Que somos uma nação livre, não há
como negar. Temos uma imprensa dinâmica, nem sempre limpa, mas que está aí, aberta
a tudo e a todos, mas o único problema é que essa mesma “imprensa” abriu espaço
para que milhões de outros que se julgam repórteres invadam a privacidade
alheia e exponham aquilo que julgam ser errado.
Formamos então a nação dos juízes,
promotores e carrascos. Condena-se sem que haja explicação, sem que saibam ao
certo o que é a verdade dos fatos. Fotos, vídeos são diariamente despejados na
internet e dali não saem nunca mais. A partir de um único post a avalanche de
criticas, xingamentos e ameaças transformam pessoas anônimas em terríveis criminosos
merecedores de uma pena de morte.
Caso mais recente: a babá de
uniforme empurrando o carrinho de bebê na manifestação de domingo junto dos
patrões. Ela estava “TRABALHANDO”, recebendo por isso. Ninguém chegou ali
naquele momento e perguntou a ela se estava desconfortável, tanto que veio a
publico pedir que quem tirou a foto arrumasse uma “pia de lavagem” pra se
ocupar. No mesmo dia Gloria Maria foi
fotografada na praia de Ipanema com suas filhas e duas babás uniformizadas. Ninguém
disse nada sobre isso.
Rodrigo Hilbert, um rapaz
sensacional, com uma família linda, profissional de caráter, foi visto matando um
filhote de ovelha dentro da temática de seu programa na GNT Tempero de Família
( que nessa temporada mostra os hábitos de famílias de produtores rurais) e daí
em diante virou um criminoso pior que Lula. Tá, eu também não gostaria de ver
isso, não acho bonito, nem válido (alias, me neguei a assistir), mas o que se
deu nas redes sociais foi uma avalanche de impropérios, acusações e difamações
sobre o rapaz. Acho imensamente hipócrita as pessoas xingarem o
ator/apresentador por isso. A culpa na verdade estava na edição que deixou
passar a sequencia do abate, ou seja, a GNT é a figura mais cruel, não Rodrigo,
que estava ali cumprindo um roteiro de seu programa.
Pergunto: centenas de pessoas
viveram na “roça” no passado e viram pais e mães matarem galinhas, porcos,
bois, até mesmo filhotes de ovelhas e nem por isso se transformaram em
assassinos ( disseram que a violência induziria crianças ao crime) por na infância presenciarem coisas do tipo,
to certo? Alias, essas pessoas se alimentavam dessa carne, que lhes garantiram
a vida, a saúde, e a capacidade de discernir sobre o certo e o errado. Não
quero dizer que devamos ter um programa de como destroncar pescoço de galinha.
A carne que consumimos vem de algum lugar ao qual não faço questão de saber a
forma, e é sim, essencial a minha sobrevivência. Como pouca carne vermelha, mas
me alimento de carne branca, peixe...e esses, ninguém tem dó?
Essa geração de agora que está
entre 18 aos 25 anos mais ou menos se acham tão no direito de reivindicarem sobre
tudo que tornou-se a faixa etária mais chata de toda nossa história de cidadãos
brasileiros. TUDO, com letra maiúscula é motivo para o mimimi deles. Na década de
60 os jovens brigavam pela liberdade (numa forma ampla). Na década de 80
queriam um governo justo. Hoje querem tofú na merenda escolar, sem se aperceber
que o ensino é pior do que a merenda. Olham a casca sem se importar com o
miolo. Isso é superficialidade. E posso sim falar por que convivo com jovens e
percebo a futilidade de suas indignações. Obviamente, tenho sempre que deixar
isso claro, não é generalizado.
Acho valida a integração politica
de hoje, mas não acho certo desfocar de assuntos mais sérios e graves para
ficar tentando prejudicar um rapaz de boa índole como Rodrigo Hilbert. Perderam
tempo, saliva e ponta de dedo para acusa-lo nas redes sociais, enquanto no
palácio da Alvorada, Dilma e seu mestre Lula articulavam a entrada dele num ministério
com a fatídica intenção de livra-lo de um processo na Lava Jato. Um golpe contra
a nação. Isso é muito mais sério do que um abate de ovelha! Por favor jovens “ menas”
como eles mesmos gostam de dizer.
É por isso que tantos e tantos
adolescentes (e pós-adolescentes) se entopem de ansiolíticos. Querem se meter
em assuntos que não dão conta de resolver. Ficam com seus nhem nhem nhens o
tempo todo, pra tudo. O incrível é que ao cruzarem a barreira dos 30 anos, isso
acaba, essa indignação que carregam se desfaz e nem o sapatinho de cristal
largam pra trás como lembrança de um dia terem sido tão ávidos por justiça.
Consciência é um exercício diário.
Saber debater, ouvir (não escutar) é fundamental para que saibam dialogar.
Aquela autoridade de professores na minha época era primordial. Hoje deixam os
jovens falarem o que querem, e isso é um mal que os transformam em monstros,
por que o limite, isso na cabeça deles é apenas um “negocinho” de matemática
que vai cair na prova...
Abraço a todos.
3 comentários:
muito bem colocado, está fora de controle, mas acredito que a faixa etário do mimimi seja entre 15 e 50 anos
muito bom este seu post... realmente foi uma hipocrisia as pessoas apontarem o dedo para o Rodrigo enquanto comiam calmamente seus Hamburgueres e Nuggets sem refletir o que passam milhões de seres vivos todo dia nos frigoríficos nos quatro cantos do planeta!
Concordamos que a cena - que eu não vi e não quero ver - deve ter sido um pouco desnecessária, ou que pelo menos deveria conter uma aviso do tipo "cenas fortes a seguir", mas estava dentro da proposta do programa... eu mesmo, quando criança, vi meus avós, tios, matarem galinhas, porcos, vacas... e eu sempre soube de onde vinha a care que comi! como vc mesmo diz... menos menos!
ps. ha mais de 30 anos sou vegetariano, sugiro aos que criticaram o rodrigo que visitem um abatedouro para saber oque estao comendo!
Vivemos dias turbulentos onde as opiniões de simples mortais viram verdades absolutas e a opinião de cada um vira caso de polícia...mundo apocalíptico! Medaaaaaaaa....
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