INDOMÁVEL SONHADORA


Ontem dei inicio a minha analise sobre os filmes indicados ao Oscar em 2013. O maravilhoso advento de assistir via internet no conforto do seu lar não tem preço, nem Mastercard paga isso.

Pois bem, a primeira obra assistida foi “Indomável Sonhadora”, e a chamo de obra, por que realmente trata-se de uma obra prima do cinema. Muitas pessoas talvez digam que é exagero da minha parte dizer isso, mas um filme com uma menina tão linda quanto Quvenzhané Wallis  (impossível dizer esse nome) é no mínimo para figurar entre os grandes clássicos do cinema.

A história é truncada e há necessidade de prestar atenção nos detalhes para entender o que o diretor está querendo passar. Em determinados momentos vê-se a singela intenção de “ a Vida é bela”, com nuances claras de “Em busca da felicidade”, mas sem o que em ambas é notório, a dramaticidade cênica dos protagonistas, beirando o ridículo. Em Indomável Sonhadora, os personagens são mais criveis,  mais factíveis com nossa vida, e o pai não é um Will Smith com caras e bocas querendo fazer o publico chorar com seu fracasso como provedor da família, arrastando-se pelas cidades e sendo humilhado para nos deixar constrangidos. Aliás, eu devo ser o único que não choro assistindo Em busca da Felicidade, por que acho tão, mas tão fake que a emoção passa desviando de mim.

A protagonista de “Indomável Sonhadora” hoje com 9 anos e indicada ao Oscar de melhor atriz, provavelmente não ganhará o premio, mas figurará lendária entre mulheres que chegaram ao topo em suas carreiras tendo indicações ao premio máximo do cinema. Quvenzhané Wallis, da vida a sua Hushpuppy, uma menina corajosa, indomável como o título em português diz, mas de uma doçura no olhar de nos levar as lagrimas. Ela ouve os animais e as plantas, o que dá graça a sua personagem. Um mundo estranho, difícil de identificar no planeta, mas fácil de visualiza-lo em qualquer cidade do nosso nordeste pobre, esquecido pela humanidade. Um local que poderia estar na África, na Austrália, nas Américas, com pessoas de verdade, lutando pela sobrevivência.

Indomável Sonhadora é um filme para quem gosta do cinema arte, sem preconceitos étnicos ou em busca de nomes consagrados. Os atores parecem pessoas de verdade, filmados no seu dia-a-dia, sem perceberem as câmeras em volta.

Chora-se não pelo drama, mas pela capacidade de uma menina tão novinha conseguir nos contar uma história de bravura, superação, de vontade de viver. Não é um conto de fadas, muito menos um dramalhão mexicano com câmeras posicionadas para pegar o melhor ângulo do sofrimento e nos fazer soluçar frente à tela. É uma verdade incômoda, mas mesmo assim necessária de se ver.

Minha torcida está para que Huspuppy no dia 24 de fevereiro seja aclamada como vitoriosa e leve para sua casa, seja lá onde for nesse planeta, um premio por sua verdade.

Ótima quinta a todos.



7 comentários:

Unknown disse...

Como assim assistir via internet? Tá no youtube? Ou "abaixou"? Gostei da sua resenha, "seu" Jamal!

Paulo Roberto Figueiredo Braccini - Bratz disse...

Adorei a resenha e o filme parece interessantíssimo mesmo ... vou assistir ... preciso tempo pois ele agora anda escasso depois q o Bratz pegou nas agulhas ... rs

bjão

Fred disse...

Tô doido pra ver, Jamal! O trailer já me deixou feliz... imagina a obra inteira... hehe!
E si: ataque de Cinira é super vintage mas ainda "faz parte", nzé?
Huzgão, guri!

TONY GOES disse...

Nem vi o filme ainda, mas acho até injusto o simples fato da Quvenzhané ter sido indicada. Porque ninguém é exatamente "atriz" aos seis anos, que era idade que ela tinha quando rodou o filme.

Crianças representam a si mesmas. O mérito de uma boa interpretação infantil muitas vezes é do diretor (que, neste caso, também foi indicado ao Oscar).

Agora, todo mundo que viu a-mou a Quvenzhané. Preciso ver antes de praguejar contra a exclusão da minha querida Mario Cotillard do Oscar deste ano.

Suzy disse...

Ótima indicação. Vou assistir.

Beijos

Cris Medeiros disse...

Eu como uma boa viciada em filmes, já estou saindo em busca desse... rs

Beijocas

margga disse...

Olá Jamal!
Tenho um certo preconceito por filmes indicados ao Oscar. Não me pergunte por quê. Simplesmente tenho.
Mas depois de ler sua resenha, realmente me interessei pela história e pelo filme. Vou assistir.
AH, procurei pela pronúncia da pequena atriz pronuncia-se Valis Uvinzanné (exatamente como falado).
ABBÇão.
MarGGa Duval