Tenho um terapeuta sensacional
chamado “travesseiro”. Não digo que seja uma pessoa perfeitamente equilibrada
por que não acredito que haja nesse planeta quem o seja então como um bom ser
humano tenho meus males, minha duvidas e meus direitos.
Tenho direito de entrar no
elevador e não precisar ficar sorridente cumprimentando todos que estão lá
dentro e dando bom dia para cada cidadão que desce no seu respectivo andar. Não
há nas leis condominiais algo que diga que somos obrigados a essa simpatia. É
uma cordialidade e não uma obrigação. Quando morava em apartamento me mantinha “simpático”
por que nunca sabemos se precisaremos de um vizinho ou não, mas num prédio comercial,
onde há centenas de pessoas que visitam empresas, ficar com esse bom dia, bom
dia, bom dia, é insuportavelmente hipócrita.
Tenho direito de não gostar de
pessoas. Não sou Madre Teresa, infelizmente. Tenho ojeriza de gente falsa,
superficial e puxa saco. Aquela pessoa que faz questão de contar suas
peripécias, viagens e aquisições não pelo fato de compartilhar, mas para
mostrar seu poder aquisitivo. Aquela pessoa que viaja, fotografa museus, come
em restaurantes caros e claro compartilha milimetricamente seu dia para que as
pessoas acompanhem sua novela pessoal. Esse tipo de gente me implica.
Não curto pseudo-intelectuais. A inteligência
é algo nato, e quando o são, não precisam provar, simplesmente pelo fato que isso
é natural, então não há necessidade de alardear que é culto, que é lido, que
compreende arte, e tudo mais que está na moda ou que impressione.
Se pudesse não cumprimentaria ninguém
quando chego num lugar cheio. Claro que isso é uma convenção que faz parte da
boa educação. E não é pelo fato de ser chato ou grosseiro que não gostaria de
seguir esse código, mas por timidez mesmo. Morro de vergonha de chegar a
eventos e ter que ir de pessoa em pessoa dizendo olá. O mesmo quando preciso ir
embora. Gostaria imensamente de me tele transportar para casa sem que ninguém sentisse
minha ausência. Mas claro, fui muito bem educado e sei que é necessário seguir
essas convenções.
Não suporto a vulgaridade. Há um
tempo acreditava que isso era exclusivo das mulheres, mas hoje tenho a certeza absoluta que homens são vulgares
tanto quanto. Aquela boçalidade que chamavam de macheza é nada mais que a
versão vulgar do homem. Escarrar em todo canto, se coçar intimamente em
demasia, falar alto, ser indiscreto, inconveniente, falar mal de mulheres com
quem já se relacionou ou não, taxar todo cara de viado (alias isso pra mim é
baitolice reprimida, por que homem
educado não fala que todo o resto é viado), não respeitar o espaço alheio e
algumas outras características do “macho” é sim vulgaridade.
É indiscutível que precisamos
conviver em sociedade e para isso respeitarmos a individualidade de cada um,
mas também não somos obrigados a concordar com tudo. Hoje em dia não se pode
falar de politica com quem é Petista. Eles se acham donos do mundo. Não se pode
criticar a obsessão por academia que algumas pessoas têm, por que você passa
por sedentário invejoso. Não se pode discordar do gosto cultural de alguns por
que se torna um antipático. Religião então, putz, você é a encarnação do Zé
Pilintra se disser qualquer coisa que vá de encontro ao que pregam pastores e
padres. Não se pode ter um gosto particular, por que te acham um Nerd. Se não
casou é gay. Se é mulher e joga futebol,
então é lesbica. Se gosta de novela e televisão é um alienado.
Tudo hoje em dia é julgado, e
nessa onda acabamos por sermos excessivamente críticos a todo instante. A
imparcialidade fica na gaveta, e tomamos partido até na discussão dos outros.
Aí vem a bela e boa frase que odeio, que faz com que coloque a pessoa numa
lista negra que será entregue para magia negra, e depois enviada por sedex para
o inferno: Nossa, quero morrer seu amigo!!!
Não há nada eu me irrite mais que
isso. Como se quem está dizendo também não fosse critico e comentasse sobre as
pessoas.
Como diz uma sabia mulher que
conheço: Sou um para falar do mundo, enquanto existe um mundo falado de mim.
Boa segunda feira. Esse
cumprimento eu gosto, por que sei que quem passa por aqui, o faz com vontade, e
se chegou até o fim do texto, merece, que deseje uma ótima semana.
Abração.
7 comentários:
Nos o direito de ser quem queremos ser mas é muito melhor e mais gostoso ser pessoas de bem com a vida ou que saibam dar bom dia, sorrir mesmo sem vontade e etc... o mundo já está cheio de críticos seja vc mesmo um apoiador!
Olá querido Rafel, fico tentando achar algo para discordar e ter o que comentar rs, mas minha vida e atitudes passam pelo que dizes, não literalmente, mas muito. A parte de cumprimentar quando chega ou sai de uma festa, pra mim é um martírio parecido, por gosto de sair a francesa, valha-me Marina afônica Lima. Sempre um prazer te ler,caro amigo.
ps. Carinho respeito e abraço.
Ótima semana que se incia para nos.
Boa segunda!
Mas vc me parece ser daquele tipo de mal humorado fofo. todo irritado, mas fofíssimo!
(minha impressão)
ah, ainda espero seu e-mail no leninfoxx@gmail.com
Eu tenho problema com chegar e sair dos lugares, sair ainda é menos traumático, o "a francesa" sempre ajuda... Mas chegar, é um tormento... (Só superado pela vez que eu tive que ser padrinho de casamento.)
Muito legal o texto!
E que possamos fazer dessa uma boa semana! ;-)
Como falo para um grande amigo..."tamojunto!!!"...ótimo texto...como sempre, concordo por ser assim tb...hehe.
Abraços.
É, tá ficando complicado viver !
As vezes é essa impressão que tenho !
Bom resto de semana !
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