Tenho milhares de lembranças do
passado, da infância, não sei por que minha mente registra e não apaga
sensações, cheiros, locais, datas e tudo mais. Falo isso por que me lembro de ocorrências
da minha primeira infância que se calculada em idade, no mínimo deveria estar entre
3, 4 anos. Mas a lembrança que comento no post de hoje é sobre a vida escolar
no primário.
Confesso que nunca fui de “amar” escola
nesse período. Ia a contragosto por era obrigado. Quando entrei no pré-primário
chorei por mais de uma semana em sala de aula, por que me sentia abandonado.
Não fui um garoto que deu os primeiros passos aos olhos de um professor, não,
ficava em casa, brincando com minha mãe e cia. Hoje uma criança de 6 anos se
repetir esse feito será excluída da vida publica.
Tive professoras nos primeiros
anos de vida escolar que amei de verdade como se fossem uma “tia” de sangue. Eram
gentis, atenciosas e me tratavam bem, por que apesar de tudo, era um excelente
aluno.
Estudei num colégio estadual, por
que parece brincadeira, mas naquela época ainda se dizia que inteligentes
estudava em colégios públicos e só os burros pagavam escolas particulares. Até
hoje tenho pesadelos com uma escadaria que subia para o segundo pavimento do prédio.
Sonhos recorrentes, e olha que isso já faz mais de 30 anos.
Pela minha cara, os que me
conhecem, devem imaginar qual o tipo físico tinha na infância. Magrinho,
penteado pela mãe, com carinha de nerd e bonzinho ao extremo. Era aquele
menininho medroso que não fazia peraltices em sala de aula, mas era bater o sinal
pro recreio que virava um demônio...rs
Esses dias confabulando lembrei-me
do que mais odiava na minha infância escolar: as professoras substitutas.
Que profissão maldita essa? Elas
não eram professoras titulares, não tinham cadeira, e apareciam de vez em quando,
do nada, com aquelas caras de bruxas
para aterrorizarem os pobres alunos. Lembro-me de duas. Uma loira que tinha o
mesmo nome da minha irmã e que estudava aos filhos na mesma escola. Inclusive
um dos meninos era meu amigo. Eu detestava essa mulher! Até hoje a lembrança
mais nítida é da Renata Fronzi ( era a cara dela). A outra era a fuça esculpida
da Etty Fraser, e me dava calafrios de medo. Usava vestidos até o tornozelo em
tons de cinza, retos, sem um cinto, nada. Era gorda com cabelos cacheados.
Renata Fronzi
Etty Fraser
Em que mundo se vivia para ter professoras
substitutas que amedrontavam os alunos e nos deixavam em pânico. Não havia
aviso, nada. Chegava à escola, sentava na carteira e quando percebia não era a “tia”
que entrava e sim o monstro da substituta maligna. Gelava!! Sentia vontade de
chorar, de sair correndo, mas não adiantaria, por que os tentáculos venenosos
da substituta me alcançariam e me levariam de volta.
Essas professoras apareciam
apenas para manter alunos dentro de sala de aula, por que não sabiam o
cotidiano, a matéria do dia, o nome das crianças, nada!!! Isso era um bullying
coletivo do estado para com indefesos seres da primeira infância.
Eram usurpadoras do afeto das “tias”.
Duvido que alguém diga que gostava de uma professora substituta mais do que a
titular...duvido!!!
A sensação ruim desses dias sombrios
foi se apagando com o tempo, mas a lembrança ta aqui. Talvez se tivesse feito
psicanalise, teria matado essas mulheres do meu inconsciente...rs rs rs...
Boa quarta feira a todos.
Um comentário:
Gente nossa infância foi parecidíssima ... idêntica mesmo ... será q todos éramos assim?
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