As grandes produções do cinema
sempre me empolgam pelo trailer, e via de regra são tão bons no cinema quanto
suas chamadas.
James Bond sempre foi um
personagem que me chamou atenção. Conclui desde cedo que Sean Connery era o
agente encarnado e depois dele ninguém conseguiu ocupar a cena tão bem e tão
convincente quanto ele. O que sempre me
divertia em 007 eram mirabolantes armas que o setor Q criava para ele. Sapatos que
viravam telefone, goma de mascar que explodia, canetas microfone. Coisas que
hoje em dia se cria rapidamente no fundo de um quintal. Me incomodava aquela
cara blasé de sem vergonha e as centenas de mulheres que ele pegava tão
facilmente e depois descartava. Mas Sean era Sean e como Chuck Norris, insubstituível.
Passados 50 anos o cinema
consegue produzir algo que me rouba de Sean Connery. Daniel Craig é o agente
moderno, que não se refugia em armas mirabolantes. Acabaram as palhaçadas e a
ficção exacerbada para James Bond. Em “Operação Skyfall” a história é tão bem
construída e crível que 007 não tem mais aquela arrogância dos antecessores.
Para falar a verdade nenhum dos atores que encarnaram o personagem chegaram à
verdade de Craig.
Os outros dois filmes estrelados
por ele são bons, são dinâmicos, mas ainda continham a frivolidade do agente
que piscava e tudo ao redor explodia. Claro que não abandonaram a veia
conquistadora de 007 em Skyfall, mas deixaram de lado esse apelo sexual para
dar lugar a um homem atormentado, humano, que chora, se embriaga, tem olheiras
e olhos vermelhos, e incrível, não faz a barba...rs rs rs. Impossível ver Sean
Connery com cara de maloqueiro como Daniel aparece em parte do filme.
O enredo é milimetricamente bem construído,
e ver a abertura ao som de Adele, numa clipe de quase 5 minutos é sensacional.
Não ha tedio com os créditos, pelo contrario, quando termina o filme, é que
compreendemos que toda a história está criptografada nas imagens que cantadas
pela gordinha inglesa de vozeirão e com charme de espiã a serviço da coroa,
decifra tudo.
Daniel Craig em meu ponto de
vista é o melhor 007 de todos os tempos, sem deixar o saudosismo de Sean
Connery de lado.
E não se pode fazer um filme desse
calibre simplesmente sozinho. Há um vilão, e esse dificulta a vida do agente
007 de uma forma que em alguns momentos pensamos não haver mais saída. E feliz
o diretor e produtor que escolheram Javier Bardem para encarnar o desafeto de
Bond em Skyfall. Perfeito, sem exageros, no ponto! Bardem é ótimo, e apesar de
suplantar o talento de Craig em algumas cenas, como bom ator, deixa o outro
brilhar como protagonista, sem a necessidade de querer ser melhor. Essa
generosidade só se vê em atores do calibre de Javier Bardem.
Um filme que vale a pena ser
visto nas telonas.
Abração e ótima terça feira a
todos.
2 comentários:
que coisa ... eu só gostava do 007 do Sean ... depois tudo muito chato ... este agora me surpreendeu muito bem tb ... coisas de guris colegas desde o Jardim de Infância ... aprendemos a ter bom gosto e boa crítica ... rs
bjão
esse filme ficou muito bom, inclusive porque me pareceu mesmo uma retomada ao james bond clássico, a começar pela música tema.
abraços!
tou sentindo sua falta no raileronline.
Postar um comentário