Infelizmente a musica brasileira investe em artistas que no meu ponto de vista seriam totalmente descartáveis. Podem dizer que Luan Santana é bom, que agrada a meninada, mas pra mim existem outros tantos jovens com voz e atitudes bem mais interessantes do que do galãnzinho estrábico. Sem falar nas bandinhas coloridas e chorosas.
Malu Magalhães pode vir a ser uma Marisa Monte no futuro, caso amadureça sem influências nefastas. Seu ultimo CD é gostoso de ouvir, apesar de não gostar da figura da cantora. Assim como Samuel Rosa do Skank, que adoro a voz, mas pouco me esforço pra vê-lo cantando.
Ao mencionar Marisa Monte, não posso deixar de reverencia-la pelo seu ultimo lançamento, “O que você quer saber de verdade”. Não costumo mais comprar CDs, acho os preços abusivos e os artistas jogam um monte de lixo com 2 ou 3 faixas boas que nos agradam. Um exemplo disso é Maria Bethânia. Nunca vi alguém colocar tanta coisa ruim num cd como tem feito nos últimos trabalhos. Gosto da cantora, tenho boa parte da sua discografia, mas realmente me recuso a gastar uma grana qualquer comprando seus cds.
Marisa Monte é diferente. Demora a lançar algo, e quando o faz, mesmo que as musicas não estejam tocando exaustivamente nas rádios e trilhas sonoras de novelas, me agradam. Tanto melodia, quanto letras são de um cuidado perceptível. A faixa de numero 3 do álbum “depois” já me pegou na primeira vez que a ouvi e a canto incansavelmente, com a letra decorada.
Por conta da falta de opções ficamos lembrando artistas mortos como Renato Russo, Cazuza, Elis e tantos outros. Deixem esse povo descansar. Querem inspiração, deem uma volta nas décadas de 40 e 50 e reproduzam o que tem de bom daquele período com novas roupagens. O povo adora esquecer o passado, repetir os erros e chorar por que não tem nada acontecendo.
As pessoas podem me xingar, mas Claudia Leite é uma fraude, no meu ponto de vista. Não gosto dela, das musicas, do seu jeito “legal” de tratar a imprensa. Soa sempre forçado. Maria Gadú é boa, mas falaram tanto da menina que enjoei. Os sertanejos então, que lastima. Luciano tentando remendar uma situação constrangedora de dias atrás. Aparece em tudo que é programa com o repuxado do irmão pra explicar algo que o publico já entendeu. Sua submissão ao parceiro e sua vontade quase enlouquecida de sair do armário. Está nos trejeitos de Luciano a vontade de ser ele mesmo.
Paralamas, Titãs, RPM, são bandas que tiveram um apogeu nas décadas de 80 e 90, e envelheceram. Já é ridículo ver roqueiros de outros países tentando sobreviver aos jovens, e os brasileiros então, chegam a dar pena. Paulo Ricardo é um farrapo daquilo que um dia foi. Os titãs, nem se fala, estão visivelmente cansados. A paraplegia de Herbert Viana chega a ser incomodativa aos olhos em alguns momentos. Não que acredite que deva encerrar a carreira, de forma alguma, mas em alguns espetáculos, fica estranho o fato dele se esforçar pra conseguir ser 20% daquilo que um dia foi. Não quero ser maldoso, mas acho que boa parte do publico pensa como eu, só não diz, pra não serem politicamente incorretos.
Caetano, Chico Buarque, Roberto Carlos, Gilberto Gil, Erasmo, lançam trabalhos por que tem obrigações contratuais. Na verdade um apanhado de coisas forçadas, sem nada a oferecer. E outros como Fabio Jr. que não adiantam tentativas de cds, por que o bom dele está há quase trinta anos de distancia.
O ultimo VMB da MTV, foi fraco na apresentação, mas me fez conhecer um apanhado de gente nova que não fazia ideia que existia. E espero que cheguem as massas, por que ali tinha muita gente de qualidade. Não dá pra ser um país que cria um Seu Jorge a cada década. Somos um povo musical, só precisamos acabar com a hegemonia das gravadoras.
Boa semana a todos.
7 comentários:
As gravadoras oferecem à massa o que elas gostam e o que dá lucro a elas.
É a segmentação de mercado estrategicamente planejada e executada. Assim, cabe a nós a escolha de gostar disto ou daquilo.
O novo cd da Mally Magalhães é bom e para eu, que nunca tive a curiosidade de escutá-la, gostei mas nem me lembro mais de ouvi-la, por não ser meu perfil musical.
O que vejo no post é que você confunde um pouco a pessoa com a música que ela produz.
Sds,
Gostei do Sambinha Bom da Mallu. O resto não conheço ou não prestei atenção. Marisa Monte... alguma coisa eu gosto, mas não tudo. Esse novo ainda preciso ouvir inteiro. Seu Jorge é um horror. :-) Mas no resto concordo contigo.
Será que o teu problema com a Malu e com o Samuel tem a ver com os cabelos, Rafa?
Rs
Beijocas.
rsrs
Marisa Monte é minha diva! Vou nem falar dela... kkkk
Só que no meu repertório (é, eu dou minhas desafinadas por aqui...) tem umas 5 músicas dela... e me controlo pra não pôr mais! rs
Não gosto da Mallu. Ponto.
Maria Gadú é interessante, diferente, foge a mesmice! Já fui a dois shows dela, e confesso que ameeeii a vibe!
Eu ainda não acostumei com as "novas vozes" como Céu, Tiê e outras, mais tem Helena Elis que vale a pena ouvir!
Bom... eu amo música, se ficar falando aqui, dá um post!
beeijo Rafa!
/Criis
Oi, Rafael! Concordo com você em praticamente tudo, porque eu não suporto a Maria Gadu e nem a Mallu Magalhães. A cantora que mais tenho ouvido é a Vanessa da Matta, seguida da Adriana Calcanhotto e da Marisa Monte (porque com a sua música tenho muitas, muitas lembranças boas). Sobre Zezé de Camargo e Luciano, acho que o CD deles não estava bombando, e aí eles resolveram apelar (assim como aconteceu há tempos atrás, quando disseram que um deles estava perdendo a voz). No mais, ando ouvindo umas coisas diferentes (um tanto estranhas, mas que eu gosto do som - meu pai com certeza zombará de mim se souber - rs), mas que me parecem pouco constantes (gosto só de uma música ou outra): Curumim, Patricia Melodi, Tulipa Ruiz... Bjs.
Eu vejo que os problemas apontados (e outros tantos) tem, sim razão de ser. Nada a reparar de sua postagem.
Sem cair na cilada de pretender uma "explicação universal" (genérica!) pra a questão, mas sim no sentido de apontar uma outra provável causa, vejo que o "modos apaticus" avançou, já há algum tempo, sobre a produção cultural musical.
Mas aí, timidamente vemos alguma renovação. Pois bem: De onde veem essas pessoas que prometem qualidade?
Dificilmente eu acreditaria que se trata de alguém fruto desse "que é que tem?" corrente nas bocas de muitos; Dificilmente, seriam meros expectadores de um espetáculo massificado, já visto mil vezes, decorado.
Para ser bom, há de se conservar ou buscar algo que nos desestabilize, mesmo que sutilmente! É preciso sofrer, padecer de algum modo; Acreditar em algo ou ter ganas de exterminá-lo; Ter algo a dizer: Um incômodo, uma causa - não importa se essa causa seja para restaurar algo do passado ou lançar-nos ao futuro.
...
A preguiça mental tem lá seus produtores. Esses produtores são os que querem empurrar goela abaixo uma mesma música sob o arranjo número 3000 em um "novo CD"... Novo CD?!
Os produtores também são aqueles que seduzem-nos para acreditarmos numa zona de conforto (que na verdade é uma FALSA zona de conforto!) onde não precisamos buscar nada; As melhores coisas viriam até nós. Ó! Que evolução e que sorte a nossa, não?!
Quando é que deixamos que nossa vida ficasse tão sem-sal e, pior, nem percebemos?
O paradoxo é que mais e mais "vimos" alguém anunciar "Carpe Diem" - ainda que no sentido impróprio da expressão - sinalizando o dever de VIVER o agora e, na realidade, viver a repetição lúgubre.
AS músicas se tornaram descartáveis porque, no fundo, não conseguimos descartar a mesmice. É essa mesmice que gera a carência do novo, do sentir-se vivo.
Só os vivos podem compor. Os mortos, decompõem-se.
Concordo contigo, Rafael. Em tudo. E a Paula Frenandes, então? Linda talentosa, mas estou nauseado, a mídia não dá trégua, à coitada e a nós também!
Passa lá: www.sandesmeiodesligado.blogspot.com
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