O crepusculo de um mito

Abandonei a idéia que tinha para o post de hoje em prol de falar de um mito. Na verdade um mito caído, ultrapassado, mas que marcou boa parte da história nos últimos 50 anos.

Fidel sempre foi o macaco barbudo, amigo de Che Guevara, inimigo numero 1 dos EUA, porém uma figura que crescemos ( digo nos acima dos 30) vendo-o desafiar a hegemonia e o autoritarismo norte americanos, que impôs ao mundo uma nova forma de pensar e viver.

Quando um ícone como Fidel , sai de cena, é impossível não sentir uma certa nostalgia. Aprendíamos na escola, ainda com métodos do antigo regime militar que “CUBA” era a ilha dos desajustados, dos comunistas que devoravam criancinhas, que na verdade esse “devorar” era apenas uma alusão ao regime idiota implantado por ele, um regime que devorava sim, toda e qualquer esperança que o povo teria de se igualar o restante do mundo. Só podemos dizer que Fidel, apesar da truculência teve até hoje peito para enfrentar tudo e todos. Com o fim da União Soviética era de se esperar que Cuba fosse introduzida no capitalismo, apesar de acharem que não, ele está lá, e não irá demorar para que crianças cubanas desfilem com seus nikes e ipods pela cidade. A era Fidel terminou.

Ter carisma em meio a um povo miserável, subjugado e manter-se líder e amado é algo ainda incomum na história recente. Fidel extrapolou barreiras de bom senso, torturou e matou adversários políticos, impôs o regime que só ele acreditava ser o ideal, e ficou sozinho. O palco esvaziou e sobrou apenas Fidel, com seu monólogo repetitivo e desgastado.

Para os mais jovens, nascidos na década de 80 ou 90, é difícil mensurar o que é essa aposentadoria de Fidel, esse “sair de cena”. Uma lenda viva, a história em pessoa.

Sendo bem grosseiro na comparação, quando Xuxa estiver velha ( um pouco mais, pq velha ela já ta...rs) e abandonar de vez a mídia, talvez os mais jovens de agora sintam essa nostalgia a que me refiro. Um “ídolo” se vai.

Adeus camarada Fidel.


4 comentários:

Râzi disse...

Faço minhas as suas palavras!

Ele é quase um ícone da nossa geração! hauahauhauah!

Abração!

Anônimo disse...

E COMO VC DISSE EU SOU DA DECADA DE 80, NAO PUDE SENTIR NA PELE O EFEITO QUE ELE CAUSOU AO MUNDO (ATE PQ NESSE PERIODO MINHAS PREOCUPACOES ERAM OUTRAS NA VIDA), MAS PUDE POSTERIORMENTE ESTUDAR A RESPEITO DELE E SEI O Q ISSO REPRESENTA PARA A HISTORIA ATUAL!

MUITO BEM LEMBRADO!

PS: FUI BAIXINHO DA XUXA, RSRSRS!

Anônimo disse...

Olha, eu posso não ter mais de 30 anos, mas minha nostalgia com relação à renúncia de Fidel é bem verdadeira... estou custando à acreditar... talvez seja pela minha paixão por história e política, sei lá... é esquisito demais...

Por mais que ele fosse um filho-da-puta em metade dos momentos, eu ainda simpatizo com ele... sei lá, é estranho...

Anônimo disse...

(nao me lembro mais da minha senha)

Eu tenho a impressao que, salvo um batalhao de funcionarios públicos parasitas, o povo de cuba era OBRIGADO a amar o líder do "Triunfo da Revolucao". Venerar Fidel é ainda (nos dias de hoje) um dever cívico para os cidadaos cubanos, da mesma maneira que foi Pol Pot no Cambodja, Marcos nas Filipinas ou Hafez Assad na Síria. Quem nao fizer vai certamente ser denunciado e sofrer as consequencias. O povo cubano vai poder respirar quando este m-rda estiver queimando no inferno. Fidel nao somente torturou e matou adversarios politicos, mas também escritores, professores, artistas, médicos, engenheiros... e até hoje mantém uma repulsa especial contra os homossexuais, que sao considerados inimigos da revolucao. Achar o Fidel Castro uma figura bonachona ou simpática é uma tentaçao, dado o seu discurso e aparencia alegórica. Trata-se no entanto de um velho sifilítico com uma arma na mao, nem um pouco diferente do Robert Mugabe. Sandoval, mais conhecido como Sandô.