Esses dias li sobre a evolução adolescente no blog do Mike ( Season 5) e suas peripécias da fase mais critica do ser humano e parei um pouco pra analisar.
Às vezes eu não disseco um assunto por completo no momento em que estou pensando mas o faço aos poucos e gradativamente. Depois de ler sobre os percalços de meia dúzia de adolescentes, voltei no tempo, mais precisamente duas décadas e meia e lembrei a minha fase de termino de ginásio, do ingresso no segundo grau e das pessoas que cercaram meu mundo nessa época.
Por uma coincidência do destino há três meses mais ou menos reencontrei uma grande amiga da época de colegial, graças à interatividade do Skype. Achei-a procurando uma pessoa homônima. Isso me fez realmente voltar ao passado, e com a ajuda de lembranças fotográficas enviadas por ela, recriar todo um clima dos meus 15 anos.
Ta certo que o Mike, muitos anos mais jovem que eu, tem situações muito mais frescas na memória, e o atenuante de que registrou no seu diário virtual o que se passava, dia a dia. Eu busco nas recordações que a memória permite, e muita coisa já se perdeu.
Esse exercício de relembrar o passado é ao mesmo tempo um Oasis de rostos, situações saudosas, mas também um certo gosto amargo por reviver momentos dramáticos. Como disse, não é fácil ser aborrescente.
E com isso eu acabei parando para analisar que adoro adolescentes. Tenho sobrinha nessa fase e conclui que eles são o combustível da vida. Se canalizássemos a energia dos adolescentes, teríamos luz pra uma cidade como Campinas por 1 ano...rs.
Se eles se dessem conta da beleza que são suas vidas, dramas corriqueiros ficariam para trás. Mas essa insanidade que o adolescente vive é talvez o que embeleza sua aura.
O adolescente nos presenteia com sensações, com histórias, com um humor muito próprio deles, e isso eu posso me vangloriar, possuo ainda parte desse humor. Talvez por isso tenha um contato tão bom com eles. Não sou um trintão retardado...rs rs rs, mas como diz minha sobrinha, tenho ritmo.
O que para nós adultos se faz triste, é lembrar que já tivemos o mesmo viço, a mesma energia, e não soubemos o que fazer com ela. Lendo uma critica sobre o filme Benjamin Button, vi exatamente isso, um corpo jovem com experiência e vivencias de um homem maduro. Mas no final das contas o drama nessa adolescência é a mesma. Tem-se conhecimento e o sofrimento por tê-lo. Então a julgar por isso, a fase adolescente é dramática de qualquer forma.
As gírias, a vida sem muito compromisso, a dramática decisão de fazer uma prova de português e querer ao mesmo tempo ficar jogando vídeo game ou conversando horas no telefone com as amigas, no MSN, no face book e tantos outras diversões que o mundo proporciona para o jovem de hoje, isso é que faz dos nossos pequenos adultos a esperança que o planeta se transforma, mas o ser humano continua o mesmo, só muda o cenário.
Se pudesse fazê-los entender que um dia a idade chega e com elas as responsabilidades inevitáveis da vida, faria com que sofressem menos. Uma pele que mostra as transformações hormonais não é o fim do mundo. A paquera não correspondida, o amor platônico, todo esse sofrimento é tão puro, é tão bom de viver, que um dia sentirão falta, ou concluirão que poderiam ter tirado mais proveito da situação. Não se aprende nada na vida se os problemas não machucam e depois cicatrizam.
Enfim, temos que viver cada fase sem querer atropelá-las. Sejam crianças, sejam adolescentes, sejam maduros, sejam velhos, sem querer inverter a ordem. Um moleque adulto de mais é chato, uma velha que quer ser mocinha é ridícula. É ficar de olhos abertos.
Abração a todos...
Bom fim de semana.
2 comentários:
Adorei seu post... lembro de como era fácil gostar de alguém e se entregar na adolescência. A impressão que eu tenho é que agora estamos todos estragados, viciados... ninguém é bom o suficiente. De fato, posso dizer que tive uma adolescência maravilhosa, mesmo com a complicação de ser gay, acredito que esse fato apenas apimentou mais e deu mais sentido à essa fase em que temos certeza de tudo mas na verdade estamos errados em quase tudo...
éra bem, beeeem legal... :-)
é um período que atravessei há pouco e que as músicas aqui do seu blog, em especial "As Long As You Love Me" e "This I Promisse You", ajudaram a resgatar ao lado do post... combinação de frustrações e descobertas, lutas, brigas e felicidades.. uma energia que pulsa e arrebata! saudades.
Postar um comentário