MEUS AVÓS DE AÇUCAR

Tive o grande privilégio de conviver com 3 dos meus avós. Um deles infelizmente já havia partido cinco anos antes de eu nascer, mas a sua imagem e o seu legado convivem conosco até hoje.

Minha avó paterna era a imagem de santa que toda criança cria quando é acarinhado com sinceridade. Na verdade era sim, uma santa. Alguém que fez muita falta quando partiu. Teve aquele tipo de morte que todos pedem. Um dia de manhã sentou-se na cama, encostou a cabeça num travesseiro e morreu, como quando se apaga uma vela. Sem dores, sem sofrimento. Foi!

Meu avô viveu alguns anos mais e sofreu calado a perda da sua companheira. Lembro da minha tia contando que certa manhã assistindo ao programa da Angélica ele comentou: Essa menina roubou esse programa de mim, eu é que fazia isso. Essa loira sou eu!!! Rs rs rs...até hoje não sei se ele brincava ou se realmente acreditava ser a Angélica.

Minha avó materna enviuvou cedo e ficou morando com minha mãe, como já disse algumas vezes aqui. E nos criou ( eu e meus dois irmãos). Sua figura é uma das mais importantes que já passou pela minha vida. Muito, acredito que 80% de quem sou, devo a ela. Desde a educação, ao respeito pelo próximo. Ela nos ensinou a ser gente. Alguém que faz muita falta. Ano que vem, completaria 100 anos.

Hoje, segundo nosso calendário é dia dos avós. Tenho pra mim que as pessoas só tem respeito por um idoso, só conseguem entende-los quando na infância conviveram com os avós. Não é fácil compreender uma pessoa de idade, algumas vezes se torna impossível quando eles adoecem ou perdem a sanidade, mas cuidar deles é um exercício de amor que você carrega para resto da sua vida.

Minha avó dizia: o que vocês fazem por mim hoje, no futuro receberão em dobro. Não sei se já recebi, mas sei que se fiz, não foi com a intenção de uma retribuição. Entendo que a sabedoria de vida passada por ela ta no meu dia a dia até hoje. Isso basta.

Avós são mães e pais com açúcar, como diz o dito popular. Felizes os que puderam, podem, e poderão disfrutar deles.

Abração e boa terça feira a todos.

3 comentários:

Unknown disse...

Não tive essa sorte, mas imagino o quanto teria sido bom!

Beijo pros seus avós, então, via bochecha do netinho supimpa!

Paulo Roberto Figueiredo Braccini - Bratz disse...

Não tive este privilégio de conviver com nenhum de meus avós ... que triste ...

o Humberto disse...

Que post mais lindo, rapaz.

Eu entendo o que você diz sobre conviver com idosos, mas é mais pela parte dos meus pais mesmo (minha mãe deu uma esses dias que eu queria muito contar no blog, mas achei melhor deixar quieto). Enfim, é isso mesmo que você diz, conviver com mais velhos nos torna pessoas que entendem e praticam o respeito.

Infelizmente só convivi com 2 dos meus avós, os maternos. E mais infelizmente ainda, era novo demais pra dar valor ao que eu tinha por perto. Não que eu não desse valor ou respeitasse, mas é que novinho, não fazia ideia por exemplo do que era ter um avô que nasceu na década de 1900 e que já era político na década de 20. Olha o livro de História que eu tinha por perto.

Esse meu avô, que é provavelmente a figura mais peculiar com quem convivi, morreu quando eu tinha 16 anos. 9 meses depois foi minha avó, que era essa santa que você fala (e seguramente a pessoa mais forte que eu conheci na vida).

É, seu Rafael, seu post vai me deixar cheio de lembranças e muito pensativo pelo resto da noite.

Grande abraço.