A imensidão continental do nosso
país é algo que me encanta os olhos. Nossa cultura é dividida, regionalizada,
setorizada, transborda personalidade num quebra cabeças que não se encaixa.
Aposto que os sulistas que dançam a bombacha acham o axé ou o Funk coisas do
demônio, assim como os paulistas jamais conseguirão dançar o frevo.
Nas minhas andanças por internet
atento ao que existe de novidades ( muitas nem tanto) me deparo com uma criatividade
e até posso dizer “bom gosto” em alguns estilos musicais, bandas e cantores
novos que deixam Bethânia e o seu “não me toque em mim” como dinossauros da
musica brasileiro.
Adoro nossa MPB ( nisso incluo
todos os estilos, por que nada mais são do que musica popular brasileira), recheada
de sapatões ou homens de sexualidade ambígua, que usam calças apertadas, dizem
comer todas por aí, mas aparecem de sobrancelhas feitas e corpo lipoaspirados
com silhueta de Thalia. Mas não estou aqui para falar das peculiaridades dos
personagens musicais e sim o que produzem.
Zezé de Camargo tornou-se um
chato. Vi um show ano passado no Credicard Hall e fiquei impressionado com a
pouca capacidade vocal do cantor. Não é mais o mesmo. Maria Bethânia a quem
admirava fervorosamente, tornou-se uma velha chata, com problemas de toque (
não deixa encostem nela), e assim vai, Gilberto Gil e sua caducidade, Claudia
Leite e sua breguice marcada na pele, Preta Gil, Gal Costa e a gralha que se instalou
em sua garganta e muitos outros ídolos que evoluíram mal.
Mas na contra maré acho um vídeo de
três meninas negras, criadas na favela do Vidigal, com roupas que parecem
tiradas do guarda roupas da mãe piriguete e que fazem um som ótimo, uma batida
empolgante numa letra escrita talvez no fundão da classe da 8º sério do
noturno. As Pearls Negras são ótimas, e suas caras de “Divas” como se fala por
ai convence e muito.
Outro grupo que me faz rir e
seria pouco aceita há 30 anos é a “Banda Uó”, composta por dois gays assumidos
e se não me engano uma transexual vocalista. Nada mais século XXI que isso.
Nada contra, alias, tudo a favor, por que as musicas não são clássicos do
Roberto Carlos, mas tem letras engraçadas numa melodia empolgante.
Me rendo até a Valesca Popozuda.
Não ouço sua musica, nem sei o que canta ( as letras das musicas, por que sei
que é funk), mas curto sua personalidade. O Brasil das mulheres frentistas que
acordam as 5:30 da matina chegando ao topo do sucesso. Um lugar ao sol para
todos.
Me cansa saber que a indústria fonográfica
do Brasil privilegia meia dúzia de sebosos ao invés de buscar o que realmente
tem de bom por aí. Programas de musicas como o The Voice ou Ídolos que seja,
demonstram a capacidade de centenas de jovens talentos, que tem seus parcos 15
minutos de fama e depois voltam ao anonimato enquanto produtores insistem em
Luans Santanas da vida.
Já ouvi muito Caetano, Gilberto
Gil, Elba Ramalho, Adriana Calcanhoto, e tantos outros, e tenho sempre a
impressão que fazem o mesmo há décadas. A internet é uma fabula, um oásis, um
canteiro de obras para novos talentos. E posso dizer uma coisa? Não to nem aí
se os clipes são pobres, mal feitos. Em época de carnaval eu não quero saber quem
morreu, eu quero é chorar, ou melhor, eu quero é rosetar...rs rs rs
Bom fim de semana a todos.
Um comentário:
Oiiie!!!
Pois bem... Eu gosto é de musica boa, não importa estilo, nacionalidade, época, etc... Tô contigo. O pessoal que cantava demais há tempos atrás, hj já não convence mais. Vivemos de histórias correlacionadas com o presente.
Ótimo texto. Como sempre rsrs.
Bjs,
D. Pimenta
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