Nossa língua portuguesa é farta e
se passarmos uma vida inteira descobrindo novos verbetes ainda assim morreremos
sem ter descoberto tudo. Nas ultimas semanas por coincidência escutei uma
palavra até então desconhecida no meu dicionário ( não digo que seja ignorância)
por que realmente não precisava saber dela.
Emasculação me apareceu por três vezes em leituras distintas e totalmente fora dos contextos habituais. Minha ultima passagem foi na crônica de Claudio Manoel na revista Alfa. Para quem não sabe o significado segue a explicação mais plausível, do Wikipédia:
Emasculação é o ato de extirpação da genitália externa masculina: pênis e escroto com seu conteúdo (testículos). O indivíduo perde a capacidade de cópula e reprodução. Pode ser acidental, como na avulsão em um acidente ou mordida de animal, ou intencional, como em tratamento de câncer de pênis estendido ao escroto ou com a finalidade de transgenitalização (mudança de sexo).
Claudio Manoel aborda algo interessante, pesquisas mostram que o há uma grande porcentagem de jovens que não fazem nada ( nem trabalham, nem estudam) e ficam 24 hs de pernas pro ar vagabundeando. Incrivelmente há uma espécie de diminuição de espermatozoides no sêmen masculino na ultima década. Um numero instigante, 30% menor. O homem está perdendo a testosterona e ficando mais “frouxo”, sem aquela coisa do macho das cavernas, devido a essa geração prostrada, que perdeu interesse por tudo, inclusive pelo casamento, pela continuidade da espécie e até mesmo pela mulher. Isso é bom ou ruim?
Nós homens dentro de algumas décadas seremos produto dispensável nas prateleiras da vida, a não ser que nos adaptemos a nova sociedade e cultivemos um espaço que nesse instante estamos perdendo. Não há mais necessidade do reprodutor saudável de peito estufado, bronzeado pelo sol em trabalhos braçais. As mulheres independentes vão a bancos de sêmen e escolhem o melhor reprodutor sem precisar compartilhar de cusparadas e coçadas no saco durante jogos de futebol. Algo que nitidamente irritam as fêmeas de nossa espécie. Nem oito nem oitenta. Deveria existir um meio termo.
Garotos obesos como bois castrados também entram nessa pesquisa segundo Claudio Manoel e não estão livres dessa baixa testosterinozação ( essa palavra não existe, mas criei para definir a baixa produção de testosterona). Alias, esses garotos que se acham másculos e pesam toneladas entram na lista de rejeição primeiro do que os outros garotos. Num mundo que cultiva a beleza física como o nosso, ser obeso é uma forma de dizer que não está nem aí pra nada ( não generalizo, claro que existem inúmeros motivos pra isso), mas sei também que há aqueles que se julgam alto suficientes e não se importam com saúde e físico. Temos ainda os resquícios dos ancestrais das cavernas e um homem com silhueta longilínea será um caçador melhor que um mamute que não consegue correr. Tá entranhado na nossa genética, infelizmente.
As ultimas gerações femininas clamaram tanto pela extinção do machismo, daquele homem ogro que não deixava esposa colocar a cara na janela de casa que se esqueceram de que junto deles iria embora também a masculinidade indispensável para reprodução humana. Tanto pediram que hoje elas é que passam de carro para busca-los e esperam horam enquanto o mancebo banha-se e depila o peitoral milimetricamente produzido em academia. Tanto pediu que eles agora dividem a hora no cabeleireiro e desmarcam o cinema habitual para suas sessões de pilates.
Criaram monstros, agora convivam com eles silenciosamente. E quando o marido não quiser matar aquela barata nojenta no canto da cozinha por que tem nojo ou para não estragar a hidratação das mãos, levante silenciosamente da cama, de uma coçada no seu saco virtual e encare a fera. Por que quem pede, acha!!!
PS.: O asseio do homem hoje é bem melhor que o fedor de suor e a catinga de falta de banho que alguns achavam ser o sinônimo do macho.
Boa semana a todos.
5 comentários:
Eita que o negócio tá ficando complicado. Eu gosto do meio-termo, nem do homem da caverna e nem do muito jeitoso que me deixa por uma sessão de sei lá o quê de beleza.
Acho que estamos ficando mais complexos, enquanto ser humanos, com o passar do tempo. kkk
Ótimo texto Rafael!
bjs
Ironias a parte, seu texto é real e verdadeiro..
Confesso que ri muito e até vou enviar o link para algumas amigas. Estávamos falando sobre isso há alguns dias.
Na verdade, pedimos algo (liberdade feminina) e passado um tempo, uma grande parcela das mulheres não conseguem adaptar-se a situação. Queríamos competir e o feitiço virou contra o feiticeiro...
Choque total entre os sexos...
Muito bom o texto. Muito bom mesmo...
Beijos
Fael, existe um meio termo entre o ogro e o "donzela depilada" de hoje. Da maneira como foi colocado, parece que a emasculação, é culpa nossa. Nesse caso, a homossexualidade também seria o próximo passo depois do exposto acima. Seria nossa culpa também? Será que pedimos?
Ou, eu não estou entendo nada, ou não consegui chegar onde vc chegou....o que dá na mesma.
Abração.
Tem mulheres que demoram p entender!! Texto ótimo como sempre Fael.
ótima semana!
abraços!
Quanto a emasculação, lá na descrição, no casa das transexuais, não existe de fato uma retirada do pênis, mas sim uma readaptação daquele tecido, mas acho que já te expliquei isso quando conversamos sobre o assunto, mas a ignorância da sociedade impera nesse sentido.
Quanto ao homem ogro e o metrossexual, sem dúvida alguma prefiro o metrossexual, mesmo com menos testosterona, menos atitudes másculas, mas pelo menos que esteja livro do machismo, que esse sim me incomoda bastante... rsrs.
Beijocas
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