VOU ALI VER A EVOLUÇÃO DA ESPÉCIE E JÁ VOLTO...

Se não tivesse bem resolvido com a profissão que gosto, alias, desde sempre já sabia o que queria, poderia muito bem ter partido para o lado da antropologia, sociologia ou até mesmo a psicologia, por que nada me fascina mais que o comportamento humano.

Acredito que uma das heranças mais valiosas da era hippie, do amor livre, foi à clara transformação sexual que a sociedade passou. Ver como se portavam meus pais em relação à afetividade demonstra claramente que vivemos o oposto dessas gerações pudicas de pais e avós. Tudo bem que demorou quase 4 décadas para termos a liberdade de escolha tanto masculina como feminina, mas nessa árdua caminhada perderam-se valores que se não resgatados fada a sociedade a uma solidão coletiva.

A internet é a arma mais poderosa e valiosa dos últimos 20 anos. Aplicativos te dão o par perfeito, o príncipe ou princesa encantada que tanto deseja para uma vida a dois repleta de pássaros cantantes a assoviarem musicas da Disney. Tá, ok, próximo!!! Mas por que não deu certo?

- Ahhh, ele não curte tequila e nem ficar bêbado.
- Ela dança funk e rebola até o chão.
- Ele não tem olhos claros.
- Ela tem pernas finas.

Aperte o botão e volte a procurar novos parceiros. Sexo? Sim rolou, mas ele estava mais preocupado com o corpo dele, com o bíceps que forçava para parecerem maiores. Ela gritava demais durante, isso me incomoda, além do mais tinha celulite, tentou esconder, mas eu vi.

Há algo errado nessa comunhão de corpos. As meninas anseiam por satisfação na cama, afinal elas sabem do que gostam o que querem, e já tiveram parceiros que lhes deram isso. Então, façam o favor de serem melhores! Homens...dura tarefa de superarem uns aos outros.

Eles cansam de parecerem Hércules, por que nem todo cara nasce com o dom para o sexo, alias, ninguém nasce, o que o transforma em algo pleno é a convivência, a intimidade que se cria com o parceiro, as descobertas. Mas, o Tinder tá ali piscando. Por que ficar com essa menina ou menino meia boca se posso arrumar outro melhor?

Assim criamos uma sociedade jovem, fugaz, que se importa apenas com o prazer próprio.

Daí em menos de duas semanas escuto 3 histórias parecidas, com desfechos bem interessantes. Todas tinham entre si o casal perfeito aos olhos alheios. Todas tinham a mesma premissa: a menina guardar-se virgem até o casamento ( algumas por religião, diga-se de passagem). Os rapazes, respeitadores, mantiveram as donzelas intactas, castos a espera da lua de mel. O primeiro soube que não aguentou e deu umas bolinadas na noiva antes do tempo. Estão casados, com filhos e felizes. O segundo, depois de anos de namoro sem tocar na guria, deleitou-se com uma travessa gigantesca de frango a passarinho na lua de mel, dormiu e consumou o ato 7 dias depois. Ele é gay, apenas a namorada nunca percebeu. Quase uma década se passou para que ela notasse o desinteresse por sexo, o sacrifício dele em esporádicas noites de amor. Hoje ela está com outro, sendo esmeradamente bem tratada por um cara que gosta da coisa. O terceiro casal? Bem, a história é idêntica ao segundo caso, mas infelizmente ela ainda não percebeu a intenção do cara. As más línguas já disseram que o menino “agasalha”.

Não se pode mais negar a evolução. Não há mais essa “castidade” fajuta, hipócrita. A religião não pode impedir que os jovens experimentem. Não será o padre ou o pastor que dormirá com eles uma vida toda. Há sim a compatibilidade na cama, não se nega mais isso há muito tempo. Esse é um ganho que a liberdade sexual nos trouxe. Essa involução é errada e não cabe mais nos dias de hoje. Não sou e nunca fui a favor da promiscuidade, mas também não sou a favor do casamento virgem.

O pior de tudo é que os jovens se perderam nessa imensidão de permissões. Pode fazer sexo? Pode! Ahhhhh, então quanto mais, melhor. Mais parceiros, deixando bem claro. A qualidade não se põe muito em questão, se viram apenas uma vez, e cada qual ficou preocupado com o seu próprio clímax.
Sabemos bem que sexo e amor são coisas distintas e lamento muitíssimo que alguns passarão uma vida toda e não saberão que a mistura dos dois é a coisa mais sublime que o ser humano pode experimentar em sua breve passagem.

Tenhamos liberdade, mas saibamos dosa-la. Não sou contra nada que aproxime os iguais. Não sou contra, alias sou muito a favor, que os jovens se aceitem o mais cedo possível e vivam suas condições de forma plena (sem putaria). É triste ver alguém chegar próximo dos 40, 50  tentando enganar a si e aos que estão do lado ( só não percebem que já sacaram há muito tempo que daquele mato não sai cachorro).

Bom dia a todos...



9 comentários:

alex disse...

Excelente texto meu amigo

Rafael disse...

Jovens Fugaz procurando cada vez sexo e mais sexo... Sexo é bom, mas muito sexo te deixa vazio... infelizmente a galerinha se perdeu nesse mundo quanto à isso e deixaram velhos costumes de lado, como chegar e conversar com uma moça ou um rapaz face to face, e não pin** com vagina...

FOXX disse...

É, a liberdade é uma faca de dois gumes, se damos demais, a pessoa perde os limites. Se damos de menos, aí é a vez da pessoa não saber explorar todas as possibilidades. O caminho do meio, definitivamente, é a melhor alternativa. Nem demais, nem de menos. Minha mãe repete uma frase que eu levo para a vida: "tudo que é demais é muito".

ps: eu adoraria ser seu amigo <3

jair machado rodrigues disse...

Às vezes me sinto sobrando,mas de qualquer forma entendi o que dizes no post...acredito que deve ser sublime e maravilhoso e ...fazer sexo com amor de verdade, ainda não experimentei e talvez não o faça.
ps. Abraço.

Antonio de Castro disse...

esses dias eu e uns amigos tentamos definir parceiros sexuais, por causa de uma pesquisa que dizia que durante a faculdade, o aluno do curso mais descolado tinha sete parceiros sexuais.

foi unanimidade na mesa. todo mundo achou esse número pequeno. chegamos a conclusão que parceiros sexuais são aqueles que transamos mais de uma vez, aí tudo fez sentido.

depois fiquei pensando... sete pessoas em quatro anos... não é um número pequeno.

é o mundo hoje em dia.

Gera Careka disse...

Tive uma história parecida quando frequentava o seminário evangélico. Eu namorava uma garota na tentativa de me adequar as condições religiosas. Afinal iríamos ser missionários entre os muçulmanos! Na minha luta interior eu sugeri que fizessemos sexo antes de nos casar, para eu poder avaliar se daria certo ou não! A reação dela foi de espanto e então decidi parar com a farsa por ali mesmo! Não terminei o seminário, deixei a religião e parti em busca da felicidade. Bom salientar que depois disso eu fui de "santo" à "puta"...fiz tudo o que até então nunca havia feito! Não me arrependo de nada! Hoje estou aqui de cara limpa, peito aberto, sem traumas e feliz da vida ao lado do meu companheiro há 12 anos!

Ed Soares disse...

PROVOCATIVO!

É o que define de pronto esse teu texto, campeão!

Como blogueiro e apaixonado pela blogosfera, saio sempre em busca de coisas novas e mentes atuais.

Hoje, esse teu texto simplesmente me chamou a atenção pela sagacidade, bem como pelas verdades expostas.

Tudo o que está retratado aí é a realidade dos tempos atuais.

Muita paz, sempre!

Latinha disse...

Muito bacana teu texto, como sempre aliás. Acho que possível estabelecer paralelos com várias situações que presencio no dia-a-dia.

Só queria saber qual é essa faculdade do comentário do Antonio... porque comigo não foi assim não... eheheh

Grande abraço, uma boa semana.

Anônimo disse...

Adoro quando leio a escrita de alguém que sabe o que é intimidade!
bjs