Rio, Eu te Amo. Sim, sim, sim, eu
amo o Rio. Não sei se viveria por lá, mas continuo adorando essa cidade. Mas o
que me faz falar essa frase não é meu apego sentimental sobre as terras
cariocas, e sim o titulo do filme nacional que estreou ontem e que veio na onde
de outros como Paris, I love, New York, I love You ( dois lugares que realmente
não são difíceis de amar).
O Filme nacional, assim como os
outros, conta com a participação de vários diretores renomados que escrevem e
dirigem pequenas histórias que se passam na cidade, até aí acho que todos
compreendem, já devem ter assistido e visualizado a temática, mas “ Rio....” é
um equivoco.
Pense na Rede TV! fazendo novela.
Contratam diretores, atores, equipe técnica da Globo, mas deixam o roteiro a mercê
dos profissionais da casa. Resultado, um baita elenco, com fotografia, som,
trilha sonora maravilhosa, mas totalmente inconsistente. Nem Record, nem SBT
teriam um argumento tão ruim.
O filme se perde em cenas nababescas
do Rio, o elenco como disse são de figuras talentosíssimas do cinema ( Fernanda
Montenegro, Wagner Moura, Claudia Abreu, Rodrigo Santoro, Cleo Pires que
acreditem não diz uma única palavra, dentre outros). Direção de Fernando
Meirelles, José Padilha, Andrucha Waddington, Carlos Saldanha e mais alguns, estrangeiros
como Nadine Labaki ( a qual falarei já já).
Nada disso salva a história ou as
histórias fracas. Lembrou-me aquela coisa anos 70 das chanchadas, apesar de haver
cenas de sexo, como de costume no nosso cinema nacional. Tirando as comedias toscas
do Hassum tudo mais tem apelo sexual. Eu amo o Rio nos poupa desse
constrangimento, deixando apenas uma insinuação de fornicação que nem vale a
pena comentar por que faz parte da pior história contada no filme.
Nossa musica popular é boa,
Pixinguinha, Tom Jobim e até Bebel Gilberto numa versão solo da musica de Cazuza
– Preciso Dizer que Te Amo, sensacional. O q ue
não da para aguentar é a própria cantora no filme, numa forma espectral, voando
sobre a baia de Guanabara em direção ao céu. Ridículo, pobre, e mais uma vez desnecessário
e incompreensível. Se dissesse que o roteiro dessa história é de Gerald Thomas
eu não duvidaria.
Mas há quem salve um pouco a Pátria,
ou o Rio. É diretora e atriz libanesa Nadine Labaki ( do belíssimo “Caramelo” e do comovente, divertido “ E agora, aonde
vamos?”). Essa mulher é linda, transborda talento e sensualidade. A história roteirizada
e dirigida por ela aparece por ultimo e é comovente, bem escrita e dirigida.
Digamos que é a única coisa que salva no filme. Mais uma vez ela prova seu
talento. Vinda de longe e sabendo captar o que de melhor há no Rio, o povo, as
crianças, a esperança!
Eu Amo o Rio parece propaganda para
as Olimpíadas. Esfrega na cara do espectador uma beleza indiscutível, até mesmo
as favelas aparecem bonitas, com o povo alegre e aceitável ( não aquela pobreza
constrangedora que alguns cineastas fazem questão de mostrar). Grita-se: Olha, também
somos limpinhos e organizados! Só que não...
Amo o cinema nacional, amo o Rio
e acreditei que a junção dos dois e mais o elenco primoroso faria do filme uma
obra de arte, me enganei, senti remorso do dinheiro gasto com o ingresso, e da
vergonha de ter apenas SEIS pessoas na sala do cinema, em dia de estreia.
E só para completar, pelo amor de
Deus, deixem Eduardo Sterblitch quieto no programa Pânico, não o arrastem mais para
o cinema. O cara não da conta. Não é bom ator, não é carismático, não segura
uma cena com Fernanda Montenegro. O tempo todo parece que vai falar umas
daquelas bobagens que costuma dizer no programinha que trabalha.
Se as Olimpíadas não fossem no
Rio, caberia muito mais ter feito um filme I Love São Paulo. A pegada talvez
fosse mais engraçada.
Os personagens do filme não parecem amar tanto o Rio assim...
Devia ter assistido “ O doador de
memória”...
Abraço a todos e bom fim de
semana.
5 comentários:
Tudo bem q tem melhorado um pouco mas sou ainda muito preconceituoso com o Cinema Tupiniquim.
Não assiti e nem pretendo assistir ... tipo de filme encomendado para ser marqueteiro das Olimpíadas.
Já gostei por demais do Rio, hoje gosto mas sem aquela coisa cultural e midiática de cidade maravilhosa.
Depois de muitos anos sem ir lá vi um Rio novo para mim. Uma cidade como as outras, tem blzs, tem problemas. Descobri um novo carioca totalmente do carioca dos anos 70/80. Menos arrogante e menos bobo. Gente como a gente ... ponto para o Rio.
Meu AMOR q chega às raias da compusividade é SAMPA. Fora daqui amo de paixão Buenos Aires, Paris, NYC e San Fancisco. Quero conhecer Berlim acho q entrará para o rol das minhas paixões.
Olá Fael, como é bom te ler, me satisfaço rs...Lendo sobre este filme devo ter pensado isso que li aqui, sem saber, pois à medida que lia, entendia perfeitamente. Não vi o filme e provavelmente não veja, também amo o Rio mítico, mas nem sonho em passar por lá. Infelizmente temos esta mania no Brasil, de transportar tudo para cá e tentando sempre um aproveitamento - vide Olimpíadas - e normalmente acontece o que descreveste do que viu no filme. Eu sei, não o vi, mas entendo muito bem o que dizes. A mercadoria a serviço de talentos duvidosos - não falo dos atores - mas que podem fazer um péssima interpretação. Gosto do teu texto.
ps. Carinho respeito e abraço.
ps.2. Obrigado pela visita que me deixou muito feliz.
tô chocado com a sua crítica. não que eu não acredite, eu acredito. na verdade, agora acho que ngm teve coragem de dizer isso tudo.
to cm medo de assistir.
talvez eu assista o doador de memória.
tem a meryl streep e a taylor swift, né?
li uma crítica parecida no Facebook também. pelo jeito vou esperar passar na Globo.
Estava pensando em assistir o filme, mas definitivamente vou esperar assistir online - sim, sou dessas! :p
Não tinha lido sobre o filme, mas saber que tem personagem da Globo e todo um teatrinho "daquele bando" já repenso sobre o "assistir".
abraço.
dentrodabolh.blogspot.com
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