EU GOSTO É DE NOVELA BOA!

Lá no passado, no final dos anos 70, propriamente 1979, a Globo exibiu um texto de Gilberto Braga, que a critica concluiu ser um divisor de aguas na teledramaturgia. A novela em questão era dancing Days. Travava o embate de duas irmãs, vividas por Sonia Braga e Joana Fomm, Julia Matos e Yolanda Pratini. A segunda cria a filha da irmã que havia sido condenada a prisão e ao retornar há a disputa pelo amor da então jovem Gloria Pires.

Mais tarde Joana Fomm regressa as telas como Perpétua, e sua incessante vontade de destruir Tieta, irmã legitima, a qual nutria inveja doentia. E assim, foram, Odete Roitman e Celina, Raquel e Ruth e tantas outras, mas nenhuma delas até hoje deu tanta veracidade para um personagem de irmãs como Marjorie Estiano e Fernanda Vasconcelos.

Confesso que torci o nariz para as duas quando as vi anunciada. Achei uma escolha fraca, por que tinha preconceito com as ambas, devido a personagens passados. Mas me curvo ao talento das duas, e a incrível direção que fez de um texto magnifico a quase verdade de uma ficção.

Quando se fala em “A Vida da Gente” faz-se imediatamente uma ponte a Manoel Carlos e suas histórias do cotidiano, só que dessa vez, com a mão certeira de uma autora estreante ( com um texto assinado por ela, e não coadjuvante de algum figurão). Licia Manzo conseguiu assegurar um entretenimento as 18:00 hs quase impossível para um autor que sucedeu o campeão de audiência do ano de 2011, Cordel Encantado.

Marjorie e Fernanda deram vida à trama, claro que acompanhada de grandes atores para sustenta-las como protagonistas. A serenidade de Tiago Lacerda, Nicete Bruno e a magnifica personagem de Ana Beatriz Nogueira, e também a pequena Jesuela Moro ( Julia) foram capazes de costurar um enredo que desse as duas a capacidade de soltar-se e serem criveis. Do acidente que deixa Ana em coma a cirurgia da pequena Julia no penúltimo capitulo, a novela foi perfeita, calma, e emocionante.

Difícil criticar algum momento entre as duas, difícil optar em qual era a certa, em qual merece no ultimo capitulo ficar com Rodrigo, o amor de infância e de vida adulta das duas. A Vida da Gente é apenas uma ficção, que esfrega na cara de tantos, problemas familiares escondidos, guardados a sete chaves, ocultados dentro de armários. Uma mãe que detesta sua filha, por que acredita que a imperfeição física fez dela a uma  perdedora. 

Em contra partida a opressão a uma garota talentosa que pouco viveu, por que foi vitima dessa mesma mãe enlouquecida e mal amada.

É uma pena que Licia não esteve num horário nobre, que pudesse ser assistida por parte do publico. O horaria das 18:00 hs é complicado pra todos nós. Mesmo assim, nos últimos tempos acompanhei, e senti necessidade de dizer que ambas as atrizes ganharam minha admiração, meu respeito, e que possam num futuro repetir atuações como essa.

Jayme Monjardim é como Daniel Filho, dificilmente algo que passem em suas mãos não emocionem o publico.
Sentirei falta.

Abraço a todos e ótimo fim de semana.

6 comentários:

Que Show, Kisner! disse...

eu gostei tanto de A Vida da Gente que para mim ela é melhor que Cordel Encantado, se assim é possível. Abraço

Paulo Roberto Figueiredo Braccini - Bratz disse...

não assisti portanto não posso comentar ...

mas um bom fds para vc queridão ...

bjão

Prisioneiro 0001 disse...

Eu dei uma olhada e gostei tb.
Ana B. Nogueira é fantástica msmo.

Mas ainda acho q ninguém faz uma novela com o Braga, né?

Um bjo!

Sol disse...

eu tb não assisti..
estou assistindo aquele beijo..estou me divertindo muito.

bjs.Sol

Edilson Cravo disse...

Rafael:

Confesso que não assisti a esta novela, mas as poucas vezes que escutei uma fala ou outra achei muito bem construídos os diálogos e os embates filosóficos que os personagens de modo geral travavam.
Lindo fim de semana. Abraços.

Heron Xavier disse...

Esta novela trouxe uma plasticidade tão incomum para à telematurgia, que deveria ser exibida às 23:00hs, já que a massa não soube valorizá-la.

É uma pena que não repetirá no canal aberto.