Dia desses acompanhando um amigo
ao aeroporto de Campinas pra retirar uma carga ( peixes enviados por um
cliente) conversávamos sobre a adolescência, algo recorrente nos meus assuntos,
por que ainda não consigo entender as pessoas que dizem: deixo o garoto fazer
as burradas, é jovem ainda, vai aprender.
Posso dizer? O cacete que vai
aprender!!!
Não acho que ser permissivo com
um adolescente seja certo. É justamente nesse período da vida que os pais devem
acompanhar o desenvolvimento moral de cada um. Já falei sobre isso aqui, mas
vou me repetir para dar um exemplo que escutei desse meu amigo.
Ele trabalha numa mega empresa
fundada por Mórmons, os quais conheço pouco sobre os preceitos da sua religião,
mas escutando ele contar sobre a forma como educam os filhos e a preocupação
com a família, concluo que são um seleto grupo que conseguem criar filhos
dentro de um universo como o nosso, cheio de perversidades, com honra e caráter
sem tirar dos jovens a beleza da vida.
Não faço apologia a religiões,
sabem disso, mas respeito aquelas a qual enxergo uma boa vontade, amparada na
verdade. Por que de paninhos milagrosos estamos cheios por aí. Mas esse post é
para comentar um fato que meu amigo contou.
A filha de um dos companheiros de
trabalho, em plena flor da idade, como dizia minha avó, prepara-se para um
longo período de estudos nos EUA. Qualquer pai ficaria em desespero sabendo que
sua filha vai deixar o ninho para se aventurar por alguns anos fora de casa.
Passa tudo que é tipo de tragédias na cabeça. Principalmente levando em
consideração a imagem que as Universidades americanas são apresentadas ao
mundo. Farra, perversidade e pouco estudo. E pra isso tenho exemplos. Gente que
saiu daqui e passou um tempo lá. Voltou com uma carga enorme de aprendizado: em
bebedeira, festinhas e pouco estudo.
Mas a garota está indo estudar em
Salt Lake City, um lugar fundado por Mórmons, e que mantem a tradição da
religião entre os moradores. Tudo bem, então poderíamos dizer que é um lugar só
para quem é da religião? Não, é uma capital que oferece oportunidades para
todos que querem de forma honesta e concisa concluir estudos universitários ou
qualquer outro tipo de formação sem que haja aquele apelo sexual que vemos nos
filmes do gênero. Claro que não generalizo as universidades americanas, mas
digo que eu ficaria apreensivo de deixar meu
filho ir sozinho pra la. Mas em Salt Lake eu gostaria que fosse. Lá os
jovens vivem, festejam, trabalham, mas estudam. Nada de farra desavergonhada e
pileques no fim do dia.
Aí pergunto: O jovem pode ser
jovem sem cair na gandaia, sem fazer besteiras que algumas vezes os marcam por
toda vida? Sim, existem locais como SL que a molecada pode ser adolescente, mas
com as responsabilidades de alguém que começa uma vida. Erram os pais
permissivos que acreditam que passada a adolescência o jovem cria juízo. Como,
se ao iniciar o processo ele desvia o caminho? Não concordo com bebedeiras, com
noitadas, sexo por sexo. Tudo isso pode sim ser descoberto com o passar dos
tempos. Nunca fiquei bêbado, nem por isso sou um ET vivendo entre humanos.
Passei minha adolescência preocupado com o meu futuro e nem por isso deixei de
viver, ou fui alguém fora da
realidade. Me instrui, como fazem os jovens que vão para Salt Lake. Não
precisei fumar, me drogar, beber até cair, e passar madrugadas fora de casa pra
saber o que era a vida. Errado isso, muito errado quem passa essa imagem para
um filho, de que ser “direitinho” é coisa de idiota.
Não me julgo nem de longe o
senhor da verdade, mas acredito que merecíamos uma Salt Lake no Brasil, fundada
por pessoas distintas, religiosas, que não são fanáticas e acreditam que só
eles são a religião conclamada por Deus. Desse tipo estamos fartos. Por que para nós é tão difícil enxergar que
existem formas honestas de se crescer? Será que o “jeitinho” do brasileiro vai
perpetuar por quantos séculos ainda? Estamos no apogeu da ciência, da
tecnologia, e ainda encontramos jovens que passam os dias sentados trabalhando,
e almejando o fim da jornada para encherem a cara de cerveja em algum boteco.
Desculpem os que acreditam que isso é viver. Daqui uns anos quando a filha
desse rapaz que está indo estudar fora voltar comparemos algum jovem da mesma
idade que compartilha da ideia de que tem que “viver” intensamente, para vermos
a evolução de cada um.
Respeito, honestidade, caráter,
moral, bom senso, ideologia, inteligência, se conquistam com estudo, por que
cultura não ocupa espaço, e a família que tem isso por base associada a
religiões integras, criarão filhos que farão a diferença nesse mundo.
Abração a todos, e ótimo fim de
semana.
4 comentários:
Menino, o texto é muito bacana, cheio de verdades, por mais duras que sejam. A única coisa que eu penso, assim... em relação aos mórmons... sei lá, do que eu vejo por aqui, eles são o extremo do conservadorismo. Acredito que na vida tudo deve ser equilibrado... nem tanto liberal, nem tanto conservador...
Beijos.
Não dá pra esconder uma verdade quando ela aparece tão clara:
A educação dos jovens foi pelo ralo abaixo!
O chamado liberalismo ou não conservadorismo deixou a meninada com aquele senso de "posso tudo", quando sabemos ( e os pais deles também, mas a preguiça é tanta que fingem não ver ) que temos espaço limitado vivendo em sociedade!
Não se pode ter tudo!
Conservadorismo em sí é muito ruim ,mas os que os dias atuais tem mostrado é que a falda total desse conservadorismo é BEM PIOR!
Aplaudindo em pé seu texto!
bjs
Concordo em tudo Rafael!
Conheço alguns casais que seguem essa doutrina dos Mórmons e acho muito bacana a forma como eles encaram a vida, como criam seus filhos. Conheço também muitos jovens que saíram do Brasil e no entanto não trouxeram nada de lucrativo na bagagem!
ótimo texto, bjs
Muito interessante seu texto. Parabéns!
Abraços,
João.
Postar um comentário