OFENSAS PUNIDAS

Vivi resquícios da ditadura militar na minha infância. Como nasci no inicio da década de 70, mesmo não tendo noção do que significava censura, tinha certa ideia, por que via e ouvia meus pais criticando atitudes do povo que era contra o governo, algo que dentro da minha casa sempre fora criticado, por que para meus pais o regime militar era muito bom. Coisas de quem vivia absorto e alienado ao que se passava em volta.

 Me lembro que cada programa iniciava com aquela chancela do governo federal , carimbada e autorizando a programação a ser exibida. Na minha inocência de garoto via aquilo com diversão.

A primeira manifestação de liberdade de expressão que tive consciência mesmo, 100% foi a derrocada do ex presidente Fernando Collor em 1990 ou 91. Ali se disse claramente, abertamente tudo o que se devia sobre o governo, militar e democrático. De lá pra cá essa “liberdade de expressão” foi confundida com invasão de privacidade, e o pior o desrespeito exasperado a figuras publicas.

No ultimo dia 19 o integrante da bancada do CQC Rafael Bastos, pela enésima vez passou do limite do respeito, da educação, bom senso, ética, gentileza, graça, e vomitou mais um de seus insultos. Desta vez direcionado a cantora Wanessa. Não vou repetir o que foi por que a mídia já divulgou bastante. Apenas falo sobre o assunto por que profissionais dos meios de comunicação social como Rafael Bastos sinceramente me fazem pensar se não deveríamos ter um esquema de censura, mesmo interna ( como há na Rede Globo) para que não exacerbem do seu direito de palavra e atirem bosta em pessoas que estão quietas, que não fazem mal algum a eles.

Havia deixado de assistir CQC, programa que acho de inteligência impar na TV, por causa de Rafael Bastos. Certa vez fez uma piada infame a respeito do cantor Roberto Carlos, na ocasião da comemoração dos 50 anos de carreira. Uma piada desrespeitosa, desnecessária e ofensiva. Eu como telespectador naquele momento me senti ultrajado, como agora o fizeram, Ronaldo, o marido de Wanessa e até o companheiro de bancada Marco Luque que  também se sentiram mal. Alguns meses atrás foi a polemica sobre mulheres agradecerem o estupro por que o cara estaria fazendo um favor a elas. Isso é humor? Onde? Existem pessoas que realmente pagam pra ouvir essa besta?

O que me deixa satisfeito é que a alta cúpula da emissora resolveu de vez afasta-lo do programa, algo que certamente dará um caminho melhor a produção, por que pesa a imagem e a agressividade desse cara no vídeo.
Congratulo a direção da Rede Bandeirantes, e a direção do programa. Espero que o afastamento não seja temporário, e sim uma demissão. Não gostaria mais de vê-lo no CQC. Alias, gostaria de voltar a assistir o programa. Apesar de não ser fã de Wanessa, prezo o bom senso de não ofender uma mulher, que além de tudo está gravida.

Liberdade de expressão é uma coisa, falta de educação é outra.

Ótima semana a todos.

4 comentários:

RaFa . disse...

Eu até gosto dele e das piadas quando bem colocadas.
O problema, eu acho, ele leva para um lado pessoal e aproveitando que tá no ar, tenta fazer disso uma coisa saudável.
Ele errou feio, como em várias vezes.
O problema não é nem a Wanessa, ma sim a criança.
Mas enfim, tá tendo o que merece.

Paulo Roberto Figueiredo Braccini - Bratz disse...

parabéns pela contextualização ... assino em baixo ...

Daniel F. Antunes disse...

Existe algo chamado "limite". Deveriam aprensentar a ele.

#absurdo

Que Show, Kisner! disse...

o rafinha, teu xará meu caro, é um imbecil, bem diferente de você né? óóó qta melação ahm? rsss... cara, não gosto dele, não gosto do CQC, não me divirto com o Legendários, não consigo mais aturar o Pânico. é foda! bom, esse assunto dá muito pano pra manga lá no mr. tb, vou pensar no caso. Abs