Tchau !


Ouvi muitas piadas nos últimos dias a respeito da morte de Dercy Gonçalves.

Não sei até onde é natural ironizar, fazer chacota sobre esse assunto. Porém, sendo Dercy uma figura tão escrachada, até pode-se perdoar as piadinhas.

Lamento muito sua morte. Dercy foi o que sobrou de um período inocente do cinema brasileiro. As chanchadas protagonizadas por ela, Oscarito, Grande Otelo, e tantos outros mostravam um país simples, de pessoas simples, uma brejeirice cômica. Não se escancarava a pobreza. Ela estava ali, na dificuldade do cotidiano, na ignorância do povo, na rudes dos figurinos e cenários, mas ao mesmo tempo na alegria do carnaval, das marchinhas, na pureza de um tempo que não volta mais.
Lamento sim, por um ser humano que gostava de viver. Dercy apesar de centenária, ainda era a mesma mulher que aprendi a gostar quando criança, a mesma que adorava ouvir os palavrões. Parecia que a cada insulto, a cada palavra de baixo calão, eu como criança me soltava mais, ria, despreocupadamente, por que eu não podia falar essas coisas, mas Dercy se vingava por mim, e enchia a TV, o lar dos brasileiros com irreverência e muitas bobagens.

Que descanse em paz. Porra!




Um comentário:

descolonizado disse...

saudades eternas dessa porra!
eu simplesmente adoro dercy!