CRIANÇAS INGENUAS

Se há coisa que me tira do sério são atitudes de algumas pessoas que fogem as regras do que é “normal” dentro da sociedade.

Acho muito inteligente que evoluamos de acordo com as tendências do mundo. Não da pra ser uma pessoa fora do contexto social, e nem escrava das “modinhas” que aparecem a cada semana. Isso se revela muito na criação de filhos hoje em dia, por exemplo.

Não sou pai, e nem por isso não enxergue e saiba a melhor forma de se criar uma criança. Sou filho e não sou um alienado social, por isso tenho ciência que não existe uma formula para criação dos guris, por que cada cabecinha que nasce vem de um jeito, e moldamos a nossa vida de acordo com cada um desses pequeninos.

O bom senso diz que educar um filho é respeitar sua infância, orienta-lo na adolescência e ser amigo a vida toda. Básico e fácil se eles não se entortassem desde cedo. Rs rs rs.

Hoje em dia não há muito espaço para o mundo lúdico no qual fui criado, aliás, eu não tive esse mundo, eu o via da porta pra fora. Quando se tem irmãos mais velhos à fantasia acaba rapidinho. Aprende-se a dividir, a ser “subtraído” o tempo todo, poucas vezes somado, e nunca multiplicado. Mas manter uma criança “infantil” demais nos dias de hoje é um perigo.

Muito se fala de bullying, e eu cada vez mais chego à conclusão que ele é necessário. Claro que não o extremo de transformar um único ser no alvo de toda intolerância de uma turma, mas aquelas gracinhas (sem graça) a qual todos fomos expostos nos ajudou a sermos defensivos, a revidar, a discutir, a sermos donos do próprio nariz. Aí se tira totalmente da sociedade essa “vacina” contra os predadores da vida, o que vai acontecer? Teremos uma geração de crianças que não sabem ser agressivas nas atitudes, sem espontaneidade, sem voz ativa, sem iniciativa. Alguns poucos dominarão massas. O certo é ficar de olho pra saber se os filhos não extrapolam o limite desse bullying. Respeito é bom, mas as crianças precisam dessa forma de sobrevivência.

Ouvi da mãe de uma garota de 9 anos, a seguinte história: ano passado a guria chegou em casa apática e assim permaneceu por dias. Ao ser inquirida sobre a carta para papai noel a menina em lagrimas confessou que um amiguinho da escola havia dito que não existia o bom velhinho. A mãe ao invés de sentar e explicar para essa pré-adolescente que era verdade e tentar minimizar a decepção da garotinha, disse que o menino era um idiota louco, filho de uma mãe imbecil que inventava mentiras para ele. Levou a garota ao shopping, a fez entregar uma carta ao papai noel mal trapilho e jurar não desconfiar mais dessa história. Peço: tirem suas conclusões disso.

Minha sobrinha da mesma idade tem facebook, Orkut, conversa comigo no msn, e brinca de boneca com as amiguinhas (sempre vigiada pela irmã mais velha e a mãe). É uma garota antenada a tudo que acontece no mundo. Tem sapiência para distinguir o que é certo do errado, não se ilude com bobagens e mesmo assim é infantil, dentro do limite da sua idade.

O que é certo? Criar um filho aos moldes do mundo, fazendo-o integrar-se 100% ao que está em volta ou manter a criança infantilizada até onde consegue. Pergunto de novo, essas crianças fora do contexto, não seriam vitimas fáceis do bulliyng?

Então os pais deveriam parar e perceber um pouco mais seus pequenos. Se não são eles vestindo-os com roupas ridículas, atitudes infantis que jogam os seus “bebes” no tanque dos tubarões.

Quanto mais cedo as crianças aprendem que o mundo não é um mar de rosas, mais facilmente se adequarão a ele, sem fantasias de pôneis malditos voando sobre suas cabeças quando dormem...rs

Boa semana a todos.

4 comentários:

Giselle Kleinke disse...

Boa tarde!!
Minha opinião é a seguinte: tudo o que é demais atrapalha. Crianças que ficam 100% na Internet, lidando mais com adultos (que é o que acontece com a maioria das famílias, que hoje em dia, tem 1 filho – comparando com as de antes, que tinham, no mínimo, 3), vendo T.V. o dia todo, pulam uma etapa muito importante da vida real. Crescem muito rápido. Crescem, não amadurecem. Tem acesso à poucos valores, tornando-se pessoas “ocas”, sem personalidade. Hoje, a garotada de 8-12 anos, só sabe falar de namoro. Mas... Não como era antes. Já falam sobre sexo sem pudores e valores, somente como um ato vazio, só uma curtição, somente um ato mecânico... Não têm noção sobre o real objetivo daquilo, que pode ser diferente, com sentimentos, e acho que isso não é legal. Tornam-se adultos que não respeitam o companheiro, que acham que tudo é descartável. Por outro lado, quando as crianças são forçadas à terem uma infância como a de seus pais, realmente, ficam fracas, sem a malícia benéfica e necessária para sobreviverem na vida real, alienadas totalmente em um mundo imaginario. Lógico, sofrem muito mais, e sempre serão pessoas excluídas pela sociedade e por si mesmas.
Eu tb não tenho filhos (ainda rsrsrs), mas quando tiver, gostaria de ter a sabedoria e discernimento para conseguir mesclar as duas formas de educação. Nem tanto um, nem tanto outro. Quero que meu filho tenha conhecimento para poder optar pelo melhor sempre, de acordo com o momento, e que tenha “jogo de cintura” para lidar com as adversidades que a vida impõe. Que fantasie sobre os objetivos que pretende alcançar, e que tenha garra para torna-los reais. Que o otimismo sirva para ter o que buscar, e que o pessimismo sirva para conquistar.
Bjssss e ótima tarde para todos.

Marcia disse...

huhuuu I Love polêmica! Muito boa a discussão. Concordo com você, é preciso um caminho do meio sempre, equilíbrio. Não vale teros crinaças abobalhadas e infantilizadas, assim como não vale criar verdadeiros mini-psicopatas, mini-dançarinas rebolativas e sexualmente estimuladas precocemente. Manter a infantilidade e a ingenuidade no limite de distinguir o certo e o errado, e sem medo de ser maniqueísta, o bem do mal. Preparar adultos decentes, dignos sem serem otários, esse é o desafio! Uma ótima semana. beijos

Rabisco disse...

Como tens razão no que aqui escreveste.

Há que respeitar o seu ritmo de crescimento e a sua liberdade mas, claro, dar a orientação necessária!
Eu que o diga que lido com crianças no dia-a-dia.

Abraço grande Rafael

http://rabiscosincertossaltoemceuaberto.blogspot.com/

tesco disse...

Mais uma vez tenho de concordar com o Rafael: Não se deve tentar isolar a criança da maldade do mundo, principalmente nesse tempo de internet. Apesar de retratar outra época, podemos apontar como exemplo, o Kiko, do seriado "Chaves" (deve representar uns 7/8 anos de idade), com sua 'roupinha de marinheiro' e suas ideias egoísticas.
Ademais, como disse a Giselle, o mundo não É TV nem internet, TEM TV e internet. Não se pode deixar crescer nas crianças, as ilusões impostas pela 'sociedade do espetáculo'.
_Abraço.