Às vezes me pego adorando ser
enganado pela programação de TV. Nessas primeiras semanas do ano tenho chegado
em casa por volta de 17:10 hs, no exato momento em que está no ar “Casos de Família”.
Me xinguem, podem falar mesmo que
sou um otário em assistir algo que metade da população clama ser armado. Enfim,
sei lá se é ou não, sei lá o quanto ganham aquelas pessoas que indubitavelmente
pertence à classe C do país, só sei que me divirto, demais.
É incrível como a programação da TV aberta ou fechada é
pobre nesse horário. Não tinha ideia disso até me deparar com essa situação. A
Globo coloca reprises de filmes que ficam naquela caixa que possui apenas 10
títulos. Então eles revezam e os passam pelo menos 1 vez na semana. Incomoda
ver o quanto insistem em títulos que o telespectador já decorou. Será uma forma
de afugentar a audiência? Só sei que nas centenas de milhares de filmes
produzidos até hoje, a Rede Globo vai continuar com os 10 títulos da caixinha.
Em seguida vem malhação, aí prefiro sentar e olhar pela janela a rua do que perder
tempo.
Mas “Casos de Família” me diverte.
Talvez aquilo tudo seja armado mesmo. Mas as pessoas não são artistas, isso da
pra perceber. São orientados a dar barroco, a falar demais, a ajudar a
incrementar o clima do programa, mas ninguém pode tirar que no fundo há um
problema serio a ser tratado de acordo com o tema.
Por que estou falando sobre essa pantomima
barraqueira?
Ontem (segunda feira) vi um dos
casos que me chamou atenção. Um rapaz
foi levado pela namorada e uma amiga para ser desmascarado na frente da
plateia. A garota afirmava que ele a enganava ( segundo a opinião da amiga) por
que dizia fazer horas extras todos os dias. Não vou me estender no assunto. No
final provou-se que ele era um cara honesto, trabalhador, que gostava da menina
e que por ser imatura acreditada na amiga visivelmente piriguete.
Quantas e quantas vezes aquela
pessoa que se diz amiga, companheira de adolescência, que cresceu junto não
esconde por trás do sorriso afável uma inveja doentia. Vi e li vários casos do
tipo. Minha irmã era vitima disso. Inúmeras vezes vi amigas a apunhalarem pelas costas e
prejudica-la absurdamente. Nem precisa ir muito longe, na própria família que
escolheu pra casar ( lembre-se que num casamento você escolhe um parceiro e
ganho uma dúzia de parentes junto), ela foi traída, enganada, ludibriada,
roubada e tudo mais que a pessoa de boa índole não percebe por trás de
mascaras.
A psicóloga do programa Casos de Família
resumiu o caso dele dizendo que o rapaz falava demais, explicava demais. Isso é
uma vertente que possuo. Quando estou certo, correto num determinado assunto,
quero de toda forma convencer da minha inocência, e o que entendi foi o
seguinte: explique uma vez, se a pessoa te conhece e confia, ela vai acreditar
na primeira. Se isso não acontecer, não adianta martelar no assunto, por que
não convencerá nem o papa.
No final das contas o menino saiu
por cima, por que ao se explicar para a psicóloga lagrimas desciam dos olhos de
uma forma espontânea e isso não era armação, não era encenação. Aquelas pessoas
eram muito simples para serem atores contratados pela emissora. O problema
atingiu o ponto nefrálgico onde qualquer tipo de representação pré-combinada ruiu,
e pode-se ver a fragilidade do ser humano exposto ali em frente as câmeras,
talvez por R$ 100,00 de cachê.
Inevitavelmente acredito no ser
humano. Infelizmente creio nas boas intenções e continuo achando todo mundo
honesto, até que fatidicamente me provem, por A+B que aquela pessoa não presta.
Sou assim, paciência!
Abração e ótima terça feira.
6 comentários:
Pra meu desgosto, também sou assim. Acredito no ser humano.
Só por isso... já levei muito na cara.
abraços Fael.
Para meu gosto eu não sou assim ... rs ... não tenho a menor paciência, mas lendo seu post e em particular o caso descrito, gostei de sua narrativa e acredito mesmo q ainda existem pessoas tão simplórias q são honestas mesmo ...
Voltei querido ... bjão
Oi.
Nunca assisti o programa. Aliás, há algum tempo que não tenho ligado a TV. Porém, de vez em quando, meu pai conta algumas coisas que acontecem neste programa.
Só pegando carona no problema citado, também costumo me explicar demais quando estou certa e quero que as pessoas acreditem em mim. Infelizmente... Mas, já me disseram a mesma coisa: fale apenas uma única vez. Não perca energia tentando provar algo. Se a pessoa confia em você, ela não precisará de outros argumentos...
Sem mais.
Aprendi a lição.
Beijão...
Da minha casa eu ouço a tv ligada no apartamento da minha vizinha aqui no prédio. E ela assiste esse programa todos os dias. E eu fico me perguntando o que leva alguém a assistir um programa desse. Lendo seu post, acho que fui analisando minha raiva por esse tipo de programa e acho que vem da casa da minha mãe, porque esse é um programa de casa de mãe. Aqueles programas que somos obrigados a ver porque a mãe tem a preferência do canal. Acho que vem daí minha repulsa... rs
Beijocas
Dama, talvez vc tenha explicado algo que tb sinto...em relação a futebol. Isso vem da casa da mãe que nos obrigava e obriga a ver coisas que não gostamos por que manda no controle remoto...rs rs rs...
Otima analise.
Olá.
Gostei muito desse seu espaço de leitura e entretenimento, parabéns.
Estarei passando por aqui sempre que puder.
Até mais e um ótimo fim de semana pra você.
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