NÃO SOU OBRIGADO, OK?

Tenho um terapeuta sensacional chamado “travesseiro”. Não digo que seja uma pessoa perfeitamente equilibrada por que não acredito que haja nesse planeta quem o seja então como um bom ser humano tenho meus males, minha duvidas e meus direitos.

Tenho direito de entrar no elevador e não precisar ficar sorridente cumprimentando todos que estão lá dentro e dando bom dia para cada cidadão que desce no seu respectivo andar. Não há nas leis condominiais algo que diga que somos obrigados a essa simpatia. É uma cordialidade e não uma obrigação. Quando morava em apartamento me mantinha “simpático” por que nunca sabemos se precisaremos de um vizinho ou não, mas num prédio comercial, onde há centenas de pessoas que visitam empresas, ficar com esse bom dia, bom dia, bom dia, é insuportavelmente hipócrita.

Tenho direito de não gostar de pessoas. Não sou Madre Teresa, infelizmente. Tenho ojeriza de gente falsa, superficial e puxa saco. Aquela pessoa que faz questão de contar suas peripécias, viagens e aquisições não pelo fato de compartilhar, mas para mostrar seu poder aquisitivo. Aquela pessoa que viaja, fotografa museus, come em restaurantes caros e claro compartilha milimetricamente seu dia para que as pessoas acompanhem sua novela pessoal. Esse tipo de gente me implica.

Não curto pseudo-intelectuais. A inteligência é algo nato, e quando o são, não precisam provar, simplesmente pelo fato que isso é natural, então não há necessidade de alardear que é culto, que é lido, que compreende arte, e tudo mais que está na moda ou que impressione.

Se pudesse não cumprimentaria ninguém quando chego num lugar cheio. Claro que isso é uma convenção que faz parte da boa educação. E não é pelo fato de ser chato ou grosseiro que não gostaria de seguir esse código, mas por timidez mesmo. Morro de vergonha de chegar a eventos e ter que ir de pessoa em pessoa dizendo olá. O mesmo quando preciso ir embora. Gostaria imensamente de me tele transportar para casa sem que ninguém sentisse minha ausência. Mas claro, fui muito bem educado e sei que é necessário seguir essas convenções.

Não suporto a vulgaridade. Há um tempo acreditava que isso era exclusivo das mulheres, mas hoje tenho a  certeza absoluta que homens são vulgares tanto quanto. Aquela boçalidade que chamavam de macheza é nada mais que a versão vulgar do homem. Escarrar em todo canto, se coçar intimamente em demasia, falar alto, ser indiscreto, inconveniente, falar mal de mulheres com quem já se relacionou ou não, taxar todo cara de viado (alias isso pra mim é baitolice  reprimida, por que homem educado não fala que todo o resto é viado), não respeitar o espaço alheio e algumas outras características do “macho” é sim vulgaridade.

É indiscutível que precisamos conviver em sociedade e para isso respeitarmos a individualidade de cada um, mas também não somos obrigados a concordar com tudo. Hoje em dia não se pode falar de politica com quem é Petista. Eles se acham donos do mundo. Não se pode criticar a obsessão por academia que algumas pessoas têm, por que você passa por sedentário invejoso. Não se pode discordar do gosto cultural de alguns por que se torna um antipático. Religião então, putz, você é a encarnação do Zé Pilintra se disser qualquer coisa que vá de encontro ao que pregam pastores e padres. Não se pode ter um gosto particular, por que te acham um Nerd. Se não casou é gay.  Se é mulher e joga futebol, então é lesbica. Se gosta de novela e televisão é um alienado.

Tudo hoje em dia é julgado, e nessa onda acabamos por sermos excessivamente críticos a todo instante. A imparcialidade fica na gaveta, e tomamos partido até na discussão dos outros. Aí vem a bela e boa frase que odeio, que faz com que coloque a pessoa numa lista negra que será entregue para magia negra, e depois enviada por sedex para o inferno: Nossa, quero morrer seu amigo!!!

Não há nada eu me irrite mais que isso. Como se quem está dizendo também não fosse critico e comentasse sobre as pessoas.
Como diz uma sabia mulher que conheço: Sou um para falar do mundo, enquanto existe um mundo falado de mim.

Boa segunda feira. Esse cumprimento eu gosto, por que sei que quem passa por aqui, o faz com vontade, e se chegou até o fim do texto, merece, que deseje uma ótima semana.

Abração.

VOU ALI VER A EVOLUÇÃO DA ESPÉCIE E JÁ VOLTO...

Se não tivesse bem resolvido com a profissão que gosto, alias, desde sempre já sabia o que queria, poderia muito bem ter partido para o lado da antropologia, sociologia ou até mesmo a psicologia, por que nada me fascina mais que o comportamento humano.

Acredito que uma das heranças mais valiosas da era hippie, do amor livre, foi à clara transformação sexual que a sociedade passou. Ver como se portavam meus pais em relação à afetividade demonstra claramente que vivemos o oposto dessas gerações pudicas de pais e avós. Tudo bem que demorou quase 4 décadas para termos a liberdade de escolha tanto masculina como feminina, mas nessa árdua caminhada perderam-se valores que se não resgatados fada a sociedade a uma solidão coletiva.

A internet é a arma mais poderosa e valiosa dos últimos 20 anos. Aplicativos te dão o par perfeito, o príncipe ou princesa encantada que tanto deseja para uma vida a dois repleta de pássaros cantantes a assoviarem musicas da Disney. Tá, ok, próximo!!! Mas por que não deu certo?

- Ahhh, ele não curte tequila e nem ficar bêbado.
- Ela dança funk e rebola até o chão.
- Ele não tem olhos claros.
- Ela tem pernas finas.

Aperte o botão e volte a procurar novos parceiros. Sexo? Sim rolou, mas ele estava mais preocupado com o corpo dele, com o bíceps que forçava para parecerem maiores. Ela gritava demais durante, isso me incomoda, além do mais tinha celulite, tentou esconder, mas eu vi.

Há algo errado nessa comunhão de corpos. As meninas anseiam por satisfação na cama, afinal elas sabem do que gostam o que querem, e já tiveram parceiros que lhes deram isso. Então, façam o favor de serem melhores! Homens...dura tarefa de superarem uns aos outros.

Eles cansam de parecerem Hércules, por que nem todo cara nasce com o dom para o sexo, alias, ninguém nasce, o que o transforma em algo pleno é a convivência, a intimidade que se cria com o parceiro, as descobertas. Mas, o Tinder tá ali piscando. Por que ficar com essa menina ou menino meia boca se posso arrumar outro melhor?

Assim criamos uma sociedade jovem, fugaz, que se importa apenas com o prazer próprio.

Daí em menos de duas semanas escuto 3 histórias parecidas, com desfechos bem interessantes. Todas tinham entre si o casal perfeito aos olhos alheios. Todas tinham a mesma premissa: a menina guardar-se virgem até o casamento ( algumas por religião, diga-se de passagem). Os rapazes, respeitadores, mantiveram as donzelas intactas, castos a espera da lua de mel. O primeiro soube que não aguentou e deu umas bolinadas na noiva antes do tempo. Estão casados, com filhos e felizes. O segundo, depois de anos de namoro sem tocar na guria, deleitou-se com uma travessa gigantesca de frango a passarinho na lua de mel, dormiu e consumou o ato 7 dias depois. Ele é gay, apenas a namorada nunca percebeu. Quase uma década se passou para que ela notasse o desinteresse por sexo, o sacrifício dele em esporádicas noites de amor. Hoje ela está com outro, sendo esmeradamente bem tratada por um cara que gosta da coisa. O terceiro casal? Bem, a história é idêntica ao segundo caso, mas infelizmente ela ainda não percebeu a intenção do cara. As más línguas já disseram que o menino “agasalha”.

Não se pode mais negar a evolução. Não há mais essa “castidade” fajuta, hipócrita. A religião não pode impedir que os jovens experimentem. Não será o padre ou o pastor que dormirá com eles uma vida toda. Há sim a compatibilidade na cama, não se nega mais isso há muito tempo. Esse é um ganho que a liberdade sexual nos trouxe. Essa involução é errada e não cabe mais nos dias de hoje. Não sou e nunca fui a favor da promiscuidade, mas também não sou a favor do casamento virgem.

O pior de tudo é que os jovens se perderam nessa imensidão de permissões. Pode fazer sexo? Pode! Ahhhhh, então quanto mais, melhor. Mais parceiros, deixando bem claro. A qualidade não se põe muito em questão, se viram apenas uma vez, e cada qual ficou preocupado com o seu próprio clímax.
Sabemos bem que sexo e amor são coisas distintas e lamento muitíssimo que alguns passarão uma vida toda e não saberão que a mistura dos dois é a coisa mais sublime que o ser humano pode experimentar em sua breve passagem.

Tenhamos liberdade, mas saibamos dosa-la. Não sou contra nada que aproxime os iguais. Não sou contra, alias sou muito a favor, que os jovens se aceitem o mais cedo possível e vivam suas condições de forma plena (sem putaria). É triste ver alguém chegar próximo dos 40, 50  tentando enganar a si e aos que estão do lado ( só não percebem que já sacaram há muito tempo que daquele mato não sai cachorro).

Bom dia a todos...



O MEDO DA IDOLATRIA...

Já falei algumas vezes, aqui inclusive, que não sou adorador de mitos. No máximo eu gosto. Mas idolatrar, não é papel que me caiba.

Vejo pulsando nas emissoras hipócritas cenas de crianças chorando e correndo para seus “ídolos” futebolísticos como se fossem deuses. Perdoo a criança por que há sempre uma inocência no ato, mas culpo os pais que certamente ficam instigando essa adoração neles. Gostar de Neymar ou daquele boneco roxo que cantava em programa infantil da na mesma. As crianças se iludem com algo que mais tarde se envergonharão, certamente. O mesmo falo para as cabritas histéricas que desmaiam ao verem um Justin Precisa de uma Surra Bieber num palco. Não vejo razão para fanatismo, não vejo isso com bons olhos. Soube pela mídia que aquele gafanhoto estranho chamado Amin Khader tem até bituca guardada de um cigarro fumado por Gal Costa. Tenha a santa paciência!!!

Mitos se desintegram em vida, a olhos nus. Os que não têm coragem de assumir a decadência deixam o palco e interrompem o envelhecimento de uma estrela de forma dramática, assim como fez Walmor Chagas há pouco tempo. Deixa a vida, no epílogo teatral de um dramalhão grego. Ao Assistir “7 dias com Marilyn” acabei curioso para entender realmente o que acabou com a  vida do maior mito feminino da história do cinema.

Marilyn Monroe nunca foi um ídolo para mim. Sempre achei um estereotipo de mulher burra, linda e vulgar. Aquele tipo usado para atrair atenção do publico, mas que por trás da estampa glamurosa sempre há um monstro atormentado pela escuridão. Marilyn não era diferente disso. No filme, que mostra uma curta temporada sua na Inglaterra enquanto filma com o lendário Sir Laurence Olivier temos a nítida impressão de uma mulher que queria fama a todo custo. Mais tarde aflorou na mídia o cume de sua ambição: tornou-se amante do presidente da republica.

Obviamente que os americanos puseram panos quentes sobre essa história, mas ao assistir sua biografia documentada, também me interessei por outro fato, como e por que morreu vitima de ingestão de comprimidos. Num relato de sua morte recriado 40 anos depois, os melhores especialistas do mundo foram chamados para montar a cena encontrada em 5 de agosto de 1962. Marilyn de bruços na cama, nua, com o telefone preso a mão esquerda e morta. Assassinato, suicídio ou morte acidental? Economizando tempo, ela se suicidou.

Não é fácil ser um anônimo e carregar as neuras que nos são transmitidos por herança genética ou por criação. Pior ainda para um astro que se vê decadente ou preso por amarras invisíveis que ele mesmo criou.

Quando olhamos o problema alheio é tão simples encontrar solução. Temos mil ponderações sobre o mal que atinge o outro, mas somos impossibilitados de reagir com nossos próprios engodos. Acho que por isso gosto de conversar com pessoas, amigas ou estranhas. Há sempre uma solução na ponta da língua sobre as causas do que nos aflige, o problema é dar a volta por cima, ou simplesmente desatar os nós que nos prendem aos males.

Marilyn colheu aquilo que plantou ou que a ajudaram a plantar. Usou a sedução para atingir seus objetivos, mas como a natureza não é benevolente, ao notar que a beleza não lhe era mais tão viçosa aos 36 anos ( ideia esdruxula se achar velho nessa idade) o declínio do mito culminou no suicídio, sozinha, numa casa de classe média, num quarto frio, sem nenhum tipo de aconchego.

Tenho a plena consciência de que idealizar pessoas, histórias e situações não nos leva a finais felizes. Sempre acho que há a anulação unilateral. Alguém se deixa menosprezar e diminuir em prol do outro, para que esse “outro” se sinta superior. Equilibrar esse peso na balança é algo que só o tempo e a experiência trás. Os mais velhos concordarão comigo.

Não idolatro mais para não sentir o gosto da decepção. Esse é amargo, e sei bem como é.

Ótima semana a todos. E se alguém achar um feriado por aí, por favor, me avisem para que corra atrás.


UM "EU" TOTALMENTE DIFERENTE, MAS IGUAL A MIM

Coragem é algo que não tem correlação com vergonha alheia, falta de compostura ou qualquer outra desculpa que as pessoas dão para suas patifarias. Pois se fosse desse tipo de gente que não tem o mínimo de percepção para a realidade, respeito a ela e ao próximo, e por um tempo me fosse concedido o poder de mutação eu certamente experimentaria algumas dessas palhaçadas que na minha pessoa não cabem.

- Iria a um BBB e tomaria banho pelado, beberia muito e sairia no tapa com alguém. Roubaria as coisas dos outros sem que eles vissem ( só o pessoal de casa que da aquela espiadinha), fingiria ataques de epilepsia para deixar o povo assustado e seria muito, muito porco la dentro.

- Me transformaria em mulher e seria uma piranha. Nada melhor do que uma biscate assumida, que da pra quem quer e não está nem aí...

- Depois viraria crente e diria que meu passado pertencia ao demônio e a igreja tal me curou. Ganharia muito dinheiro dando meu testemunho de cura. Aí quando já estivesse bem rica, voltava pra putaria de novo, por que pau que nasce torto nunca se endireita.

- Casaria com uma velha no bico do corvo e falaria a todos que era amor verdadeiro.

- Ganharia um Oscar  e me negaria a recebê-lo.

- Arrancaria a peruca do Wolf Maia no tapa, jogaria o copo de Shake da Luciana Gimenes no chão depois de dar uma bordoada nela e mostraria fotos gays de Agnaldo Timóteo na imprensa.

- Seria negro, índio só pra ganhar cotas.

- Seria deputado só para ir em plenário falar merda como o povinho eleito que não me representa faz.

- Seria uma mosca para ver o que as pessoas fazem escondidas em quatro paredes.

- Comeria muito, muito e seria um obeso mórbido vivendo dentro de uma casa sem poder sair, pesando 500 kgs, só para entender por que as pessoas chegam a esse ponto na vida.

- Seria amigo da Julia Roberts.

- Compraria um apartamento num prédio mega luxuoso ( que odeia qualquer tipo de pessoa que não seja caucasiana e milionária) e daria de presente para uma família cigana que faz festas nos fins de semana e recebem todo o tipo de gente.

- Andaria de iate em Mônaco despejando garrafas e pratos descartáveis na costa marítima, como fazem os milionários que vem ao Brasil.

- Almoçaria todos os dias com o Silvio Santos.

- Entupiria o esgoto da casa do Eike Batista.

- Teria um filho com a Angelina Jolie.

- Simularia um ataque de pânico no avião que a Xuxa estaria viajando. Gritaria que ela tem pacto com o sete peles e exigiria a presença de Marlene Mattos no telefone para me acalmar.

- Teria uma padaria ou um supermercado para comer tudo o que quisesse e ir jogando embalagens vazias no chão.

- Seria trigêmeo.

- Construiria um condomínio onde as casas seriam só para amigos.

- Faria um filme de terror com o Zé do Caixão e Susana Vieira.

- Diria à imprensa que sou a reencarnação de Chico Xavier e desafiaria Inri Cristo para um duelo santo.

- Pediria pra ser enterrado junto da Dercy Gonçalves.

- Roubaria as joias da Hebe.

- Seria um velho tarado.

E por fim, quando enjoasse de tudo o que não posso fazer vestindo essa pele que Deus me deu, voltaria ao normal.

Hoje é quarta com cara de sexta pra mim...portanto, ótimo fim de semana adiantado pra todos.


SUPER-HERÓI ?

Era uma vez uma capsula que se abriu e um bebê foi colocado dentro para ser protegido e desenvolver superpoderes em outra galáxia. Sob a proteção indefectível de quem o gerou ele cresceu e se tornou herói, pelo menos aos olhos carinhosos daquela pessoa.

Então por um descuido momentâneo um inseto o picou e ele adoeceu. Uma aranha? Ninguém viu, ninguém sabe, e ali acamado, certamente com novos poderes adquiridos do inseto ele iria se tornar um herói ainda mais indestrutível, mas até então estava impedido de sair a rua para brincar com os amigos, e o menino da capsula permaneceu ali, quietinho,  sob os olhos atentos daquela pessoa.

Cresceu e a personalidade obscura que guardava segredos nunca o fez menor diante dos olhos de quem cuidava dele. Carros pretos, artimanhas e talentos despontaram daquele garoto da capsula picado pela aranha. Um super-herói nas palavras, no desenho, despontando para a vida, e com ânsia de mudar o mundo. Ali da janela de castelo, era observado atentamente por aquela pessoa.

Os poderes sofreram mutações e ele se considerou um X-men. Estava diferente dos seus, mas com a ideia fixa de justiça com os semelhantes. Já não estava mais sob o olhar atento de quem o guardava,  aqueles olhos já estavam enfraquecidos pela idade, mas em contrapartida ela criou o escudo magico, a bolha de proteção construída com resquícios da capsula que o envolveu na infância. Estava protegido, bastava!!!

Ele se sentia grato por todos os poderes dado. Dentro da “tal” capsula havia o cristal, e desse ele construiu seu próprio castelo e partiu. Mesmo sob os olhares marejados de lagrimas dela, ele foi desbravar o mundo e criou “o seu”  lar, com todas as lembranças dadas de presente ele ali, fez seu mundo.

Voava, pendurava-se em fios de teia, tinha força descomunal, e quando o perturbavam, mudava de cor, e sumia na paisagem. De tempos em tempos pedia a benção e a carregava, já com as limitações do tempo para passeios sob as nuvens, e lhe dava tudo o que desejava para seu conforto. Mas uma coisa nunca conseguiu parar: o tempo.

Então um dia, percebeu que o escudo estava frágil, que iria se romper, e aconteceu. Os olhos atentos que o observava, que o protegia se fecharam e imediatamente a bolha que o abrigava do mal sumiu, evaporou, e ele se sentiu pequeno, desamparado, no meio de um mar revolto sem ter para onde ir. Percebeu que nunca fora um super-herói, que apenas acreditava nisso por que os olhos dela o faziam se sentir assim.

O pior para um herói não é combater o inimigo externo, é se acostumar com a saudade, com a dor que fica quando aquela proteção não existe mais. Não era ele o super-herói, era ela! Ela que acumulava todos os poderes dados a uma pessoa, que não só lutou contra inimigos por sua causa, mas também pelos outros pequenos heróis de mesmo sangue. Era ela quem voava, quem escalava prédios, que tinha a força e o poder mutante para se adequar ao tempo e a vida. Ela que por tanto tempo afastou a criptonita dos seus supermans, que costurou a mascara dos homens aranhas, que dentro da batcaverna criou os mais incríveis artefatos de proteção, ela que afastava a tempestade, que tinha o poder da telepatia, que era fogo, que atraia para os seus só o que havia de bom no universo. Era ela o herói da casa, a minha mãe...

Hoje, completa-se o primeiro ciclo de sua partida. O primeiro e dolorido ano. Todas as datas e comemorações que ela não participou, que não desfrutou. Temos a certeza que seu descanso está sendo ao lado de quem ela amou em vida e que partiram antes para prepararem a sua chegada.

A vida, aqui, continua.

Abraço a todos e ótima semana.



VOCÊ TEM MEDO DE QUE?

Tem pessoas que nasceram para se meterem em  grandes aventuras radicais. Eu não. Nasci para observar!

Jamais pularei de bump jump, escalarei uma montanha, pegarei ondas numa prancha de surf. Não será nessa vida que correrei de carro a mais de 200 km/h, farei acrobacias de avião e depois pularei de paraquedas. Não...não farei isso, tenho certeza.

Sou cagão...essa é a mais pura verdade. Tenho medo de foto de palhaço chorando. Não me deem e nunca peçam para analisar um quadro assim. Alias, nunca pintem um palhaço chorando por que é muito cafona isso. Tenho medo de anão! Pode parar de me xingar quem achou isso ridículo, mas eu não sei me controlar na presença de um. Algum trauma relacionado a eles que não me recordo, coisa de infância. Uma Anãorafobia ( já que não existe termo para esse tipo de fobia).

Nem a pau assisto um filme de terror sozinho. Alias, não assisto filmes de terror nem acompanhado. Os sustos e gritos de demônios me aterrorizam. Fui tentar assistir atividade paranormal e fiquei paranoico achando que as coisas se moviam em casa. Então deixo para quem é cético. Euzim...tenho medo!

Por falar em demônio, eu acredito na existência deles. Não como os evangélicos que acham que ele está encarnado em todo mundo que não compactua com a crença deles. Existe sim o sete peles, mas ele não pode ocupar um corpo que já tem um espirito próprio. Sabe aquela coisa que duas pessoas não ocupam o mesmo espaço físico e bla bla bla, então o cramulhão pode até soprar no ouvido, mas entrar e se apoderar de um corpo, aí já é coisa pra boi dormir.

Mudando de pato pra ganso e continuando no mesmo lago, acreditava na infância que existia mula sem cabeça. Ridículo, mas eu acreditava. Assim como um vizinho que jurava que lá na cidade dele, Iacanga, interior de São Paulo havia baile de saci. Muito sitio do pica pau amarelo na infância...isso sim!

Não mato baratas eu as engulo com aspirador, já contei isso. Não me peça para encurralar um rato por que não farei isso. Tenho certeza que ao me deparar num canto de parede com o tal, ele pulará na minha jugular. Aranha? O que é isso? Nunca vi, nunca matei, e nem tenho intenção pra tal proeza. Insetos são bichos amaldiçoados e me adoram. Se um marimbondo entrar na sala será em mim que pousará. Se tiver pernilongos no recinto, eles picaram a mim. Se um maldito gafanhoto quiser sentar numa cabeça, será a minha. Sou um imã de insetos. Azarado.

Ahhhh, sim, azarado. Dizem que todo chato é azarado. Então eu devo ser chato pra caraiiiii...por que tenho um azar que me persegue desde de a infância. Suponho que algum ser do mal me rogou praga. Na escola quando ninguém se manifestava para responder uma pergunta ou ler um texto, adivinha quem era chamado? EU! Mas pergunta na hora de sortear um presente...ah hã...nunca ganhei nada!!!

Minha avó olhou a vida toda embaixo da cama pra ver não tinha nada antes de dormir. Juro que não entendo se isso era para saber se um “homem” estava escondido lá ou algum bicho que pudesse subir nela durante a noite. Quando não pode mais se abaixar, passava a bengala ( então ai deve explicar que ela pensava existir alguém lá) e quando não teve mais força para golpear com bengala o chão ela nos obrigava a olhar por ela. Essas coisas explicam um pouco da birutice que mora em mim.

Mais acima falei sobre quadro de palhaço pintado, tenho medo de palhaço na verdade. Nunca gostei. Talvez seja por isso que o circo nunca me agradou. Além de me incomodar com o estilo mambembe de viver ( bem nômade) palhaços são o conteúdo principal de todo espetáculo circense. Fui algumas vezes e detestei.

Mas me sinto normal quando vejo que pessoas têm fobias mega estranhas. Como por exemplo:

Globofobia – medo de bexigas ( não pode irem festa infantil)

Algodãofobia – medo de bolas de algodão ( jamais poderá ver uma plantação de algodão)

Uma garçonete americana que tem medo de picles ( pra isso não existe nome).

Itifalofobia – medo de ereções...( hein?)

Gimnofobia – medo de nudez ( algumas pessoas causam isso)

Efebofobia – medo de adolescentes ( compreendo muito isso)

Neofobia – medo de coisas novas ( da um carro 0 pra pessoa e pergunte se ela tem medo)

Pteronofobia – medo de cócegas com penas ( rs rs rs...como se 
isso fosse comum acontecer)

Catisofobia – medo de sentar-se ( passará a vida de pé)

E mais centenas e centenas de fobias ridículas...haja paciência com o ser humano.

Abraço e ótimo dia dos namorados para os que tem e VAI TER COPA SIM...




MINH´ALMA VELHA

Sou um Peter Pan às avessas. Desde que me conheço por gente tenho um gosto para a vida diferente dos da minha idade. Ou quem sabe sou Benjamin Button, que ao envelhecer vou tendo hábitos mais jovens. Sei que na adolescência detestava minha idade cronológica e sonhava o dia que enfim teria 30 anos.

Pois é, os 30 anos já se foram a mais de uma década. Finalmente reconheço que ter me tornado adulto foi ótimo. Depois daquela fase que as pessoas te olham sem respeito por que não tem idade para se impor vem o regalo de através da barba espessa mostrar que já é “homem” feito.

Fui criado entre velhos, por ser o caçula em tudo. Não me importo. Hoje sei que essa carga me transformou numa pessoa criativa e atenta ao que se passa em volta. Enquanto os meninos estavam no futebol de rua se atracando e brigando, estava mirabolando algum plano e criando alguma coisa. Não perdi tempo da minha adolescência com futilidades. Certo ou errado, não sei! O tempo não volta para que possa comprovar, apenas vejo que tanto física como sentimentalmente eu evolui, mas não fiquei marcado pelo tempo. Graças alguma genética indígena lá dos antepassados eu e meus irmãos não aparentamos a idade. Mas psicologicamente minha alma é anciã. Tantos e tantos anos carregando histórias, vendo desgraças familiares ( nem tanto na minha geração) e tendo essa proximidade com velhos acredito ter um espirito de 80 anos.

Às vezes fico surpreso, por exemplo, de saber cantar o Ébrio de Vicente Celestino, saber as falas de “E o Vento Levou”, ter lido o Cortiço com 12 anos ( a 3º edição com um português cheio de phs) e não entender o significado de termos como Hipstes e Mainstream ( que obviamente procurei no google para saber do que se tratava, e mesmo assim me mantenho confuso). Acredito que a cultura que adquiri, e para muitos, inútil, me alegra e me da à sensação de que não sou um alienado. É tão necessário termos conhecimento do que já passou, como também estar alinhado ao que se passa ao redor. Não há coisa mais chata do que conversar com alguém sobre um assunto atual e a pessoa te olhar com cara de paisagem. Apoio o bom o humor sem que esbarre na imbecilidade ou infantilidade de adultos que não cresceram. Isso me irrita. O mais grave é comentar sobre Vicente Celestino e a pessoa nunca ter ouvido falar...rs rs rs.
Dia desses conversando num mesa de almoço soube que em São Paulo há um local que toca musicas antigas, clássicos das décadas de 40 e 50, num ambiente decadente, com decoração de bordel antigo. Simplesmente sensacional, e não há duvidas que conhecerei. Uma amiga presente no assunto e que já esteve lá adorou. Sentiu-se em casa e ainda brincou: devo ter sido puta em outra encarnação.

Não sei se fui uma puta também, mas sei que esses ambientes são ricos de informações. Gostaria muito de viajar no tempo para entrar nesses bares da década de 50 regados a bebida e gente desiludida. Não queria viver isso, apenas ver, por que deles saem personagens incríveis para escrita. Boemia aqui me têm de regresso!!!

Sempre afirmo que pessoas que não respeitam o passado estão fadadas a infelicidade. Quando se esquecem ou ignoram o que se viveu, ou mesmo o que outros viveram, corre o risco de se tornarem fúteis, ralas, e acharem que o mundo consiste em balada, academia, porre, pó, bala, carro do ano e sexo sem compromisso. No final de uma década, tenho certeza que estarão mais velhos que Chiquinho Scarpa ( alguém sabe a idade desse faraó Egípcio?)

“Saudade, palavra triste, quando se perde um grande amor....”


Desculpe-me quem não gosta, mas para mim é deleite ouvir isso, no original. Bora pro fim de semana que preciso azeitar as juntas para as festas juninas.

Abração a todos e bom fim de semana.



AHHH SE DEUS ME OUVISSE E MANDASSE PRA MIM: UM MONTE DE COXINHAS DELICIOSAS!!!

Existe aquela citação que diz: Fulano está mais feliz que pinto no lixo! Pois é, eu me senti assim outro dia numa festa infantil. Não foi por causa de bolo e brigadeiro, por que isso eu faço em casa, mas por outro motivo, um oásis que se abriu na minha frente logo que cheguei.

A Dona da festa indicou os comes e bebes. Ali sobre a mesa estava uma bandeja com “COXINHAS” de tamanho natural, iguais às vendidas em padaria, imensas, gorduchas e suculentas. Lembrando que se tratava de festa infantil, fui educado e provei apenas uma, afinal não era o único convidado. Sou fissurado em coxinha!!!

Ao retornar onde estava sentado, a dona da festa olhou pra mim e disse, come mais!!! Meu olhar cruzou o dela sobre a mesa e percebendo que a bandeja estava vazia então falou: ahhhh, ali dentro tem mais, sirva-se a vontade e indicou uma caixa gigantesca de isopor. Fui timidamente ao recipiente e quando o abri, fui atingido por uma cena inesquecível. Vi o conteúdo da arca da aliança de Indiana Jones, eu descobri que a caixa de pandora é deliciosa. Ali dentro havia dezenas, acredito mais que uma centena de coxinhas, fritas, quentinhas, para me servir a vontade. Essa imagem nunca mais me abandonará. Quis mergulhar ali dentro, pegar aquelas coxinhas todas e esfregar na cara, entrouxando varias ao mesmo tempo na boca com medo que aquilo acabasse. Comi umas 10, sem brincadeira. No final a dona da festa ainda fez uma marmitinha com mais umas 8 ou 9 e me deu...fala a verdade, da pra ser mais feliz? Rs rs rs.

Fui uma criança que não gostava de nada. Comia o básico do básico, mas adorava guloseimas. Até hoje sou assim. Me dê um prato de massa ou uma vasilha de salgadinhos de festa. Não há duvidas na minha escolha. Como festa! Sempre fui assim. Meu café da manhã tem que ter bolo, bolachas ou qualquer coisa que não seja pão integral e queijo branco. Isso é o mesmo que mascar palha pra mim. Não consigo, não desce, não digere!

Quando ia ao mercado com meus pais já era certo que comprassem Danette e Cheetos daqueles que pareciam uma velhinha corcunda. Vinha no carro de volta comendo o Danette com o dedo, conforme a propaganda da TV e engolindo coliformes fecais presos a mão de uma criança que mexia em tudo, e em seguida um a um, mordida a mordida, um pacote de cheetos laranjinha e extremamente artificial. O bom disso, é que sempre fui magro, esquelético, então nada me fazia mal.

Na escola o lanche era sempre uma coxinha ( esse gosto me acompanha da maternidade), um copinho de doce de banana, o qual acredito ser o único nesse universo que gosta. O copinho era feito do mesmo material da hóstia católica, farinha e agua, e acompanhava uma pazinha, que nunca usei. Lambia o papel que o cobria e mordia aquela delicia saboreando cada pedacinho. Minha infância açucarada!!!

Mas a sobremesa era alternada. Quando não havia o copinho de bananada, comprava pipoca nhac e uma bisnaguinha de doce de leite. Furava a pontinha dela e colocava uma porção pequena em cada pipoca. Um ritual que demorava muito tempo. E assim eu me satisfazia no recreio e voltava com a corda toda pra sala de aula.

Já adulto, eu quase não encontro mais esses doces industrializados. Aqui em Campinas há distribuidoras, mas a fabrica da minha infância deve ter fechado por que o gosto não é mais o mesmo. Nem o amendoim japonês tem a mesma corânica.

O que fizeram com essas memórias da minha infância? Não fui eu que cresci, foram as fabricas que paparam de produzir meus doces prediletos. A sorte foi que sobrou o doce de abobora de coração, o canudinho de doce de leite, o amendoim bolinha. Mas cadê o guarda-chuvas de chocolate, a fita de balas que vinha com a cara de animais na embalagem, o chocolate Surpresa que me dava informações em cartelas grátis. Cadê o sorvete fura-bolo que parecia que tinham chuchado o dedo na merda?

As crianças de hoje nem sabem o que é chantibon!!!


O mundo evoluiu, a Regina Duarte não é mais a namoradinha do Brasil, agora ela é a velha louca do Brasil. Quero meus doces, quero meus personagens preferidos de volta!!!

Melhor parar por aqui, por que to vendo uma ambulância do sanatório parada ali embaixo!!! Vão me colocar em camisa de força. Certeza!!!

Abraço a todos...

Os.: deixa eu comer um “sensação de morango” já que o de laranja e limão ficaram lá na década de 80.


THE NORMAL HEART

Todos que usam internet, que leem noticiários em sites jornalísticos e se interessam por entretenimento devem ter esbarrado em alguma noticia sobre a produção da HBO – The Normal Heart – até sua divulgada estreia no dia 25 de maio. Rapidamente o filme já foi liberado para download com ótima legenda nos meios próprios de pirataria.

O que dizer sobre The Normal Heart? Complicado analisar uma produção que tenta de alguma forma mostrar ao grande publico o que realmente aconteceu com o surgimento da Aids no mundo. Segundo consta o primeiro caso foi encontrado nos EUA e em seguida como uma fumaça alastrou-se silenciosamente sobre o mundo gay, trazendo a tona um modo de vida promiscuo abertamente defendido pelos homossexuais da época. Em diversos momentos do filme eles mencionam essa “conquista” como um troféu a causa gay. Transar com quem e quantos quisessem. É sabido historicamente, que quando uma manada de bois estoura, há consequências drásticas.

Não é habito meu quando faço uma resenha revelar partes importantes do filme, por que sei que tira a graça de quem quer vê-lo, mas falarei apenas sobre algo que me deixou intrigado e ao mesmo tempo chocado. Nunca havia escutado que o vírus da Aids possa ter sido desenvolvido em laboratório e implantado no meio gay para dissemina-los do planeta. Achei essa informação mencionada no filme gravíssima, e pior, muito crível. Assim como o Ebola, que notoriamente foi um estudo químico feito por algum pais demente, a Aids também pode ter sido sim. Só não esperavam que a proliferação extravasasse o mundo gay e tomasse proporções epidêmicas, muito mais rápido do que a conscientização de Ronald Reagan ( presidente americano da época ) de conseguir compreender e falar sobre o assunto abertamente. Nesses 32 anos do surgimento da doença, 36 milhões de pessoas morreram.

A história é baseada na peça de Larry Kramer e Mark Ruffallo interpreta talvez o  personagem mais complexo da carreira, e obviamente será premiado por isso. Não sendo gay em sua vida privada ele mesmo assim consegue passar uma verdade muito grande na sua atuação. Mas é um chato!!! Não senti empatia pela sua luta. Entendi muito bem a causa, a abordagem do filme, mas acho o personagem Ned Weeks exagerado nas suas convicções. Era uma voz solitária clamando na multidão, mas mesmo assim em alguns momentos o vi mais egocêntrico do que preocupado com a causa. Não me criou simpatia, não da mesma forma que Matt Bomer o fez. Ele é um cara discreto, mas o olhar carinhoso com que atua faz com que tenhamos empatia imediata com ele. Julia Roberts não decepciona. A Linda Mulher envelheceu, mas continua com a expressão infinitamente cativante. Vou adorar essa atriz enquanto ela viver...rs.

Não sei o quanto The Normal Heart pode ajudar como informação, não sei até onde ele causa medo, por que expõe um lado da doença muito visto nos anos 80 e hoje, graças a Deus, controlado com medicamentos, mesmo que ainda permaneça sem cura. Outros filmes do gênero foram mais superficiais nesse quesito e romancearam um pouco o problema. Parei para pensar em quantas pessoas conheci do meu meio que se foram vitimados pela Aids, e fiquei pasmo em perceber que ninguém do meu meio, parentes, amigos morreram por consequência da doença. Me lembro de uma menina que morava algumas ruas abaixo de onde cresci, o irmão de um amigo que não cheguei a conhecer, o tio de outro, mas próximo mesmo, não tive ninguém sucumbindo a doença. E sempre lembrando que não é uma exclusividade do gay, apesar de ter surgido entre eles. Não gosto de conspiração, mas fiquei com a ideia fixa que isso foi implantado, e até que alguém me explique e prove o contrario, ficarei com essa impressão. A mesma que Dan Brown me deixou, quando disse que Maria Madalena era esposa de Jesus. A natureza é tão estranha e misteriosa que não duvido que de um dia pro outro tornemo-nos imunes ao contagio simplesmente por que nossa espécie não para de evoluir.

The Normal Heart deve ser assistido sim, por todos, para que cada um tire suas próprias conclusões. Se não pela história, então pelas atuações brilhantes que ainda conta com a presença de Jim Parsons  ( Sheldon Cooper – The Big Bang Theory) pronto para dizer um Bazinga a qualquer momento.

Abração e boa terça a todos.



VOCÊ PODERIA ESTAR LENDO ESSE TEXTO, POR FAVOR.

Recebo um telefonema pela manhã. Uma atendente da Claro procurando o dono da empresa. Nome dela é Jennipher ( obviamente que se escreve assim com vários enes e com ph).

Eu: Perus de Natal, bom dia.

Jennipher da Claro: Bom dia, poderia falar com Sr. Fulano.

Eu: ele não está. Do que se trata?

Jennipher da Claro: Precisava estar falando com ele. ( primeiro gerúndio)

Eu: mas qual o assunto?

Jennipher da Claro: É de interesse dele, só posso conversar com ele.

Eu: Ok, mas ele não está nesse numero.

Jennipher da Claro: onde poderia estar encontrando ele? ( segundo gerúndio)

Eu: poderia anotar o numero?

Jennipher da Claro: Sim, sim, posso estar anotando sim!!! ( terceiro gerúndio)

Eu: ( 19)  – o prefixo de campinas...bla bla bla

Jennipher da Claro: Muito obrigado, um bom dia para o senhor, tenha uma ótima semana. Que Deus te proteja, te livre e te guarde de gente como eu. ( Bem, essa ultima frase é por minha conta, mas ela deveria ter dito).

Não durou 45 segundos essa ligação e ela falou 3 gerúndios ridículos durante a conversa. Os atendentes de telemarketing são treinados com essa conjugação verbal nas suas palestras motivacionais de frases feitas onde todo mundo ficará rico e amará seu subemprego?

O Brasil é um país semianalfabeto. Nem digo gramaticalmente, mas intelectualmente. Não sou filósofo, muito menos sociólogo, daqueles que elucubram frases que ficam para a história, mas tenho uma noção um pouco acima do básico para reconhecer pseudo-intelectuais. Não me convence quem chora por que viu um balé, e não sabe quando Getúlio Vargas governou, e nem que Juscelino Kubitschek era médico e fundou Brasília. É necessária uma cultura histórica. É necessário para qualquer um o mínimo de conhecimento sobre politica, cultura, arte e até mesmo economia. Alienar-se é dar o direito de estrelinhas vermelhas governarem mais tempo, dando pão e circo para o povo que morre a mingua sentado em sarjetas fétidas de hospitais lotados e pestilentos.

Não gosto de usar esse espaço para reclamações desse gênero, queria que meu blog fosse sempre um canal de divertimento, mas me enoja ver bandidos se reelegendo, criminosos que ganham gratuitamente a imunidade parlamentar. Votamos em raposas para tomar conta de galinheiros. Deixamos a carne exposta e sangrenta na jaula do leão e pedimos delicadamente que ele não a coma. Sim, o voto é a representatividade de cada um de nós dentro do governo, e o que fazemos? Damo-los aqueles que nos entorpecem com promessas ( que sabemos mentirosas) por que achamos que esse irá roubar menos. Não existe isso de roubar menos ou mais. O crime no Brasil compensa desde que uma faixa atravesse seu peito e um titulo publico lhe seja dado. Afinal, democracia é isso. O poder do povo!!!

Não vou estar votando nas próximas eleições por que vou estar desiludido com políticos, mas a certeza é que o gerúndio é a forma mais ignorante de se fazer inteligente. Primeiramente dizendo, claro!!!

Boa semana a todos.