AS NOVAS VOZES

Acredito que a Musica brasileira se enquadra entre as melhores produzidas no mundo, se não for a melhor. Só lamento que a indústria fonográfica nacional dê atenção a números e não a talentos. Mesmo assim, nos últimos anos apareceram personalidades musicais que conseguiram conquistar e firmar seu espaço no cenário musical.

No inicio quando surgiu Maria Gadú, e a imprensa toda babou sobre ela, confesso que senti certa repudia. Aquele Shimbalaie chato que tocava sem parar nas rádios, na novela, nos shoppings, me irritou por demais, mascarando o talento da jovem. Passado o frison, me propus a ouvi-la com outras intenções, e aí sim gostei do que vi.

Apesar de ser mais uma imagem “alternativa” da MPB, que já coleciona Zelia Duncan, Ana Carolina, Gal Costa, Maria Bethania, Marina Lima, Adriana Calcanhoto e tantas outras, me pergunto: é pré requisito pro sucesso? Ou será que as “femininas” como Marisa Monte não são bem aceitas. Tudo bem que a delicadeza exacerbada de Sandy chega a enojar, mas poderia ter um meio termo. Nem Angela Ro Ro, nem Wanessa.

Mas independente disso, estou em fase de simpatia por Maria Gadú.

Gosto da voz, do jeito moleque, da simpatia com que aparece na mídia. Espero que perdure o sucesso e que tenha talento suficiente para se manter na lista seleta de celebridades musicais.

O que talvez não entenda é a histeria coletiva por um jovem como Luan Santana. Não sei o que ele canta, não vejo graça na sua figura. Acho muita especulação por nada. Neste sábado passado a TV estava ligada no programa da Xuxa enquanto distraído organizava alguns DVDs. Lá estava o garoto em meio a fãs histéricas que disputavam alguma coisa em relação a ele. Em cada pergunta, se não me engano ele cantava “ a capella” uma musica do seu repertório.

Nunca vi algo mais sem graça, sem talento, sem noção do ridículo. Xuxa com sua vozinha fraca poderia dar um show se cantasse ao vivo. São essas atitudes da indústria que me deixa puto. Tanto talento por aí. Tanta gente boa, e o povo aposta nesse garoto amorfo, que ainda não descobriu a que veio. Nada contra ele, não o conheço, não sigo sua carreira. Apenas acho injusto que outros jovens mais capazes fiquem anos cantando em bares na noite, enquanto o Justin Bieber tupiniquim arranca gritos histéricos de meninas psicóticas, com baladinhas pseudo sertanejas.

O contra ponto que faço entre Maria Gadú e Luan Santana é justamente para exemplificar que o talento no Brasil é tão subjetivo como gostar de pitangas. Ninguém sabe onde tem, onde compra, mas todo mundo gosta. Dizer que é fã desse menino chega a ser uma ofensa. Dizer que é fã de Maria Gadú é querer ser pop. Ambos ainda tem chão para mostrar se podem ou não permanecer em voga. Por isso acredito que no tempo, nos próximos Cds, nos trabalhos que estão por vir. E nessa aposto que Maria Gadú vença o páreo. Questão de lógica, talvez.

Nessa, fico com a Fernandinha Takai. Pronto. Gosto dela e acabou.

Boa terça a todos. Abração.