É difícil e complicado afirmar que existem pessoas inúteis no
mundo, mas sim, existem. Alguns passam por essa existência sem deixar vestígios,
sem contribuir com nada.
Minha avó tinha irmãos um tanto
estranhos que geraram filhos mais estranhos ainda. Graças que estou na terceira
geração então essa maluquice toda se desfez um pouco, mas toquei nesse assunto
para exemplificar um tipo de pessoa que passa pela vida como um objeto e não
agrega nada. Uma das primas da minha mãe casou-se com outro primo de sangue e
geraram uma filha lindinha. Essa garota passou uma vida toda sem produzir, sem
gerar nada. Ela veio ao mundo apenas para comer da nossa comida, usar do nosso
ar e se foi assim sem deixar nada, nem uma arvore, um livro ou um filho. Não
namorou, não casou, não teve amigos, não brigou, não xingou, não amou. Ela
simplesmente existiu, nada mais. Claro que sei o porquê disso. Uma mãe maluca,
totalmente desiquilibrada emocionalmente que a criou dentro de uma redoma de vidro,
sabe-se lá por que. Chegou ao extremo de conversamos com a garota e ela
responder na frente. A pobrezinha não tinha gostos, não tinha estilo, não tinha
vontades. Foi-se bem cedo, graças a Deus.
A mãe está aí até hoje, parecendo um abutre curvado e fétido.
Enfim, essas pessoas samambaias que
só existem para enfeitar um canto da sala estão espalhadas por todos os lados.
Tenho certeza que cada um de nós tem dentro da família um ser assim. Aquele que
não contribui que passa a vida tendo 12 anos. É tão bom ser útil para os
outros!!!
Infelizmente pessoas desse tipo
não podem ter obrigações dadas a elas, por que simplesmente não as cumpre. Elas
empurram com a barriga, fingem fazer, mas na verdade tem interesse zero em ser
de alguma utilidade. Preocupam-se mais com o umbigo do que qualquer coisa em
sua volta. No trabalho há muitos desse tipo. E o pior que alguns desenvolvem um
tik terrível, o puxa saquismo do chefe. Então ele não faz nada, não cumpre suas
obrigações, mas como é o queridinho dependurado nos bagos do comandante, passa
ileso.
Mas há também o inútil funcional,
aquele que trabalha, namora, casa, tem filhos, mas não agrega nada a nada.
Conheço pessoas assim. Geraram filhos e os odeia, por que fingem serem pessoas capazes,
mas quando deparamos com as suas crias mal ajambradas praticamente as
desmascaramos. Pessoas que forçam uma máscara tão leve que ao sopra-las
conseguimos identificar a sua verdadeira estampa: incapazes, incompetentes,
infelizes.
Nem todo mundo tem o dom de se útil.
Mas o fato de ajudar alguém, ter paciência com crianças ou idosos já é algo que
nos põe num patamar de utilidade publica. Sabemos identificar uma pessoa prestativa
quando colocamos na sua frente alguém com necessidades especiais, um idoso, por
exemplo. Cuidar de uma pessoa que já não tem mais serventia física e mental
para o mundo é uma dadiva. Não permitir que essa pessoa apodreça a olhos vistos
e dar-lhe dignidade até seu derradeiro fim é mais do que ser útil, é ser
benevolente, caridoso, é demonstrar o verdadeiro significado do amor. Não
adianta chorar quando não estiverem mais entre nós. Cuidar é um dom, e todos
nós podemos tê-lo, basta o coração ter compaixão humana.
Acredito que não sou samambaia.
Abração e bom feirado aos
paulistanos...
6 comentários:
Me lembrou o poema de Francisco Octaviano:
Quem passou a vida em brancas nuvens
E em plácido repouso adormeceu,
Quem não sentiu o frio da desgraça,
Quem passou pela vida e não sofreu
Foi espectro de homem, não foi homem,
Só passou pela vida, não viveu.
Abraço!
Confesso que as vezes tenho um pouco de medo de passar a vida "em branco", mas tenho trabalhado nisso.
E pelo o que é possível conhecer de você aqui pelo blogue, já dá para perceber que com certeza você não é uma samambaia, muito pelo contrário.
Abração.
durante o texto eu fiquei alternando... as vezes eu me achava um samambaia, as vezes achava que não, fiquei na dúvida...
Temos que fazer a diferença, viver intensamente.
Abraços!
Olá Rafael, tou de jejum de comentar e postar e, enfim...não resisti a este post, aliás tenho resistido bravamente de comentar nos teus ótimos posts de últimamente, mas vamos lá...meu pai está dormindo, dormindo, dormindo e nós, eu e minhas irmãs cuidamos, por ele, por minha mãe e por nós, cuidaremos o quanto for preciso, não vejo como obrigação e nem é uma tarefa fácil, mas é meu pai, eu o amo, e coitado, teve tanto trabalho pra me criar, pagar estudos, suportar minha adolescência, só para dizer algumas coisinhas, lá em casa parece uma UTI, me sinto também dentro de uma ficção, algo meio Lya Luft...se faço a diferença com relação ao meu pai, não me interessa, pois o amo e farei enquanto houver vida...infelizmente o que dizes no teu post é verdadeiro, vivo várias situações, essa do puxa saco então, e na vida em geral esta eivado de inúteis, sanguessugas, aproveitadores da paciência alheia, enfim.
Adorei mais este teu post, sinto uma pontada de ódio da raça humana, e talvez isso tenha me feito gostar mais do post, porque estou me isolando e querendo distância dos meus iguais.
ps. Carinho respeito e abraço.
ps2. Nos posts que tenho lido, um me chamou a atenção, um pouco mais que os outros rs, pois eu não tenho intenção, nunca, de transcender o portal virtual que me liga a estes amigos tão incríveis que conheci e conheço na net (não te preocupes comigo, não nos cruzaremos nunca), não há intenção de minha parte de conhecer alguém na vida real, acho que quebraria o encanto de nossas amizades. Nestes 5 anos de blog, apenas uma amiga virtual/real contatou comigo, através do fone e através de email, poucos. Quero continuar assim.
Graças a Deus não sou uma samambaia mas conheço inúmeras ... q triste isto ...
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