Santinha era, é , e sempre será o tipo de pessoa que intimida a quem por perto passa. Não deixa as pessoas falarem, não aceita criticas, não admite que divirjam de sua opinião. É linha dura.
Filhos? Que nada, não teve paciência pro casamento, muito menos pra maternidade. Sua função é cuidar da vida alheia, fazer com que as mulheres da comunidade a obedeçam. É um general pronto a ordenar aquilo que lhe é conveniente.
Um belo dia formou-se um diz que me diz, por que uma das senhoras da liga das mulheres justas disse um palavrão a respeito de Santinha o que gerou caos, gritos e ranger de dentes entre as pessoas que a conheciam. Uma menininha que por ali brincava ouviu essa senhora dizer tal blasfêmia, e não teve duvida, contou a santinha o ocorrido.
Nada aconteceu naquele dia, nem nas semanas seguintes, afinal estava próximo do natal e ninguém, muito menos Santinha iria estragar a festa. O pior de tudo é que a pessoa que a insultou era meio parente. Uma donazinha enxerida!!! era o que o restante do povo dizia.
Mas não tardou para que Santinha confrontasse a jovem senhora, e isso se deu, claro, numa festa de família. Entrou ela marchando com seu coque muito bem preso, sua pestana erguida, com aquele semblante de professora de alemão da década 50 e de cara inquiriu a mulher que carregava um rebento no colo.
Discussão acirrada, gritos, crianças chorando e mulheres saindo de perto. A jovem, jurava de pés juntos que nada havia dito a respeito de Santinha. A menina (sobrinha da tal moça) foi chamada para uma acareação e confirmou tudo. De pronto a “donazinha” negou o dito até a ultima gota de suor. Por fim concluiu-se que a menina inventara aquilo. Sabe como é, uma garota de 7 anos tem uma mente muito fértil.
Terminado o furdunço, beijos de despedida, comprometimentos de um novo encontro em breve, docinhos embrulhados em guardanapos e todos se foram. Mas a historia de Santinha ter sido ofendida permaneceu por entre as pessoas da família por anos. Sempre que questionada, a jovem senhora desmentia o feito e achincalhava a garota, que nem criança era mais.
Muitos, muitos anos se passaram e um dia numa nova festa de família, a agora senhora, confessou. Xinguei a Santinha sim, mulher insuportável, mal educada, folgada. Metade da família estava morta. As pessoas da época nem se lembravam mais, e finalmente ela disse. Xinguei, xinguei mesmo, por que aquela virago asquerosa não passava de uma fdp.....
Sabe quem era essa dona aí que xingou? Minha mãe...rs rs rs rs...
Abração e ótima semana a todos....
Um comentário:
Oi Rafael,
Eu conheço uma santinha é claro a mais errada de todas, mas aí de quem a contradizer, resposta pra tudo, dona da razão, insuportável.
Adorei a ironia de teu texto,
Beijo meu
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