Cinemão

O cinema americano vira e mexe aparece com um filme de cunho moral, que prega a bondade, a pureza de caráter e tudo mais. São campeões em criar mocinhos e bandidos. Mas o que se espera de um filme onde Jack Nicholson e Morgan Freeman estão prestes a morrer? O que de interessante pode haver numa história dessas. Bem pra quem assistiu “Antes de Partir” talvez entenda como eu. Não há mocinhos, não há bandidos.

O roteiro um tanto mórbido e em certos pontos melancólico, trás a tela dois gigantes da arte cinematográfica. Não fogem muito dos clichês que os transformaram em ícones. Jack Nicholson, o eterno mulherengo, ranzinza e mal criado. Morgan Freeman o bom e velho senhor “compreensão”. Se analisarmos a cinematografia de ambos veremos que esses personagens repetiram-se em dezenas de produções, as quais não preciso citar.

Mas há algo além disso, muito bem captado pelo diretor. Há um toque da alma de Jack Nicholson no personagem. Percebe-se claramente que o roteiro poderia ser naturalmente a história da sua vida. Já não é mais nenhum garoto. Passou da faixa dos 70, está muito mais gordo do que em outras produções e mostra uma visível dificuldade de fôlego, que pode ser sim, parte do personagem. Mas ele brilha. Ele faz mais uma vez com que o espectador do cinema se emocione, mesmo com tamanha grosseria.

Freeman, um verdadeiro Lord, um homem centrado, que também poderia estar ali vivendo sua história pessoal. Mas ele surpreende, com uma rebeldia adolescente, de quem deixou algo pra trás, e quer a todo custo resgatar e viver, antes que lhe seja tarde. Mas indiscutivelmente a racionalidade que tanto lhe é característico prevalece. Parece que os filmes sucedem na careira de ambos, e a impressão é que não são personagens criados, são continuações da mesma história.

É incrível como atores do porte deles conseguem marcar o seu espaço, e delimitar os personagens, e os transformar em pérolas do cinema.

“Antes de Partir”, é uma reflexão da vida, do que se pode ou não fazer dela. Ter dinheiro ou não, viver simples ou nababescamente não interessa, quando o destino bate a porta e mostra o quão frágil somos.

Há duas frases interessantes ditas por Freeman. O contexto no filme é longo pra explica-lo, portanto só direi as frases. São duas perguntas na verdade. A primeira é: Você foi feliz na sua vida? A segunda: Você fez pessoas felizes?

É bom pararmos às vezes e pensarmos, o que fazemos pra sermos felizes, e isso ajuda ou faz mais alguém feliz?

Recomendo a quem quiser desfrutar de um filme com grandes atuações, com uma pitada de humor, muitas vezes humor negro, e se emocionar, assistir “Antes de Partir”. Vale a pena.


Abração e boa semana a todos



2 comentários:

descolonizado disse...

realmente são dois gigantes!

Unknown disse...

rafa.... faltou fotos.... rs.rs.rs.rs.

abçs