida. A primeira professora me fez
muito mal, por que bloqueou toda a capacidade de raciocínio logico que poderia
obter nesses anos. Era um garoto tímido e o fato dela dar broncas em classe, me
deixava cada vez mais introspectivo em suas aulas, não tirando duvidas e nem
participando ativamente. Foi à única matéria que tive recuperação em toda minha
vida acadêmica, até a faculdade, onde a única disciplina que fiz DP era o que?
Matemática. Por isso digo como um professor pode alterar a vida de uma pessoa
lá no inicio de tudo. Encontro essa senhora sempre que vou almoçar aqui perto
do trabalho. Um dia tenho vontade de para-la e comentar sobre isso, o que não adiantaria
de nada, rs.
Só pra constar, não sou da época do bonde ok...rs rs rs
Mas português sempre foi minha
paixão, e minha professora de sétima e oitava séries ( que tenho a honra de ter
entre amigos no Facebook), me abriu a mente para algo que adoro: escrever. Era
obrigado a fazer redações semanais, o que na época odiava, mas que tenho
certeza absoluta me ajudou na clareza de expressão e mais uma vez no
vestibular, onde minha nota foi 10. O mérito é dela, por que instigou um lado
meu na adolescência : o de provar que também podia ser tão bom quanto meu irmão,
a quem a professora tinha um apresso declarado. Muitas vezes me chamou pelo
nome dele, algo que detestava, por que sentia a comparação. Não fui um aluno brilhante
de notas excelentes, mas exercia minha criatividade num trabalho bimestral que
era um jornal feito por alunos. Confesso que meu grupo fazia mega produções. O
gosto pela leitura e escrita advém disso, graças a ela.
Quando vejo noticiários sobre
professores que maltratam alunos, vejo o quanto fui feliz no meu ensino
fundamental, por que mesmo os pequenos traumas, não impediram que me tornasse
um adulto que gosta de estudar.
As dezenas de mestres que tive na
vida, meu muito obrigado.
Abração e ótima semana a todos.
2 comentários:
Oi ... Obrigado pela visita! Pois é ... Aquarianos são bem característicos. Abraços !!!
Estudei em colégio só para garotas e a tal da matemática foi a unica matéria em que peguei recuperação. Só uma vez..e nunca mais. Achava uma perda de tempo "estudar de novo" enquanto podia estar na rua correndo e brincando. Sempre gostei de estudar. Nunca fui brilhante, mas o suficiente para nunca ficar pra trás.
beijos FAEL.
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