QUEM É? O FRRRRRIIIIOOOOO

Não sei se as pessoas são como eu que guardam lembranças de todas as fases da vida, ou de situações, momentos, coisas idiotas que acontecem conosco durante nossa existência.

Hoje pela manhã me lembrei dos “meus invernos passados”...rs rs rs...

É fato que curto o verão, por causa dos dias que anoitecem mais tarde, do sol lindo pela manhã, da piscina, e da saúde que todos transbordam nesse período do ano, mas não nego também que o inverno guarda boas e más recordações do passado.

Quando criança estudava pela manhã e nos meses de frio sofria como um cão sarnento para ir a aula. Sempre curti dormir um pouco mais e ao tocar o despertador era obrigado a deixar o meu ninho para ir a uma escola chata, que amaldiçoava até o momento de colocar o pé na entrada da minha classe, depois como num passe de mágica amava aquilo tudo como a única coisa interessante da minha vida infantil.

Dormia em beliche com meu irmão mais velho, e nas noites de frio, cercava toda a volta da cama ( dormia embaixo) com cobertores transformando-a numa cabana confortável e aquecida. Usava uma luminária para ler e isso me parecia um acampamento. Saudade dessa época.

Já adulto e alguns anos atrás, viajei por vezes a Itapecerica da Serra em São Paulo, num rancho para férias. Pertence família de amigos que moram na Nova Zelândia e todos os anos calhava de virem para o Brasil nesse período, e nos recebiam por lá em meio a maratonas de crianças sendo entretidas com jogos e tudo mais que se permite num acampamento de férias. O bom de lá é o frio que deixa tudo úmido, as deliciosas refeições que servem durante o dia, e no final, não fazer nada, apenas: comer e dormir...ohhhhh coisa boa!

Sempre achei o inverno um período para se estar elegante. Casacos e blusas de frio deixam as pessoas com um aspecto europeu, mas o que mata é o mofo que tantos carregam nesse período. É também a estação que mais vemos pessoas cafonas, infelizmente.

Durante um período da vida tinha verdadeiro pânico quando o tempo começava esfriar. Tinha uma avó idosa que morava conosco e não perdoava um inverno. Em todos, durante anos ela adoecia gravemente. Eram meses cuidando para que ela não piorasse, mas sempre piorava. Mas o tempo passa, fica só a lembrança e nada mais.

Hoje nas noites muito frias, curto ligar meu lençol elétrico que adquiri de uma industria de Santa Catarina e que confesso, é a maior delicia que se pode ter numa noite fria. Um lençol comum com, eletrodos que ao serem ligados aquecem em serpentina toda a cama, possibilitando o uso de menos cobertores, tirando aquele peso descomunal que te esmaga num dia de frio intenso. A dois, o lençol proporciona coisas incríveis...rs rs rs...garanto.

Lembro que nos invernos da minha infância havia sempre festa junina, gorro de lã, sopa quente na casa dos avós paternos todos os dias depois da aula, trouxas de plástico colocadas nos vãos da janela para não entrar frio durante a noite. Família reunida e encolhida nos sofá dividindo o cobertor durante a novela. Manhãs geladas com sol que não esquentava, mas que deixava o dia sempre com aquele aspecto de felicidade. Infância!

Ainda hoje curto os dias frios, apesar de reclamar. Há a preocupação com os pais que já tem certa idade, mas felizmente muito mais fortes que os avós, por que os invernos vem e vão, e os dois continuam lá firmes e saudáveis.
O bom de tudo, é que quando enjôo do frio, logo temos o calor intenso de volta, os dias anoitecendo mais tarde e o horário de verão...aí a vida começa de novo e curto tudo isso até clamar novamente pelo frio, por que as noites quentes não me deixam dormir...to velho? Pode ser.

Abraço a todos.