OSCAR DE MELHOR ATOR:MATEUS SOLANO, COADJUVANTE: ANTONIO FAGUNDES

Não poderia depois do ultimo post deixar de comentar o frisson do fim de semana após o termino da novela mais longa dos últimos anos e o tão  esperado beijo.

Retrocedamos a 1951. Bem, não era nascido nessa época, e nem meus pais tinham intenções de filhos, já que nem se conheciam, mas sei que foi exatamente nessa época que a atriz  Vida Alves e o ator Walter Foster deram o primeiro beijo da televisão brasileira. Imagino o puritanismo hipócrita da época dizendo que isso era uma afronta a moral e os bons costumes da família brasileira. Bla bla bla...

Tanto tempo depois um beijo, um único beijo, a demonstração maior de carinho e amor entre seres humanos volta a comover e ser tema de todas as rodinhas de papo Brasil a fora.
Certamente em 1951 disseram: depois do beijo o que mais irão apresentar? Sexo na TV?

Infelizmente acertou quem disse isso. Hoje o sexo está tão banalizado e sem romantismo na TV aberta que me preocupa se amanhã o beijo gay não tome outras proporções que façam com que toda a luta pela igualdade de escolhas venha a se perder. Claro que a Globo irá se manter distante de apelações, mas o que farão emissoras como REDE TV agora que o caminho foi aberto e a perceptível aceitação do telespectador surpreendeu até os mais preconceituoso do pais?

Antigamente uma cena de sexo era bem construída, sugerida não mostrada. Hoje vemos vídeos de sexo explicito em locais como o BBB. Já haviam circulado imagens de edições passadas, e nessa não esta diferente, já se ouve gemidos e bate coxa sob edredons. Sinceramente, não vejo necessidade de esse povo apelar assim. Por isso a cada ano me desinteresso mais pelo programa. Mas isso é outra história, voltemos ao foco do post.

Walcyr Carrasco não é um grande autor. Me rendo a sua capacidade de esticar uma trama a pedido da emissora quando já se tinha uma sinopse construída. Ponto para ele. Ter que inventar história do nada e agradar a milhões é uma tarefa difícil. Dificílima como diria Valdirene. Mas a sorte estava do seu lado e sem querer criou o melhor e mais inesperado casal da década. Felix e Niko. E quem diria, com a torcida nacional para que ficassem juntos no final da novela!

Uma evolução? Não sei ainda. Mas Walcyr, seus diretores e o talento inigualável de Mateus Solano fizeram com que o tão esperado beijo soasse de forma poética e natural, que ouvi rojões em casa após a cena. Mas não achem os garotinhos imberbes ( gays) que por que a novela mostrou o beijo que podem em praça de alimentação de shopping se atracar com seu namoradinho. A sociedade não vê e não verá com bons olhos a intimidade de casais do mesmo sexo com naturalidade. Esse beijo foi apenas a cutucada com a ponta do dedão do pé na agua gelada da piscina. É um teste, que no caso deu certo para Globo.
nem aqui podem beijar, viu!!!

Deu tão certo que de sexta a domingo não se falou em outra coisa. Exploração do produto interno. A Globo sabe fazer isso.
Mas as pessoas falam tanto de beijo gay. A mesma Vida Alves, aquela do primeiro beijo da TV, também nos primórdios de 1964 tascou uma bitoca em outra mulher. O beijo gay já tinha sido dado há 50 anos...rs rs rs.

Mais do que o beijo de Niko e Félix, “Amor a Vida” mostrou uma das cenas mais lindas e comoventes desde a morte de Santinha em  Renascer. Antônio Fagundes no alto do seu talento comoveu pais inteiro e nos levou as lagrimas ao reconhecer o “filho” que ele tanto desprezou. Mas precisou estar no fundo do poço, sem perspectivas de mais nada na vida para isso? O certo, desculpem, era Cesar ter enxergado Felix no apogeu da sua trajetória. Bem, digamos que é melhor tarde do que nunca!



Ótima semana a todos.


4 comentários:

M. disse...

Eu gostei muito Fael, mas acho que Mateus Solano foi impar.
Fagundes foi só coadjuvante.

Beijos

Visão disse...

Realmente, Mateus Solano deu um show de interpretação. E concordo com outra coisa: a cena final foi tão mais importante que o beijo. Gostei da aceitação, e sim, foi depois de chegar ao fim do poço, mas creio que, de todos os filhos, ele não esperava tanto amor e cuidado, visto que nunca deu. FOi lindo de se ver.

Latinha disse...

Eu particularmente acho que o Walcyr Carrasco é ótimo para escrever novelas de época, de qualquer forma, me rendo a sua inteligência ao ir amarrando o público em torno do casal Felix e Nico, acho que não teve quem não estivesse na torcida pelos dois. A cena foi tão bem construída que não houve espaço para muito mimimi.

Me chamou a atenção que não vi maiores comentários negativos, não sei se eu acabei por selecionar tão bem meus amigos (o que eu duvido) ou se é um pequeno sinal de que há esperança.

E achei bacana a novela não ter terminado no famoso "casamento" com um festão... A cena foi muito bonita mesmo!

Abração!

Paulo Roberto Figueiredo Braccini - Bratz disse...

Solano foi apoteótico em sua interpretação ... o Fagundes eu achei totalmente decadente até q chega o último capítulo e sua cena final ... Ele ressurge com todo o seu talento e foi o clímax de toda a trama ... para minha emoção esta cena superou até o beijo gay ...