Vivemos uma era de estandardização
das pessoas. Tudo é programado, igual e sem conteúdo. Vemos centenas de
Neymares por ai, dentro da Neymarização do personagem. Molequinhos com cabelo identico,
almejando um dia serem iguais a ele. Tá, mas quem o Neymar é para que seja reproduzido
em serie? Um bom atleta, de apenas vinte e poucos anos. Capaz? Sim, faz um
estrago com a bola. Mas e daí, o que ele oferece? Oferece a oportunidade de
sonhar em ser rico e jovem, pegar todas
as “mulé” que o cara quiser. Acho, sem ser hipócrita, que se Neymar fosse um
jovem escritor que publicou um best seller inteligente que ajudaria a milhares
de adolescentes a ver o mundo por outro prima, algo mais proveitoso.

Não entendo a Ivete Sangalização
também. Nesse caso não há tantos imitadores, mas a maçante exposição da cantora
na mídia, na imprensa escrita, na propaganda, no selo da carta, na fita do
modess, na haste de cotonete, no sabão, na Xuxa, no Luciano Hulk, na Eliana, na
novela, no Faustão, na Palmirinha, no polyshop e no raio que o parta. Pra que
isso? Ela vende bem pelo jeito, e por isso nos enfiam goela abaixo. Adorava
Ivete, hoje cansei. Nem me fale em Claudia Leite, por que aí saio no braço.
As pessoas parecem Chaplin no
filme “Tempos Modernos” repetindo a mesma coisa centenas de vezes. Viramos
todos Memes de internet, viral. Se diz algo que agrada, em minutos Barack Obama
estará discursando sobre o tema na Casa Branca. Assim os aproveitadores
oportunistas (quase um pleonasmo), tipo Nana Golveia, se apoderam do veiculo internet
e se mantem como foco, mesmo prestando-se ao ridículo. Pobre demais isso.

Mas não é só na mídia e no mundo
internaltico...rs que isso anda acontecendo. As grandes empresas,
principalmente, estão abarrotadas de estandardização de funcionários. Todos
dizem as mesmas coisas, e mantem o mesmo comportamento ditado nas palestras de
autoajuda que a “firma” paga para que o povo aprenda a trabalhar direitinho e
evolua. Frases prontas repetidas à exaustão. Isso é chato demais. Havia um povo
que trabalhava comigo, vindos de outra empresa que se associou por um período.
Um povo de frases copiadas. Davam bom dia e perguntavam da sua vida sem te
escutar de volta, mas faziam isso, por que algum palestrante disse que era
legal e evolutivo portar-se assim. Sorrisos forçados, e gente sempre feliz. O
que esses caras não explicam é que felicidade demais incomoda e parece
superficial, hipócrita.
É estranha a forma que o comercio
hoje age com o cliente. Já me irritavam os vendedores de sapataria te alçarem
na calçada para entrar na loja, agora além de voarem em cima de você quando
vira o olhar pra uma vitrine eles fazem questão de perguntar seu nome e apertar
sua mão. Para! Para! Eu não quero dizer meu nome, nem apertar a mão que já cumprimentou
centenas da mesma forma. Me deixem em paz, se precisar eu chamo! Não me venham com
essa forma trabalhada em cursos preparatórios de funcionários venderem algo. Eu
não gosto pronto!
Fui algumas vezes assistir essas
palestras de motivação. Tenho uma amiga jornalista que nos dava convites.
Aguentei até a terceira ( com pessoas diferentes palestrando) e não absorvi
nada. Pra mim aquilo tudo soava como uma forma de fazer o empregado aceitar sua
posição quieto. O mundo não é feito só de lideres. Onde ficaremos se todos
quiserem mandar. Existe sim a premissa que alguns nascem pra mandar outros pra
serem mandados. É assim que funciona, basta.
Abaixo a mecanização do ensino, a
estandardização do jovem, a mesmice implantada no cérebro da criança quando ela
vai para o infantil ou creche. Cadê a cultura, alfabetização consciente, que trazia ao aluno
aquilo que ele não tinha em casa.
Dessa forma continuaremos a dar medalhas
de honra ao mérito para pessoas como Ronaldo Gaúcho, não é mesmo Academia
Brasileira de Letras? Estou esperando a cerimonia em homenagem ao Tiririca,
Gustavo Lima, Joelma, e quem sabe Geyse
Arruda, Universitária e midiática, como gosta de ser chamada.
Machado de Assis, por favor, não
se vire tanto no caixão, uma hora dessas o povo acorda!
Abração e boa semana a todos.