Existe aquela citação que diz:
Fulano está mais feliz que pinto no lixo! Pois é, eu me senti assim outro dia
numa festa infantil. Não foi por causa de bolo e brigadeiro, por que isso eu
faço em casa, mas por outro motivo, um oásis que se abriu na minha frente logo
que cheguei.
A Dona da festa indicou os comes
e bebes. Ali sobre a mesa estava uma bandeja com “COXINHAS” de tamanho natural,
iguais às vendidas em padaria, imensas, gorduchas e suculentas. Lembrando que
se tratava de festa infantil, fui educado e provei apenas uma, afinal não era o
único convidado. Sou fissurado em coxinha!!!
Ao retornar onde estava sentado,
a dona da festa olhou pra mim e disse, come mais!!! Meu olhar cruzou o dela
sobre a mesa e percebendo que a bandeja estava vazia então falou: ahhhh, ali
dentro tem mais, sirva-se a vontade e indicou uma caixa gigantesca de isopor.
Fui timidamente ao recipiente e quando o abri, fui atingido por uma cena inesquecível.
Vi o conteúdo da arca da aliança de Indiana Jones, eu descobri que a caixa de
pandora é deliciosa. Ali dentro havia dezenas, acredito mais que uma centena de
coxinhas, fritas, quentinhas, para me servir a vontade. Essa imagem nunca mais
me abandonará. Quis mergulhar ali dentro, pegar aquelas coxinhas todas e
esfregar na cara, entrouxando varias ao mesmo tempo na boca com medo que aquilo
acabasse. Comi umas 10, sem brincadeira. No final a dona da festa ainda fez uma
marmitinha com mais umas 8 ou 9 e me deu...fala a verdade, da pra ser mais
feliz? Rs rs rs.
Fui uma criança que não
gostava de nada. Comia o básico do básico, mas adorava guloseimas. Até hoje sou
assim. Me dê um prato de massa ou uma vasilha de salgadinhos de festa. Não há
duvidas na minha escolha. Como festa! Sempre fui assim. Meu café da manhã tem
que ter bolo, bolachas ou qualquer coisa que não seja pão integral e queijo
branco. Isso é o mesmo que mascar palha pra mim. Não consigo, não desce, não
digere!
Quando ia ao mercado com meus
pais já era certo que comprassem Danette e Cheetos daqueles que pareciam uma
velhinha corcunda. Vinha no carro de volta comendo o Danette com o dedo,
conforme a propaganda da TV e engolindo coliformes fecais presos a mão de uma
criança que mexia em tudo, e em seguida um a um, mordida a mordida, um pacote
de cheetos laranjinha e extremamente artificial. O bom disso, é que sempre fui
magro, esquelético, então nada me fazia mal.
Na escola o lanche era sempre uma
coxinha ( esse gosto me acompanha da maternidade), um copinho de doce de
banana, o qual acredito ser o único nesse universo que gosta. O copinho era
feito do mesmo material da hóstia católica, farinha e agua, e acompanhava uma
pazinha, que nunca usei. Lambia o papel que o cobria e mordia aquela delicia
saboreando cada pedacinho. Minha infância açucarada!!!
Mas a sobremesa era alternada.
Quando não havia o copinho de bananada, comprava pipoca nhac e uma bisnaguinha
de doce de leite. Furava a pontinha dela e colocava uma porção pequena em cada
pipoca. Um ritual que demorava muito tempo. E assim eu me satisfazia no recreio
e voltava com a corda toda pra sala de aula.
Já adulto, eu quase não encontro
mais esses doces industrializados. Aqui em Campinas há distribuidoras, mas a
fabrica da minha infância deve ter fechado por que o gosto não é mais o mesmo. Nem
o amendoim japonês tem a mesma corânica.
O que fizeram com essas memórias
da minha infância? Não fui eu que cresci, foram as fabricas que paparam de
produzir meus doces prediletos. A sorte foi que sobrou o doce de abobora de
coração, o canudinho de doce de leite, o amendoim bolinha. Mas cadê o guarda-chuvas
de chocolate, a fita de balas que vinha com a cara de animais na embalagem, o
chocolate Surpresa que me dava informações em cartelas grátis. Cadê o sorvete fura-bolo
que parecia que tinham chuchado o dedo na merda?
As crianças de hoje nem sabem o que é chantibon!!!
O mundo evoluiu, a Regina Duarte
não é mais a namoradinha do Brasil, agora ela é a velha louca do Brasil. Quero
meus doces, quero meus personagens preferidos de volta!!!
Melhor parar por aqui, por que to
vendo uma ambulância do sanatório parada ali embaixo!!! Vão me colocar em
camisa de força. Certeza!!!
Abraço a todos...
Os.: deixa eu comer um “sensação
de morango” já que o de laranja e limão ficaram lá na década de 80.
9 comentários:
Rafa, não sou muito fã de coxinha, mas a forma como você a descreveu, me deu água na boca. Quero uma coxinha já! hahaha
E eu também gostava daquele negocinho de doce de banana, muito bom...
Que texto suculento! haha
Bjos
Olhaaa... Da mesma forma que vc é com coxinha eu sou com pão de queijo. auhsuahauhs
hahahahahahahah e adorei o sorvetes fura bolo com o dedo chuchado na merda... hahahahahhaha
Nossa... teu texto ficou "delicioso"... Coxinha é tudo de bom! Sou fã!
Mas eu adorava esse doce de banana, e uma duvida me atormentou por anos, se podia ou não comer o danado do potinho! Eu comia obviamente, mas com um medo! ;-)
Abração!
PS: Ah! Eu sei o que é Chatibon! kkk
Adoro um "par de Coxinhas" ... se estiverem quentinhas então ... kkkkkkkkk
Até que enfim alguém que lembra do Sensação Limão... o povo jura que sou louco, pode?!? Hahahahaha!
Saudades de todas essas guloseimas e desse tempo... ai, ai! Só essa pipoca doce que no me gusta! :(
Gracias pelas felicitações, querido! E eu ri muito com a TV Exúxa... hahaha! Hugzão!
Querido Rafael, deliciosamente escorregueipelo teu post, gostoso na nostálgia e nos sabores lembrados...não acho coxinha a coisa mais gostosa do mundo (como tu rs), mas aprecio bastante, e te entendo com relação a festa infantil, pois troco um churrasco meia boca por uma boa festa de criança. Apesar dos meus 47 anos, e dos meus pais, os dois com diabetes, eu amo doce. Tenho medo de Deus me castigar, e meu maior castigo além da solidão infinita é não poder comer doces rs. Nunca mais vi o fura-bolo, e nunca pensei que estivesse chuchado na m* rs. Chantibom...tada da naoradinha do Brasil, digo, da velha louca do Brasil rsrsrsrs. Bom, seu continuar te entendo e gostando, começo a ficar com medo de cruzar contigo numa clínica rs. Mais um post adorável.
ps. Meu carinho meu respeito e meu abraço.
Ai que invejaaaaaaaaaaa!!! Eu que não consigo sair dos meus 94 quilinhos, tenho que me manter longe dessas "guloseimas" todas! Mas inevitavelmente, vez ou outra eu "me jogo" e "me acabo" comendo umazinha de uma coxinha suculenta ou um pastel crocante! A sua visão me deixou flutuando sonhando com "o conteúdo da arca da aliança de Indiana Jones"!! Hehehehe...
Como você, também adorava o copinho de bananada (que invenção). Talvez por isso me amarro numa "banana" até hoje! (ui!) Rsrsrsrsrs
Agora, fala sério né? Você quer acabar com a gente quando diz que sempre foi magro e esquelético! Coitado de nós pobres mortais, que somos obrigados a ficar longe dessas "deliciosas tentações"... Acho até que o titulo deste texto deveria ser outro! hahahahaha...
Grande sacada!
Super abraço
Kkkkkkk.
Eu era uma criança gorda, então nunca pude comer essas coisas, meus lanches eram no máximo pipoca de milho ou doces caseiros que minha mãe fazia. Quando ela tava de boa vontade. Além do mais, meus pais eram pobres não comíamos coisas como chocolate ou iogurte, e eu sempre fui o último menino da rua a completar os albuns do Ploc.
Quero coxinhaaaaaaaaaaaaaa
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