Quando criança ouvia sempre dos meus irmãos que eu era um garoto adotado, que haviam me achado numa sarjeta envolto em folhas de bananeira. Então choraaaava, compulsivamente... rs.
Todo mundo um dia deve ter pensado, num momento de revolta, que a família, os pais, ou irmãos não são seus parentes, por que como podem judiar tanto de você? Isso geralmente acontece na adolescência.
Eu, apesar dessa afirmativa dos irmãos não tenho duvida nenhuma quanto a minha filiação, por que cachorro fica parecido com o dono, mas uma pessoa jamais adquire características físicas dos pais adotivos. Às vezes quando me olho no espelho, vejo meu irmão, meu pai, e muitas vezes minha irmã. Além de que, aos 11 anos, era a cara da minha mãe com a mesma idade.
Sou totalmente a favor da adoção de crianças carentes. Nunca me digam que adotar uma criança é jogar com a sorte, por não saber a índole que ela carrega. Isso é uma ofensa para mim. Muitos filhos legítimos de famílias conhecidas, de posses, são mais amorais e imorais que uma criança adotada.
Mas continuando, tenho certeza da minha linhagem genética, traços físicos, psicológicos e sentimentais me ligam a família da qual vim. Sempre escutei, desde cedo histórias relacionadas à gravidez que me trouxe ao mundo.
Minha boa mãe (que as vezes passa do meu limite de paciência...rs) engravidou deste que vos fala aos 35 anos, no mês de junho de 1972, numa época de frio intenso...em meio as festas juninas...ohhhh romântico. Mas assim, foi a cegonha ou a abelhinha que trouxe a semente, ok...por que pais não fazem bobiça pra ter filhos...os meus pelo menos não.
Se já ouviram um dia o grito do king Kong, amplifiquem e verão minha mãe vomitando...sim ela sempre urrou no ato de destripar o mico, então imaginem outras duas crianças intimidadas, chocadas, encostadas num corredor ouvindo esses som pavoroso. Eram meus irmãos. Talvez seja a explicação de que por anos judiaram do caçula...rs, vingança!
Aos 4 meses de gestação a minha doce progenitora pega uma sacolinha e parte para o centro da cidade. Não parava em casa, e como morava nas proximidades ia a pé. Bela e formosa a saltitar pelas praças como uma chapeuzinho vermelho barriguda, até que um bando de estudantes vem ao seu encontro e na trombada uma menina imbecil dá-lhe uma bicuda na unha do dedão do pé. Pronto, a pobre gestante senta no chão de dor. Cadê a unha? Sumiu. Sangue, sangue, sangue, e mais um trauma nos dois filhos pequenos que vêem a mãe chegar naquele estado em casa.
Beleza!!! passa o tempo, unha cicatrizada, 5 meses de gravidez e lá vai ela de novo ao centro fazer “comprinhas”. Antes de sair toma sua vitamina gestacional. Sai e ao chegar no centro da cidade senta num banco desorientada, perturbada, sem lembrar de onde vinha e pra onde ir. Junta multidão em volta daquela moça barriguda, chorando desorientada sem saber o que fazer, sem lembrar o telefone ou endereço de casa. Birutice? Não, quando foi tomar seu remédio se confundiu tomando um comprimido de Valium que um medico havia receitado a minha avó, a qual nunca encostou nos comprimidos por achar que calmantes eram coisa do demônio...rs rs rs. Um vizinho ao passar na praça e reconhecê-la a trouxe de volta. Mais um trauma para as pobres criancinhas judiadas.
Natal, presentes, festa na cidade seis meses de gestação e barriga grande. Novamente passeios na cidade, só que desta vez acompanhada de marido e mãe, ah, e juntos os dois pimpolhos mais velhos que iam ver papai Noel. Claro que uma grávida não pode ver feirinhas, doces e guloseimas que logo ficam com vontade. E não deu outra, na praça central da cidade uma feira de comidas artesanais, caseiras. Salivando lá foi a gestante provar dos “docinhos” comprou queijadinhas, Maria-moles, goiabadas e deliciosas cocadinhas, que se sentou ali mesmo pra comer. Uma, duas, três, na quarta cocadinha sentiu um gosto amargo, nojento, quando olha para o doce, havia um toco de cigarro apagado dentro, até com marca de batom. King Kong foi chamado ali mesmo. Traaaaauma nos pimpolhos. Só pra explicar, ela havia comprado doces da barraca de prostitutas de um bairro boêmio de Campinas, CACADINHAS DAS PUTAS.
Em 04 de fevereiro de 1973, nos anúncios do carnaval antes da novela das 8, uma torrencial tempestade de raios, trovoadas e rajadas de vento assolaram a cidade de Campinas. Pedras enormes de granizo batiam nas janelas para desespero da minha mãe grávida que tinha pânico de chuva. Foi tanto o terror, que eu, não me contendo, comecei a chutar pra sair. A pobre entrou em trabalho de parto em meio a tempestade aproveitando o som alto dos trovões para gritar de dor.
Naquela mesma noite as 23:30, o belo aqui nasceu por uma cesariana, pesando 4.100 kg, com 51 cm, gordinho, sem sobrancelhas, unhas e chorando sem parar, aos 8 meses de gestação. Sim o previsto era dia 5 de março...rs rs rs. Fui um bebê prematuro.
E aquelas duas criancinhas traumatizadas, claro, foram à maternidade ver o irmãozinho mais novo, que acabara de nascer, bonitinho....Bonitinho nada, ambos quando me viram disseram: eca, esse moleque parece um tomate, coisa mais feia, se soubesse que era isso, nem precisava nascer!!!
Todo mundo um dia deve ter pensado, num momento de revolta, que a família, os pais, ou irmãos não são seus parentes, por que como podem judiar tanto de você? Isso geralmente acontece na adolescência.
Eu, apesar dessa afirmativa dos irmãos não tenho duvida nenhuma quanto a minha filiação, por que cachorro fica parecido com o dono, mas uma pessoa jamais adquire características físicas dos pais adotivos. Às vezes quando me olho no espelho, vejo meu irmão, meu pai, e muitas vezes minha irmã. Além de que, aos 11 anos, era a cara da minha mãe com a mesma idade.
Sou totalmente a favor da adoção de crianças carentes. Nunca me digam que adotar uma criança é jogar com a sorte, por não saber a índole que ela carrega. Isso é uma ofensa para mim. Muitos filhos legítimos de famílias conhecidas, de posses, são mais amorais e imorais que uma criança adotada.
Mas continuando, tenho certeza da minha linhagem genética, traços físicos, psicológicos e sentimentais me ligam a família da qual vim. Sempre escutei, desde cedo histórias relacionadas à gravidez que me trouxe ao mundo.
Minha boa mãe (que as vezes passa do meu limite de paciência...rs) engravidou deste que vos fala aos 35 anos, no mês de junho de 1972, numa época de frio intenso...em meio as festas juninas...ohhhh romântico. Mas assim, foi a cegonha ou a abelhinha que trouxe a semente, ok...por que pais não fazem bobiça pra ter filhos...os meus pelo menos não.
Se já ouviram um dia o grito do king Kong, amplifiquem e verão minha mãe vomitando...sim ela sempre urrou no ato de destripar o mico, então imaginem outras duas crianças intimidadas, chocadas, encostadas num corredor ouvindo esses som pavoroso. Eram meus irmãos. Talvez seja a explicação de que por anos judiaram do caçula...rs, vingança!
Aos 4 meses de gestação a minha doce progenitora pega uma sacolinha e parte para o centro da cidade. Não parava em casa, e como morava nas proximidades ia a pé. Bela e formosa a saltitar pelas praças como uma chapeuzinho vermelho barriguda, até que um bando de estudantes vem ao seu encontro e na trombada uma menina imbecil dá-lhe uma bicuda na unha do dedão do pé. Pronto, a pobre gestante senta no chão de dor. Cadê a unha? Sumiu. Sangue, sangue, sangue, e mais um trauma nos dois filhos pequenos que vêem a mãe chegar naquele estado em casa.
Beleza!!! passa o tempo, unha cicatrizada, 5 meses de gravidez e lá vai ela de novo ao centro fazer “comprinhas”. Antes de sair toma sua vitamina gestacional. Sai e ao chegar no centro da cidade senta num banco desorientada, perturbada, sem lembrar de onde vinha e pra onde ir. Junta multidão em volta daquela moça barriguda, chorando desorientada sem saber o que fazer, sem lembrar o telefone ou endereço de casa. Birutice? Não, quando foi tomar seu remédio se confundiu tomando um comprimido de Valium que um medico havia receitado a minha avó, a qual nunca encostou nos comprimidos por achar que calmantes eram coisa do demônio...rs rs rs. Um vizinho ao passar na praça e reconhecê-la a trouxe de volta. Mais um trauma para as pobres criancinhas judiadas.
Natal, presentes, festa na cidade seis meses de gestação e barriga grande. Novamente passeios na cidade, só que desta vez acompanhada de marido e mãe, ah, e juntos os dois pimpolhos mais velhos que iam ver papai Noel. Claro que uma grávida não pode ver feirinhas, doces e guloseimas que logo ficam com vontade. E não deu outra, na praça central da cidade uma feira de comidas artesanais, caseiras. Salivando lá foi a gestante provar dos “docinhos” comprou queijadinhas, Maria-moles, goiabadas e deliciosas cocadinhas, que se sentou ali mesmo pra comer. Uma, duas, três, na quarta cocadinha sentiu um gosto amargo, nojento, quando olha para o doce, havia um toco de cigarro apagado dentro, até com marca de batom. King Kong foi chamado ali mesmo. Traaaaauma nos pimpolhos. Só pra explicar, ela havia comprado doces da barraca de prostitutas de um bairro boêmio de Campinas, CACADINHAS DAS PUTAS.
Em 04 de fevereiro de 1973, nos anúncios do carnaval antes da novela das 8, uma torrencial tempestade de raios, trovoadas e rajadas de vento assolaram a cidade de Campinas. Pedras enormes de granizo batiam nas janelas para desespero da minha mãe grávida que tinha pânico de chuva. Foi tanto o terror, que eu, não me contendo, comecei a chutar pra sair. A pobre entrou em trabalho de parto em meio a tempestade aproveitando o som alto dos trovões para gritar de dor.
Naquela mesma noite as 23:30, o belo aqui nasceu por uma cesariana, pesando 4.100 kg, com 51 cm, gordinho, sem sobrancelhas, unhas e chorando sem parar, aos 8 meses de gestação. Sim o previsto era dia 5 de março...rs rs rs. Fui um bebê prematuro.
E aquelas duas criancinhas traumatizadas, claro, foram à maternidade ver o irmãozinho mais novo, que acabara de nascer, bonitinho....Bonitinho nada, ambos quando me viram disseram: eca, esse moleque parece um tomate, coisa mais feia, se soubesse que era isso, nem precisava nascer!!!
Eu até que era um bebê bonitinho!!!
Abração e boa quarta a todos...
15 comentários:
Nossa! A melhor história sobre gravidez que eu já ouvi (li) até hoje!!
Que bb lindo, meu Deus!!
bjo
HASuhaushaus, que história gravidez mais difícil, coitada da sua maaamis, vc já estava dando trabalho lá dentro hehehehe, olhaaa, muita coisa se explica, mas posso ser sincero? Eu até sou obrigado a fingir muito (principalmente quando fazia pediatria), mas não acho bebe bonito hahaha, difíiiiiicil ter um... enfim... Adorei a história da sua gravidez (que vc nasceu rs), muito engraçado! Abraçuuuu!
Bela história! Eu nem sei como foi a minha, sempre tive uma meia certeza de que fui adotada e não contaram pra mim até hoje... rs... Sou tão diferente deles... rs
Beijocas
Rafael!!! Que história boa, rapaz! Que recordação pra lá de bacana, gosto muito disso!!
Cara, eu ri muito, sua mãe era beeem teimosinha né? E a cocadinha das putas, rapaz, eu gargalhei aqui!!!
Sabe, que eu nasci também em um dia que começou tempestades e talz, e minha mãe morria de medo de chuvas fortes.
Muito bom cara. Ainda bem que meu camarada veio ao mundo em meio de tanta confusão pra ele chegar!
Abraço fiote!!!
E vc nessa foto até que era gente, já! kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk
Ahhhhhhhhh Rafa
Que bebê lindo vc era!!!
Gotoso, rsrsrs
Como vc parece seu irmão!!! Todos lindos! Parabéns!
Nossa amei a história da sua mãe, achei muito legal poder conhecer um pouco mais de vc... Fiquei com muita raiva do cara da cocada, que nojo, coitada dela!
Eu não enjoei nada, nem esperando a Pietra e nem a Brisa, aliás só fico sabendo que estou gravida porque minha barriga cresce muito rápido...
Tipo com dois meses já se vê de longe que estou grávida, coisa que eu amo, eu me sinto a tal, a única mulher existente na face da terra, por isso tiro fotos e acho que fico maravilhosamente linda!!!
Vc nasceu enorme, em pensar que a Brisa nasceu com 2.200 e de nove meses, vc acredita???
Uma Brisa mesmo!
Bjs, adorei!!!
É, você foi um bebê bonitinho sim e que dá vontade de apertar e cheirar o cangote (porque cangote de bebê é muito cheiroso). Essa realmente é a melhor história de gravidez que já li. A da minha mãe (quando estava grávida de mim)se resume ao fato de que ela não aguentava comer nada, salvo iogurte, que ela detesta e do desejo por abacaxi. Como ela não conseguia comer nada, quando colocava o café da manhã começava a chorar todo santo dia, o que obrigou meu pai a tomar café na padaria. Um beijo, Karina.
Meu caso é mio diferente, tem horas que olho pra minha família e tenho a certeza que vim deles: nessa hora é que tenho vontade de chorar e gritar!
HAHAHA, mentira, mas que poderia ter um pae rico, podre de rico eu poderia (iria continuar amando o meu pai, mas agora com mais digitos na conta).
Abraço
hauhaahuahauhua
texto muito bom Rafael!
Por quanta coisa vc e sua mãe passaram, hein?!
e sim, vc era um bebe muito bonitinho!!!!
bjss
QUATRO QUILOS E CEM, e ainda faltava um mês para ficar no forninho?! Meu Deus, que bebezão!
Uma coisa importante, que eu acho que tu precisa encarar : papai e mamãe namoram, sim, viu? Pode ficar com a versão romântica, do chamego que começou na Festa Junina, entre uma maçã do amor e um quentão, mas não teve nada de cegonha nem de abelhinha trazendo semente. Também não teve bebê brotando do repolho.
Ehehehehehe
* Que linda essa foto! ^^
Beijo, beijo.
ℓυηα
essa história dá uma novela ou filme, publica os proximos capitulos...
Muito legal sua história e especialmente a maneira como você a encara e conta.
O início mostra que você tinha que estar aqui!
Parabéns!
Coitadinha da sua mãe!
Menino que história! Vc é aquariano Rafa( não que acredite em horóscopo!) mas agora dá p entender o pq de me ver nos seus textos!
Parabéns menino com cara de tomate!rs
Muita coisa explicada agora sabendo dessa epopéia da sua mãe... e também que ela errou a data de seu nascimento e as contas, porque nene de 8 meses com 4.100kg e 51cm? Se nascesse com 9 meses vc teria 8kg e falaria 2 idiomas? Impossível, acho que sua mãe tomou outros valiuns rsrsrsrs...
Otima história... e vc não tem como negar ser filho do seu pai e da sua mãe...
Abçs
hehehehhe... Nossa, ainda bem que você estava na barriga da sua mãe quando ela digamos que assim ficava um pouquinho mais nervosa. Ou não, né?! Às vezes lá dentro é pior, vai lá saber... rsrs
Nem conheço histórias da minha mãe gestante de mim, descobri a pouco o quanto ela sofreu no meu parto. Tadinha, quando que morremos os dois. Viu?! Nem eu sabia que tinha quase morrido!
Só lembro sempre que meus irmãos mais velhos diziam que minha mãe me achou na lata de lixo e, para completar, minha mãe balançava a cabeça concordando! hhehehehehe. Mas como acho que sempre fui meio rebeldinho, nunca liguei se eu tivesse sido nascido numa lata de lixo mesmo... hehehehehehe...
Abraço!
ooociii q tu era mesmo muito fofooo, nhaaaaaaaaaaaaaaa, delíciaaaa, keria dar uns paertoes nessas bochechas ^^
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