ATÉ ONDE VAI O FANATISMO?


Tenho medo da palavra “fanatismo” e muito mais daqueles que se tornam fanáticos por alguma coisa, causa, movimentos, ideologias, religiões, ou seja, lá o que for.

O fanático esconde um lado negro da sua personalidade. Pessoas comuns que circulam entre nós talvez sejam psicopatas em potencial com ideologias que nem os pais dentro de casa reconhecem. Mas o mais perigoso de todos é, sem duvida, o fanatismo religioso.

Conheço inúmeros indivíduos que se apegaram a religião como forma de esconder um passado negro. Essa história de que se converteu que encontrou Jesus, é em minha opinião uma bazofia. Certa vez vi um evangélico que prestava serviços à empresa que trabalho mostrar seu lado sombrio por que lhe contrariaram. Blasfemou em línguas que eu não conhecia, disse coisas horríveis sobre pessoas com quem convivia. Cinco minutos antes do seu “pit” conversava sobre a bíblia com outro senhor que trabalhava comigo. No passado esse pseudo- homem de bem havia abandonado mulher e filhos e cometido outros tantos deslizes considerados inapropriados na nossa sociedade. Pessoas erram, mas apegar-se a religião para camuflar uma vida desregrada é pavoroso.

Ontem um dos tags comentados do Twitter foi o #BrasilSemHomofobia. Existe fanatismo mais perigoso do que o movido por pessoas como o deputado Bolsonaro contra gays? A década de 70 foi marcada por inúmeras agressões de machões a suas esposas que tentavam uma liberdade social ainda desconhecida no Brasil. Algumas foram assassinadas. O Brasil mudou o foco. A mulher conquistou arduamente sua fatia da sociedade e hoje essas mesmas “senhoras” que brigavam por seus direitos, estão velhas e sentadas em suas igrejas lutando para impor o pensamento que o gay é uma anomalia genética ou um sem vergonha que optou por uma vida mundana.

Me aproprio de uma frase que li de Caio Locci no twitter que exemplifica a homofobia:


HOMOFOBIA, do português "tenho vontade mas sou covarde".


Engraçado o quanto é ignorante e ofensivo ouvir pessoas como Miriam Rios dizerem em pleno século XXI que não querem pessoas com desvios sexuais cuidando de seus filhos. A indignação que esse tipo de gente provoca é tanta, que xinga-la seria pouco. Um breve passeio por sua biografia poderia também inclui-la em diversas fatias da sociedade que sofrem preconceito, como a de mulheres de vida fácil, por exemplo. Não é por que se tornou deputada e religiosa que seu passado ganhou status de “limpo”. E se analisarmos o porquê dessa “mulher” dizer isso, estaremos esbarrando onde? No Fanatismo. Esse mesmo que faz com que pessoas percam a noção da razão e vomitem bobagens na mídia.

A homofobia esconde desesperadamente o desejo por outro do mesmo sexo. Quando não nos importamos com determinados assuntos, vivemos tranquilamente com eles. Mas agredir, atingir, menosprezar, rebaixar um semelhante apenas por não concordar com sua vida sexual é no mínimo pra ser pensado. Existem tantas coisas que não concordo nesse mundo, e não por isso levanto bandeiras contra. Acho por exemplo, cotas para negros em universidades a coisa mais imbecil que o brasileiro poderia criar, mas nem por isso, saio por aí criticando ou fazendo campanha contra.

O preconceito é algo que me faz mal, por que não consigo entende-lo em sua totalidade. Não me entra na cabeça que uma pessoa por ser negra, pobre, homossexual, seja menos que eu, ou quiçá diferente. Me revolta ouvir chacotas em determinados locais que convivo. Uma ou outra brincadeira é aceitável, por somos um povo que caçoa de tudo. Mas situações como o clipe de Alexandre Pires onde os próprios negros se ofendem por existirem macacos dançando é tão ignóbil que a mídia deveria ficar indiferente ao assunto e deixar que algumas pessoas percam seus quinze minutos de fama.

Mas de algo tenho certeza, os homens bombas devem estar muito putos no inferno que se encontram hoje, por que as sete virgens prometidas é um dos maiores contos do vigário aplicados por fanáticos das suas religiões. Se tivessem um mínimo de sapiência estariam vivos e desfrutando de mulheres de verdade.
Muito cuidado com o fanatismo. O perigo mora ao lado, dentro de casa, e você mesmo pode ter dado a luz a ele, um bebe de Rosemery que um dia matará outros por não concordar com o time que torce.

Abraço e ótimo fim de semana a todos.

4 comentários:

Paulo Roberto Figueiredo Braccini - Bratz disse...

Querido amigo, todo e qualquer tipo de preconceito é abominável e tornam-se piores qdo movidos por sectarismo e fanatismo religioso. Tudo isto fruto da mais completa e absoluta ignorância alimentada tanto pela falta de educação como pelo fanatismo religioso q se apropria de forma competente deste nicho de mercado q está aí a enriquecer espertalhões e velhacos de todos os credos.
Sou uma pessoa espiritualizada e q se constituiu sobre fundamentos dogmáticos de religião [católica com passagens pelo espiritismo] mas que, felizmente, teve a lucidez de se desvencilhar de todo e qualquer tipo de vinculação deste tipo. Mantenho minha espiritualidade mas abomino [LITERALMENTE]toda e qualquer organização q me venha ditar normas em nome de um "deus" criado à imagem e semelhança destes imorais [aqui se incluem todos, todos mesmo, não importam q denominação tenham].

M. disse...

Rsrsr... Oi Rafael, e bom... Hoje é sexta, não quinta.. rsrs
Mas, deixando a brincadeira de lado,não existe como não concordar com você. A homofobia, o preconceito, o fanatismo são "situações" as quais as minorias estão expostas e que não se sustentam por si mesmas.
São a pura e clara declaração de um ser que não se aceita e não se abre a quaisquer idéias, práticas, modo de vida e diversidade racial, religiosa, etc..que pode e deve existir.
Enfim, como diria o Bratz... é o que temos no dia-a-dia. Infelizmente.
Abraços querido e bem vindo ao PP.

Cesinha disse...

Você tem razão quando diz que o fanático procura esconder um lado obscuro de si mesmo. Eu entendo o fanatismo, seja ele qual for, como uma negação de uma individualidade própria em favor de uma individualidade coletiva. Seja ela religiosa, política, etc. Ao se adotar e absorver uma individualidade coletiva o que se pretende, eu penso, é negar a própria. E assim procedendo, nesse movimento de negação, se despreza, em contrapartida, a individualidade alheia.

O fanático ao esquecer (num movimento nitidamente neurótico ou mesmo psicótico) que a individualidade é a combinação singular de fatores que fazem de cada ser humano alguém único e insubstituível, nega-se em sua essência mais absoluta. Eu chamo a isso (nem sei se o conceito existe, não sou psicólogo) a “neurose do espelho”... o fanático nega o que enxerga de si mesmo e, por consequência, o que enxerga de si no outro.

E é neurose enquanto essa negação exprime-se no âmbito das palavras e dos aparatos culturais. E é psicose quando se passa desse âmbito para o da negação física, a negação que quer o extermínio do outro que se enxerga no espelho.

Bom dia. Beijão.

Márcia de Albuquerque Alves disse...

Oi Rafael, tava com saudades de te ler. Hoje, como sempre, você foi claro e objetivo. O que mais encontramos é "lobo" na pele de cordeiro. Pessoas que depois de um passado "sujo" tentam aparecer como santos com atitudes vergonhosas.
Eu só acredito em um mundo melhor em que a palavra "respeito" possa ser nossa guia. Amor e religião só pode existir se tiver respeito.

Ótimo texto!!!!