Na minha infância todos os problemas domésticos eram sempre resolvidos por minha mãe. Meu pai sempre teve um problema serio com trabalhos manuais. Apesar de ter um “oficio” de alfaiate ( como diziam antigamente) fazer consertos domésticos nunca foi seu forte.
Para que a casa ficasse sempre em ordem, entrava em cena a Pereirão...kkkkkkkkkkk ( igualzinho ao personagem de Lilia Cabral). Era minha mãe que trocava torneiras, instalava chuveiros, lâmpadas, desentupia caixa de gordura, pregava quadros. Quando os filhos homens cresceram continuou assim, por que ambos ( eu e meu irmão) puxamos a inercia do véio...rs
Morando sozinho hoje, preciso pelo menos fazer uma ou outra coisa, como no domingo à tarde, chovendo e com um frio danado, o bendito do chuveiro pifou. Substitui pelo mesmo modelo, um robocop cheio de botões fios e tralá lá. Já noite, velas acesas pra enxergar ( luz desligada, para não tomar choque) cotovelo queimado pelas chamas (eram varias velas) e finalmente um chuveiro quentinho. Prova que herdei algo da Pereirão.
Mas a boa mãe tinha lá seu apelido no bairro, não era Pereirão, mas era Terezona...rs rs rs. Sempre foi aquele tipo disponível para ajuda. Aplicava injeções, levava o povo ao médico, fazia pães, e jogava seu bingo, uma das coisas que sofremos para tirar dela. Portanto a Terezona era também bingueira.
A idade chega, e hoje a Terezona não faz mais serviços dessa natureza. Não sobe mais nas cadeiras, não tenta mais trocar chuveiro. Hoje ela paga pra alguém fazer isso. O pai, depois de aposentado voltou ao oficio de juventude, e hoje “costura pra fora”, como dizemos...rs rs rs. No condomínio onde moram é conhecido como “costureiro”, o que o deixa muito puto. Piadinhas de filhos, netos, e amigos.
O que nos deixa tranquilos (nós filhos) é que ambos estão numa fase da vida onde deveriam descansar, e a agitação de pessoas entrando e saindo para levar roupas para costura movimenta demais a vida dos dois, tirando-os daquela depressão da 3° idade.
Pereirão ou Terezona hoje só cuida do dinheiro. Diz quem deve, quanto tem que pagar fica só ali, no caixa do ateliê de costura. Bingos? Quando surgem, corre lá a Terezona bingueira pra jogar uma partidinha. E sobre esse assunto qualquer dia eu faço um post, por que existem histórias hilárias a respeito dos anos de jogatina da véia.
Abraço a todos e ótima sexta feira.
7 comentários:
A minha mãe não chegou a ser um "Pereirão" ou uma "Terezona" em relação aos consertos domésticos, mas sempre demonstrou muita força para várias outras coisas. Acho que também sou assim. Para todos os demais consertos, ou peço ajuda ao meu pai (que é preguiçoso, mas que me ajuda porque sou o xodó), ou do "marido de aluguel", digo, Sr. Messias, porteiro do prédio, protetor das solteiras, viúvas e descasadas... ha ha ha Bjs, Karina.
Oiiee!!
KKK Em casa, o "Giselão" sou eu... rsrsrs Troco resistor de chuveiro, coloco quadro, pinto parede, lixo porta, faço rejunte de banheiro, etc... rsrsrsrs
Achei muito bacana seus post. E acho importante dar valor para as mulheres que fazem estas tarefas.
Parabéns! Bjss e bom findis.
Ah... Minha mãe nunca foi um Pereirão, mas era brava viu? Meu pai sofreu com ela coitado...
Eu não sei fazer nada, apelo sempre pro marido!
Mas conheci uma Terezona!
Abraços
olha só ... a minha tb ... incrível ... ela tb é Terezona ... omg!
Sinto muito amor e carinho no teu texto!
Um abraço grande Rafael!
http://rabiscosincertossaltoemceuaberto.blogspot.com/
Quando as pessoas me contam histórias como essa, fico pensando o que foi que aconteceu com meus pais. Uma dupla que definitivamente não deu certo. Nenhum dos dois tinham tendências para Pereirão, meu irmão é que fazia essas coisas até sair de casa e saiu cedo. Quem ficou pagando para fazer tudo foi eu, que não tenho vocação para Pereirão, exceto para pequenos consertos, do tipo se virar mesmo, porque agora moro sozinha.
Meus dois maridos não eram Pereirão também. Então meu sonho era ser ou ter um Pereirão, mas acho que isso não é pra mim.. rs
Beijocas
O melhor chuveiro é o mais simples de todos. #Dica.
Terezona benzia cobreiro tambem ? rsrsr
Abração.
Vida de Dois Ursos
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