OS OLHOS QUE NADA VEEM

Dizem que a voz do povo é a voz de Deus. Confesso que tenho medo dessa afirmação.

Assistindo talvez pela ultima vez um reality show brasileiro, percebo que indubitavelmente, nós povo, merecemos a merda que nos comanda. Incrível como o a massa não sabe escolher.

Vendo a vitória do “personagem” Max na edição 9 do bbb, compreendo perfeitamente por que a pouco mais de 20 anos atrás mais da metade do país elegeu como comandante supremo do nosso Brasil aquele que foi o mais falso, pusilânime, embusteiro Presidente que já tivemos.

O povo escolhe aquele que o engana, que ludibria. Vivemos uma ficção real, pois escolhemos personagens de novela. Coroamos aquele que atua, que engana, que brinca com a inteligência alheia.

Max, fez caras e bocas. Escolheu a mais bobinha entre as mulheres para formar o tão massificado “casalzinho” da edição. Um sujeito que na sua verborragia pregava aos quatro cantos uma moral que ele mesmo não sabe se existe. Aquele que não se entrega a tentação da bebida alcoólica. Isso no meu ver tem um nome, medo.

Medo de se revelar. Medo talvez de ter que explicar uma sexualidade tão reprimida, castrada, escondida no armário, talvez.

A cultura da inveja, do despeito ainda está encravada na mente de todos. A personagem bonita, voluptuosa, aquela que adentra o lar pela televisão e encanta os olhos dos homens, incomoda. Logo se diz, a gostosa, biscate. Não há como penetrar na mente invejosa e provar que o conteúdo vai alem do invólucro.

Merecemos políticos corruptos, por que não sabemos escolher.

Acusam o reality show do SBT ( Ídolos 2) por forjar a vitória da loira insossa, sobre a negra talentosa. O que falaremos então da Rede Globo, que não sei se manipula ou não resultados, mas acaba premiando o que menos merecia dentre todos. Excluíram o Ralf com toda sua lisura militar, e deram o premio maximo ao que fingiu, enganou.

No final de três meses de programa, tenho que dar a mão a palmatória e concordar com muitos que alegam que Big Brother é apenas a maquina de fazer dinheiro da Rede Globo, e ainda tenho que concordar, que no frigir dos ovos, não nos acrescentou nada.

Saudade de edições que a diversão era ver gente burra, brigando com gente burra.

Ainda bem que em 9 anos de lama, ao menos nos sobrou um diamante. Uma Grazi Massafera, linda, talentosa, humilde e carismática. Ainda bem que pérolas não se misturam a bosta. Ainda bem que posso dormir sossegado por pensar que dediquei meu tempo a assistir essa tranqueira, mas que felizmente foi dela que Grazi surgiu.

Quanta perda de tempo. Quantas noites parado em frente à TV, para no fim ver premiarem aquele que abominava. Revoltante. Mas mereço isso, por ser povo, por pensar como o povo. Meu único consolo talvez é que tenho um pouco de discernimento, e assim quem sabe num futuro próximo me dedico a algo que me enobreça o espírito, e não empobreça minha cultura.

Tenho dito.