O bom de amadurecer, de ver o tempo passar e ir ficando mais velho, é que acumulamos dezenas de histórias na nossa vida. Umas como protagonistas, outras apenas como espectadores. Mas lições são aprendidas quando se presta atenção no ser humano.
Sempre que uma data um acontecimento calhar com uma história que conheço, irei retratá-la aqui, por alguns motivos. Primeiro por que o blog eterniza, ele guarda pensamentos e histórias contadas e um dia podemos voltar e revê-las. Segundo que é uma forma de dividir algumas “coisas” com outras pessoas. Mesmo que não haja paciência de todos para ler, alguns pelo menos compartilharão essas narrativas.
Tentarei fazer um breve relato de uma grande história de amor. Já que ontem foi dia dos pais, quero contar sobre um em particular.
Há muitos, muitos anos atrás, uma jovem de dezessete anos, prendada, educada, estudiosa, o que era muito difícil na época por que falamos da década de 40, no interior de São Paulo onde a emancipação feminina era algo indiscutível para os padrões sociais, não impediu a jovem de sonhar, desejar uma vida de realizações.
Certa vez, acompanhada da irmã mais velha, a jovem saiu de casa em direção ao culto dominical. Acomodada num banco um pouco atrás da metade da igreja, sentou-se tímida a espera das palavras do pastor. Reparou num jovem um pouco a frente, no seu cabelo bem cortado, na elegância do seu terno, mas pouco divisou do seu rosto, mesmo assim cutucou a irmã e perguntou por ele. Era um seminarista, que em breve também seria pastor. Logo ela ainda encantada com aquele perfil, confessou a irmã: Vou casar com esse rapaz.
Por coincidência, naquele mesmo dia, o jovem garboso acompanhado do pastor jantou em sua casa, e na troca de olhares, podemos hoje concluir, que almas gêmeas, histórias de vidas passadas, ou seja, como queiram chamar essa forma de amor, se uniram para uma eternidade.
Trocaram juras de amor nos anos seguintes enquanto o jovem concluía sua faculdade de teologia. Foram inúmeras cartas recheadas de poesias, dedicatórias de um amor inocente, puro, que culminou numa união perpetua de fidelidade e respeito.
Os filhos vieram, um a um...preencheram a casa e se fez difícil a vida. A jovem, sozinha, com crianças pequenas acompanhava o esposo na sua missão pastoral de levar a fé onde dela necessitavam almas. Uma vida dedicada desde cedo ao bem comum. Muitas vezes abrindo mão de suas vidas em prol do bem alheio.Sempre que uma data um acontecimento calhar com uma história que conheço, irei retratá-la aqui, por alguns motivos. Primeiro por que o blog eterniza, ele guarda pensamentos e histórias contadas e um dia podemos voltar e revê-las. Segundo que é uma forma de dividir algumas “coisas” com outras pessoas. Mesmo que não haja paciência de todos para ler, alguns pelo menos compartilharão essas narrativas.
Tentarei fazer um breve relato de uma grande história de amor. Já que ontem foi dia dos pais, quero contar sobre um em particular.
Há muitos, muitos anos atrás, uma jovem de dezessete anos, prendada, educada, estudiosa, o que era muito difícil na época por que falamos da década de 40, no interior de São Paulo onde a emancipação feminina era algo indiscutível para os padrões sociais, não impediu a jovem de sonhar, desejar uma vida de realizações.
Certa vez, acompanhada da irmã mais velha, a jovem saiu de casa em direção ao culto dominical. Acomodada num banco um pouco atrás da metade da igreja, sentou-se tímida a espera das palavras do pastor. Reparou num jovem um pouco a frente, no seu cabelo bem cortado, na elegância do seu terno, mas pouco divisou do seu rosto, mesmo assim cutucou a irmã e perguntou por ele. Era um seminarista, que em breve também seria pastor. Logo ela ainda encantada com aquele perfil, confessou a irmã: Vou casar com esse rapaz.
Por coincidência, naquele mesmo dia, o jovem garboso acompanhado do pastor jantou em sua casa, e na troca de olhares, podemos hoje concluir, que almas gêmeas, histórias de vidas passadas, ou seja, como queiram chamar essa forma de amor, se uniram para uma eternidade.
Trocaram juras de amor nos anos seguintes enquanto o jovem concluía sua faculdade de teologia. Foram inúmeras cartas recheadas de poesias, dedicatórias de um amor inocente, puro, que culminou numa união perpetua de fidelidade e respeito.
As flores desejadas para a vida muitas vezes murcharam, a dificuldade os atingiu e os balançou, mas nunca o amor diminuiu e a vontade de continuar com mãos dadas foi questionada. Mas como almas dedicadas ao bem, muitas histórias dentro dessa história aconteceram. Alguns milagres que percebiam serem gratificações pela dedicação deles ao próximo, surgiam ano após ano. Um homem de bem sempre tem uma mulher digna e forte pro trás, amparando-o nos momentos difíceis. E assim foi, por 20, 30, 50 anos.
O Jovem agora pai de família, atingiu o grau supremo da sua profissão de pastor, foi eleito bispo ( dentro da igreja metodista), concluiu uma segunda faculdade, dessa vez de direito, e ajudou os 7 filhos a serem pessoas honestas e respeitosas com o semelhante.
Sementes da mesma arvore. Tão distintas e diferentes umas das outras, mas cultivadas com o mesmo amor, indiscutivelmente.
Uma vida de alegrias, de concretizações, de decepções com companheiros de profissão, que o abateu, mas não o destruiu, de realizações vistas nos olhos de cada um dos filhos, netos e bisnetos.
Mas algumas almas cumprem suas missões e partem inesperadamente. Se nos fosse possível interromper o processo da vida, e segurar nossos queridos um pouco mais, seria algo sublime.
O jovem, o senhor, o pai, o avô que dedicou a vida a missão de pastorear ovelhas, de levar a fé e o ensinamento divino a pessoas tão necessitadas da “palavra” se fragilizou com chegada da velhice, e o corpo, a matéria pela qual ele não se importava, por que o espírito estava acolhido, adoeceu.
A doença? Um processo de aceitação da família, um adeus antecipado, uma forma de arrumar as malas aos poucos e dedicar o seu tempo restante a confortar os que ficariam.
No ultimo dia 6 de agosto fez exatos 8 anos que esse exemplo de homem partiu. Véspera do dia dos pais. Deixou a família aos cuidados da sua amada, para que ela ainda continuasse com a missão de amparar os filhos, e guiá-los um pouco mais dentro da linda história de amor que viveram nos quase 60 anos de união.
Essa é a história dos pais de um amigo.
Hoje a dor é só chamada de saudade.
Abraço a todos. Boa semana.
10 comentários:
Rafa... que história bonita cara, que dedicação desse homem. Isso sim, que nos inspira a ser melhores a cada dia, com o proximo e principalmente quem está mais proximo da gente..rs
Não tinha nada melhor do que essa história pra começar a segunda bem!
Abraço!!!
Essa história é realmente muito bonita, e me lembra o caso do Fellini e da Giulieta Masina, que morreu logo após o falecimento dele, e também o do Dorival Caymmi e de sua esposa. É uma pena que muitas vezes não tenhamos o mesmo tipo de percepção que esta jovem teve ao ver seu amado pela 1ª vez. Isso evitaria muitos erros e a desistência de relacionamentos por pouca coisa. Um beijo, Karina.
...histórias assim da vida real existe...comigo não foi a imagem...mas uma voz...disse a mim mesma " essa voz eu quero ao meu lado pra sempre...bem...hj eu a tenho...por quanto tempo...isso só o tempo pra dizer...bjks doce em teu ♥.
Parabééns Rafa, adorei e fiquei super honrada.
Beijao !
Linda história. E tão rara nos dias de hoje...
Bjs.
Nossa começar a semana com uma história dessas é demais..uma verdadeira lição de vida.
Muito bonita.
abraços
Hugo
Almas gêmeas...qdo tem o previlégio de se encontrarem, dá nisso...pura poesia.
Semana poética pra ti.
Bjs meus
É bom quando chega a isso. Sentir saudade é o mínimo que podemos fazer por aquela pessoa. É admitir que ela deixou marcas. Que foi alguém. E que estará sempre conosco.
Abração Rafa!
Rafa, valeu pela visão e sintese desse amor que a gente sabe que é eterno... que de uma vida de alegrias e dificuldades o amor venceu!
E posso garantir que foi o melhor exemplo de homem de respeito, digno e exemplo de vida. Um pai amoroso.
Obrigado pela homenagem.
Abçs
Casa comigo?
É sério!
Seria a mulher mais REALIZADA do mundo!
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