Achei esse texto entre alguns contos que estava revendo. Muito bonito! É a tradução de uma letra de musica, a qual não achei, mas que foi escrita por esse cara aí embaixo.
"Você, meu
amor, está autorizado a esquecer do Natal em que você ficou muito estressado na
casa dos seus pais.
A você, meu
amor, é permitido jogar fora o peso de todos esses anos que traz nas costas,
como se joga fora roupas velhas, tipo aquelas da época da discoteca. Ou
guarde-as para vestir e dançar chapado numa noite dessas qualquer com um amante
qualquer.
Você, meu
amor, está autorizado a afogar a si mesmo nos mais loucos, selvagens e
descarados sonhos simbólicos, desses que não têm mais fim. Você, meu amor, pode
libertar sua juventude que se perdeu de tanto contar calendários, do modo mais
aterrorizantemente mágico possível.
Pois que
sonhar é para os corajosos.
Você, meu
amor, pode pegar meu violão e murmurar pra mim algumas daquelas canções de amor
idiotas acaso venha perder a capacidade de falar. Você pode, eu aguento uns 2
minutos. Você, meu amor, está autorizado a murchar e a morrer e a
renascer, mais vivo e incandescente do que nunca.
A você, meu
amor, é permitido reduzir a televisão a pedaços, sufocar aquelas idéias idiotas
e corromper de volta todos aqueles pensamentos, matar, matar, matar, matar
aqueles filhos da mãe antes que todos aqueles jingles de mal-estar, pânico e
dor, que transformam a todos em zumbis por sua estreita visão
direitista-conservadora, nesses comerciais ordinários que mais parecem
estupros, se transformem na canção de ninar do mundo.
Revoltar-se também é jogar
limpo.
Você, meu
amor, pode idolatrar sua televisão.
Você, meu
amor, está autorizado a falar por beijos a todos à sua volta e para aqueles que
se foram. A você, meu amor, é permitido ensinar aos seus filhos a dançar de
corpo inteiro, de olhos bem abertos, do modo mais audacioso, sobrenatural e
glorificante. Você, meu amor, pode se dar mal em cada uma de todas as coisas
que você tentar fazer.
A você, meu
amor, é permitido se sentir como o cobertor encharcado dos amantes num verão em
Nova Iorque, maravilhado em si mesmo por esse seu único e exclusivo dom de
absorver.
Você, meu
amor, pode ser elogiado. Você, meu amor, está autorizado em ter mais tempo.
Você, meu amor, pode entender.
A você, meu
amor, é permitido amar.”
Buckley foi considerado pelos críticos umas das mais promissoras revelações musicais de sua época. Morreu afogado enquanto nadava no rio Wolf , afluente do Rio Mississipi em 1997 aos 31 anos.
Um comentário:
Belíssima!!!
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