PIADINHAS INFAMES PRO FIM DE SEMANA


Finalmente chegou a sexta-feria. Então  pra não ocupar o tempo do povo, que deve estar correndo pra aproveitar o fim de semana e em homenagem ao Dr. Cesar,  rapidinhas de médicos.



Diz um médico para outro:
- Este paciente deve ser operado imediatamente.
- O que ele tem?
- Dinheiro.


Um homem espera o resultado da cirurgia de sua esposa.
Depois de um tempo, o médico saiu da sala de operação e disse que o caso era muito a sério.
Disse que o homem ia ter que dar de comer a ela na boca porque ela não podia mover mais as mãos, deveria levar ao banheiro, tinha que trocar de roupa, banhá-la, etc. porque ela não podia mais se mexer.
O marido começou a chorar e o médico disse:
- Não chore. Eu tava de sacanagem homem! Ela já morreu!




- Doutor o que eu tenho é grave?
- Não se preocupe meu amigo. Qualquer dúvida vamos esclarecer na autópsia.

Ótimo fim de semana a tofos.

EEERGUEI AS MÃOS...

Nunca curti o Padre Marcelo, mesmo minha mãe sendo fã dele, escutando tudo o que ele diz, e comprando seus livros ( e o pior, me presenteado com eles também).

Mas não sei o que houve que ultimamente tem sofrido uma metamorfose. Inchado e falando lentamente. Não assisti sua entrevista na Globo, por isso não sei o que aconteceu com ele.

Mesmo assim continuo não acreditando em sua voz mansa. Sou um herege?


bom fim de tarde a todos.


CAMPINAS, A CIDADE DOS LINEUS


A roupa que vestimos não mostra o que somos. O melhor carro é aquele que a gente pode pagar pra ter e a melhor casa sempre será a nossa, onde existem traços da nossa personalidade.

Tudo isso pra mostrar que não sou alguém que vê os outros pela posição social ou que analisa aquilo que outro tem de bens materiais, mas uma coisa me intriga e me deixa profundamente irritado aos fins de semana quando preciso transitar pelas ruas esburacadas de Campinas, a quantidade absurda (eu realmente não entendo por que) de carros do modelo Monza espalhados pela cidade.

Nesse ultimo fim de semana, nas poucas vezes que saí, fui quase atropelado, quase bati, quase enfartei, quase destruí um Monza a martelada, por que além de ser um carro fora de uso, antigo, os motoristas desses são o que existem de pior no transito da cidade. Velhos rabugentos que dirigem no mundo de OZ, onde pensam existirem apenas eles nos volantes.

O Monza pra mim ficou caracterizado como o carro do Lineu ( Marco Nanini – a Grande Família). É um carro de tio véio, daqueles que aprenderam a dirigir em ford 1940, com apenas 3 marchas. Sábado e domingo em Campinas são dias de esbarrar em Lineus pelas ruas. Estão nos semáforos, andando no meio das pistas ( coisa que me tira do sério), parados nas esquinas mais movimentadas com os capôs abertos e sempre o mesmo tipo: aquele cara desleixado ( véio na maioria das vezes) de bermuda, camisa aberta e cara de esponja de cachaça. Por que, pergunto, por que, nessas horas não tem um agente de transito pra tirar esse sujeito de circulação. Eles provocam acidentes, eles atrapalham o fluxo normal de veículos, nas grandes avenidas, eles incomodam!!!

Há varias dessas agentes em Campinas, que é outra coisa que não entendo. Por que tanta fanchona pra cuidar do transito. Elas olham para nós motoristas homens com ódio. As únicas multas que levei na vida vieram delas.

Não quero ser maldoso como os donos de monzas, mas pô, custa prestar atenção no transito. Não adianta nem buzinar, por que a maioria já nem audição tem mais, e também não enxergam. Fazem barbeiragens e continuam no seu mundinho. Temos uma desova aqui na cidade, todos os monzas que sobraram no país vieram pra cá. Impossível uma cidade ter tantos carros desse modelo, é algo que transcende a logica. E Campinas além de engolir esse sapo tem outros problemas mais graves.

Minha adorável cidade é um recanto do descuido, do abandono, e o celeiro dos mais hipócritas políticos da nossa nação. Parecemos um cartel de coronéis que ainda mandam nos colonos e impõe voto de cabresto. É nauseante assistir o horário eleitoral. Tentei uma única vez semana passada, e não aguentei 5 minutos sequer. Um bando de mentiroso que nem coram em prometer tantas barbaridades.

Cidades como a minha, com uma raça tão podre de políticos é que faz com que não acreditemos mais em nada. Sabemos que 99% são iguais a eles no restante do território nacional. Acabaram com toda e quaisquer ilusões que tínhamos de ser uma cidade modelo, um lugar de cultura e com infraestrutura básica para toda a população. Aqui não há acentuada desigualdade por que todo mundo se ferra, do rico ao pobre o campineiro só toma na cabeça. Andar pelas ruas é impossível com o asfalto vagabundo que ultimo prefeito caçado colocou por aqui. Devíamos ter uma lei para mandar embora do país sujeitos que brincam com dinheiro publico e enganam a população com sarjetas pintadas. E o pior, anular voto é corroborar para que um canalha acabe ganhando a eleição. Temos infelizmente uma fogueira de um lado e um precipício do outro. O que escolher para que a dor da morte doa menos, é o inevitável para essa próxima eleição.

Boa segunda feira a todos. Se tiver um Monza, deixe-o em casa nos finais de semana, por favor...rs.

A VIDA COMO DEVERIA SER...


Sempre digo que não tenho ídolos por que acho a idolatria uma perda de tempo. Na verdade tenho sim respeito e admiração por algumas personalidades e uma delas, que me cativou ainda moleque, foi Nelson Rodrigues.

Hoje Nelson completaria 100 anos de idade e em dezembro 32 anos que partiu. Para uma mente brilhante como a dele, a ida foi prematura demais. Digo sempre que algumas personalidades poderiam ter estado entre nós mais duas décadas que fossem, e teríamos muito mais delas para nos orgulhar. Imagino o quanto Nelson não teria produzido nos anos subsequentes a sua morte, no auge da mudança de regime no Brasil. Mas, descansou, e deixou um legado razoável para desfrutarmos.

Atrevo-me a escrever, e a dramaturgia de Nelson Rodrigues foi sempre inspiração, por que adoro essa coisa suburbana, classe média que ele muito bem apresentou em seus livros e na serie “ a Vida como ela é”, tanto que de um livro de frases construí digamos outro livro, onde a cada epigrafe dita por ele, um conto foi criado.

Sei que é profundamente chato e constrangedor publicar textos enormes no blog. Sei do tempo escasso de cada um, e que as leituras tem que ser rápidas e dinâmicas, mas hoje em especial, pela celebração do nascimento de Nelson Rodrigues, irei abusar da paciência de cada um que se dispor a ler e publico um dos meus contos escritos em homenagem a ele. Não há necessidade de prosseguir, aqueles que não sentirem vontade de ler, terminamos aqui com um forte abraço, e aos que chegarem ao fim, agradeço pela delicadeza e consideração.

ótima quinta feira a todos.

CINCO MINUTOS PARA PECAR 

Capítulo 6 : O Espectro


AS MORTAS NÃO TRAEM...”
(Nelson Rodrigues – Flor de Obsessão)

Edinaide subiu a rua carregando vários pacotes sem ao menos conseguir olhar por onde andava. Atrás vinha Cleoberto fumando seu cigarro de menta na piteira inglesa que ganhara de um cliente. A cada passo empurrava a mulher para que andasse mais rápido. De longe as senhoras da vizinhança criticavam aquele homem bruto. Uma mocinha tão delicada e casada com um verme como aquele. Que tristeza sentia a mãe da pobrezinha comentavam as fofoqueiras.
Realmente dona Gracileide tinha uma tristeza profunda em ver Edinaide casada com aquele elemento troglodita. Quando receberam o pedido de casamento no jantar de sete de setembro, os pais nunca poderiam imaginar que aquele cavalheiro perfumado que dera uma aliança de brilhantes para filha se tornasse um ser escabroso como aquele.
Edinaide era filha única e nascera em berço esplêndido. Não era de ouro, mas teve em toda sua existência, até o casamento, tudo o que uma mulher possa desejar. Era linda, tinha os olhos amendoados com uma safira a luzir dentro. Os lábios grossos e os dentes numa arcada perfeita lhe cintilavam à luz como marfim. Os seios firmes e o quadril bem feito faziam par com lindas pernas torneadas pelos deuses. Os pés...Ah!!! Os pés de Edinaide. Nem Cinderela tinha pés tão lindos como os dela. Mas tudo isso pertencia exclusivamente a Cleoberto. Este, pouco satisfeito jurava que um dia ainda melhoraria a aparência da esposa.
Na verdade Cleoberto tinha uma obsessão compulsiva sobre a beleza da esposa. Tinha plena e total certeza de sua beldade, tanto que andava atrás da esposa para ver se alguém que passasse de encontro a eles olharia para ela. Era um modo de se certificar se olhava ou não para outros homens. Quando saia para o trabalho, trancava a pobrezinha em casa e levava as chaves. Ela às vezes aparecia por entre as grades, mas logo entrava. Tinha receio que o marido chegasse e a visse no portão. As vizinhas se compadeciam dela, mas nada podiam fazer para ajudar. O padre da paróquia alertava que ninguém podia se intrometer.
Cleoberto do escritório ligava dezenas de vezes durante o dia para saber o que a mulher estava fazendo. Ai dela se demorasse mais que dois toques para atender ao telefone. Muitas vezes podia-se ver a patética cena de Edinaide plantada sem calça na sala segurando o gancho do telefone numa mão e noutra um tucho de papel higiênico. Nem as necessidades básicas a pobre coitada tinha tempo para fazer. Cozinhava e passava, além de lavar, cerzir e inventar formas de agradar o maridinho. Confeccionava roupas masculinas com grande apresso e trazia Cleoberto numa elegância de lorde. E mesmo assim ele ainda desconfiava que Edinaide passasse o dia a pensar besteiras. Dizia aos amigos que mulher que fica em casa sem ter o que fazer pensa besteira e acaba por colocar galhos na cabeça do coitado do marido. Mas a pobrezinha da Edinaide amava Cleoberto como louca. Não dormia e nem respirava se o marido não estivesse por perto ou lhe dando ordens para tal. Vivia para ele e rezava todas as noites pedindo que ela morresse antes, por que não resistiria viver num mundo sem o marido.
Na missa dos domingos o casal desfilava de braços dados para que os homens vissem que aquela mulher tinha dono. Não permitia que ninguém se aproximasse e os cumprimentos eram respondidos apenas por ele. Edinaide mantinha a cabeça baixa e não encarava ninguém. Quando passavam da praça, ele a empurrava para frente. Caminhava atrás entre uma cusparada e outra mandando que andasse mais depressa.
E são inacreditáveis as histórias da vida. Não é que um infeliz do escritório, certa tarde coloca uma pulga atrás da orelha de Cleoberto. É, o pulha do Reginaldinho, soltou na mesa do café, que mulher quietinha que fica o dia todo dentro de casa esperando o marido, recebe sempre o amante pelas portas do fundo. Sim a maioria trai e ele mesmo, cansara de entrar pela cozinha.
Aquela tarde demorou a passar e foram um total de quinze telefonemas para Edinaide até Cleoberto chegar em casa. Quando entrou, nem um beijo de boa noite deu na esposa. Correu a casa cheirando o ar, desconfiado de que alguém estivera ali. Sem entender Edinaide perguntava o que estava acontecendo. Vendo o papel ridículo que estava fazendo em frente à esposa, Cleoberto sorriu amarelo e foi tomar banho.
Durante o jantar ficou observando a esposa para ver se percebia algo de traição em seu rosto. De tempos em tempos ela o olhava e sorria. Na sua mente ele raciocinava se aquele sorriso não era um modo de disfarçar o adultério. Os cabelos de Edinaide estavam arrumados de forma diferente e isso podia ser uma prova de que alguém estivera na casa antes dele chegar. Na pressa ela devia ter amarrado de outra forma. Ou podia ser também que estivesse interessada por outro homem e estava se embelezando para ele. Mas isso jamais aconteceria. Deste dia em diante ela ficaria feia, para que nenhum homem a desejasse mais.
O primeiro passo de Cleoberto foi despejar na pia do banheiro todos os xampus e cremes para cabelo. Se o bonitão que a visitasse gostava de cabelos sedosos, que procurasse em outras bandas. Sem entender o que estava acontecendo, Edinaide acabou aceitando sem questionar muito. Passaria a lavar seus cabelos longos com ervas que cultivava no quintal. Mas por pouco tempo, porque três dias depois a levou numa cabeleireira e as madeixas lindas de Edinaide transformaram-se num corte de dois dedos do couro cabeludo. Quando saíram do salão, ele sorria e ela podia ser confundida com um rapaz adolescente.
E assim a rotina seguiu por meses. Ele chegando em horas variadas para tentar surpreende-la no ato de adultério ou tirando-lhe a beleza que Deus com tanto cuidado lhe havia concedido. Os batons, pós-compactos e esmaltes sumiram daquela casa, nem mesmo as revistas de moda pode comprar. A pobre coitada passava o dia a cantarolar musicas religiosa. Aos domingos assistia a missa pela televisão. Cleoberto não queria mais que saísse de casa. Achava que se insinuava para o capelão na saída da reza. A vida de Edinaide resumiu-se em cozinhar para o marido. O telefone foi desligado e o radio quebrado numa estação evangélica. Tinha certeza que se passasse o dia ouvindo mensagens de Deus, não teria chance de traí-lo.
A cartada final veio quando Cleoberto resolveu que as curvas do corpo de Edinaide estavam provocando demais os homens. Mas que homens? Sendo que ela não saia de casa. Mas o marido insistia em um regime de pão e mel. No jantar ele degustava as costelinhas de porco que trazia, enquanto a esposa digeria um angu de fubá e café preto.
Não demorou para que a pobre perdesse, cinco, dez, vinte e oito quilos. Tornou-se um espectro andando na casa. A pele numa tonalidade acinzentada e os lábios murchos davam-lhe a aparência de uma velha centenária. As unhas cresciam e os cabelos caiam. Era impressionante ver Edinaide. Os pais não podiam visitá-la e nem mesmo Cleoberto conversava com a esposa. Ela passava boa parte do dia deitada na cama, sem forças para levantar-se. À noite tentava sorrir quando lhe servia a comida, mas os dentes também enfraqueciam e sentia dores horríveis no corpo.
Mas o cretino do Reginaldinho continuava a falar sobre mulheres que traiam, e Cleoberto escutava com uma ânsia inimaginável. Fantasiava sua mulher com outros homens deitada na areia da praia, sobre a boléia de caminhões, dentro de piscinas de água quente. Eram imagens que o perturbavam. E em casa a indefesa Edinaide esperava entre imagens de santos a hora de se livrar de seu martírio. Sabia que o marido a judiava por pensar que o enganava. Depois de tanto tempo percebera a intenção dele e já não suportando mais, colocou debaixo da cama sapatos de um outro homem. Conseguiu a duras penas pular na casa do vizinho e roubando-lhe o objeto do vestuário escondeu-o para que Cleoberto achasse. Sabia que o marido sempre procurava alguma coisa e queria que achasse. Talvez assim a abandonasse e bem ou mal viveria em paz.
Quando saiu do banho e abaixou-se para pegar o chinelo deparou-se com o par de botinas pretas sob o seu leito conjugal. Incrédulo permaneceu boquiaberto olhando o artefato de couro que estava a um palmo do seu rosto. Fez uma pequena poça de bába no chão. Levantou-se silenciosamente e foi até a sala. Parou e observou a esposa costurando um lençol.
Ela estava sorridente. Ele percebeu que havia conspurcado com algum macho na cama onde dormiram uma vida toda. Reginaldinho tinha razão. As esposas que ficam sozinhas em casa o dia todo traem seus maridos na própria cama onde se entregam à noite no cumprimento do matrimônio. Ela sujara a cama e isso devia ter acontecido milhares de vezes. Era uma ordinária que trazia elementos do sexo oposto para deleitar-se em sua luxuriosa ânsia de pecar. Vagabunda!
Sentado na mesa de jantar pensava em surra-la, mas ao mesmo tempo queria ama-la. O que os homens com quem ela dormia sentiam sabendo que era casada? Será que a possuíam pensando nele? Era uma impura, uma mulher que qualquer homem quereria para uma noite de sodomia. Cleoberto sentiu um desejo pela esposa incontrolável. Queria possuí-la e foi o que fez. Correu na sala e atirou-se sobre ela rasgando a camisola e deixando exposto o corpo esquelético de Edinaide. Sem reagir ela entregou-se a ele com volúpia. Rolaram entre almofadas sobre o carpete da sala de estar. Amaram-se como animais. Satisfeito Cleoberto levantou-se e foi ao quarto. Quando voltou ela se arrumava agachada perto do sofá. Ele se aproximou e apontou seu revólver para o peito de Edinaide. Sem reação a pobre levou três tiros que lhe tiraram a vida instantaneamente. Cleoberto soprou o cano da arma em meio a gritos de vizinhos na porta. Olhou o cadáver da mulher e disse a si.
– “Pronto! Está feito! Pelos menos  morta ela não trairá...”

Fim


EXISTE VIDA ALEM DA JUVENTUDE


As pessoas acreditam que viver cem anos em um é o certo para se ter histórias e clamar aos ventos que “eu vivi a vida”. Pode até ser, num determinado ponto de vista, mas para mim a coisa é diferente.

Hoje os jovens descobrem a vida muito cedo. Meninas perdem a virgindade ainda segurando Barbies nas mãos. Garotos querem colocar em pratica aquilo que veem na internet, nos sites de pornografia ainda com os joysticks do vídeo game do lado. Garotas assumem suas sexualidades para a família nos jantares de formatura do ginásio e meninos saem do armário e dormem com seus namorados em casa já na primeira comunhão.

Sabe o que será dessa geração daqui trinta anos? Um bando de pessoas amarguradas, sem nada mais para descobrirem da vida. Tudo o que poderia ser fantasia foi realizado no passado. Aos vinte anos muitos jovens já tiveram experiências que eu com o dobro da idade ainda calculo no caderninho se será possível. Experiências demais quando se é imaturo não são experiências, são apenas flertes com o roteiro da vida. Não digam que um jovem tem cabeça suficiente aos 19 anos por que isso não é verdade. Só começamos a ser realmente pessoas de proposito quando nos aproximamos dos 30 anos.

Não é ruim, de forma alguma a inconsequência dos atos antes dessa idade. Claro que não precisam abusar da sorte e tornarem-se babacas de plantão. As medidas para o “viver intensamente” tem que ser dosadas a cada ano de vida, a cada experiência nova. Uma equação que fará do jovem um adulto tranquilo, cheio de ambições e metas. Viver todas as possibilidades antes disso, é jogar fora oportunidades de crescimento.

Não se cresce por que fez sexo com cinco pessoas diferentes numa semana. Para as meninas isso é sinônimo de biscatice, para os rapazes é uma forma de não se apegar a relacionamentos e para gays, só promiscuidade. Imagine como serão aos trinta e tantos anos se aos quatorze ou quinze começaram nesse ritmo.

Outro dia li num blog de uma garota de vinte e sete anos que ela estava desiludida com os homens por que já vinha de um vigésimo relacionamento errado. Pô, se a garota com essa idade já teve 20 relacionamentos, contando os caras com quem ela apenas transou e nada mais, acaba dando uma media de homens demais para uma única menina namoradeira. Isso por baixo, por que sei que outras garotas já passaram desse numero. Não é uma critica ao modo de vida, desde que assuma que será infrutífero e que um dia pagará a conta por isso.

Descobrir o mundo lentamente é o que há de mais interessante para um jovem. Quando estudava via a meninas da turma debulhando-se em lagrimas pelos namorados que as deixavam, na semana seguinte já engatavam com outro. Nunca entendi essa formula que algumas mulheres têm de não conseguirem ficar sem homem ou envolvidas num relacionamento. Sempre digo e estou certo na minha convicção, se existe um curso superior de arrumar marido, esse é o de Arquitetura e Urbanismo. Elas ingressam na faculdade já em busca de casamento ao se formarem.

Não sou careta, ou sou. Não sou retrógrado, ou quem sabe seja. Mas minhas perspectivas para as novas gerações não são tão boas, se continuarem nesse ritmo intenso de beijarem 10 numa noite e transarem com vários num mesmo mês, estarão fadadas aos ansiolíticos e antidepressivos por toda a avida a adulta. Único modo de amenizar (segundo os consumidores) a solidão interna. Um pouco de pudor e recato não faz mal a ninguém, e nisso, garotos e garotas deveriam pensar bem.

Dizer-se cansado da vida e dos relacionamentos aos 21 anos é algo a ser analisado. Os mistérios da vida a dois já foram revelados? Por que a cada pessoa que você conhece há uma nova história a ser construída, mesmo que não de certo. Quando se esgota cedo demais as possibilidades e se decifra todo tipo de parceiro(a) aí não sobra nada mais do que lixo a vasculhar. Não existe dedo podre, existe a ansiedade de querer alguém. Ficar sozinho(a) faz bem em muitas circunstancias.

A velha e boa frase: “antes só do que mal acompanhado” é verdadeira e absoluta.

Boa quarta feira a todos.

MARIAS DO NOSSO LAR


Nasci na típica família de classe media da década de setenta no Brasil. Aquele tipo de sociedade onde os filhos obedeciam rigorosamente às ordens dos pais, onde na escola respeitávamos os professores e morríamos de medo da figura autoritária do diretor. Onde filhos tratavam os pais por “senhor e senhora” e beijavam os avós quando chegavam, pedindo a benção.

Nasci numa época em que a empregada domestica fazia parte da família. Não eram apenas pessoas que limpavam e organizavam sua casa, eram amigas das patroas, e criavam os filhos como aos seus. Fachada!!! Uma época em que havia a divisão clara e palpável de que você é pobre e precisa me servir. Uma visão racista, por que empregadas eram negras na maioria e portanto não mereciam respeito. Uma sociedade que mascarava o preconceito e tratavam essas empregadas como escravas, sem direito algum. E muitas delas passaram uma vida toda servindo, e quando não mais tinham forças para lavar, passar e manter a prataria limpa, eram substituídas por alguma sobrinha mais jovem que apresentara, com mais força pra labuta, e confiável, afinal foi a velha empregada que indicou.

Nunca tivemos uma empregada fixa em casa. Eram duas mulheres fortes que davam conta de toda a arrumação e organização do lar ( mãe e avó). A cada quinzena uma faxineira vinha para a limpeza mais pesada, o que gerava conflitos por que ao ir embora no fim do dia, a avó criticava tudo o que a moça havia feito. Depois de alguns anos, desistiram disso também. Minha mãe era o tipo de dona de casa que não sabia comandar uma empregada, acabava deixando que ela mandasse em tudo e fizesse o que lhe dava na cabeça.

Mais tarde, já adulto, novamente precisamos de uma auxiliar por que com a avó doente e minha mãe já um tanto envelhecida e cansada do serviço domestico achamos ela a CIDA. Parece que a maioria das empregadas e faxineiras se chamam: Marias ou Cidas. Pois bem a nossa atendia pelo segundo nome e era folgada ao extremo. Chegou ao ponto de exigir que minha mãe deixasse a pia da cozinha limpa para quando chegasse não precisar lavar a louça. Afinal, era paga pra que? Limpava mal, passava o dia todo fumando e conversando e ainda o pior, comia como uma condenada. Algumas vezes trazia o pequeno filho Wesley que vira e mexe quebrava algo. Mas Cida era aquele tipo de brasileira que mora em favela, que tem muitos filhos com nomes estranhos, mas tem um coração solidário e afável. Minha avó adoentada como disse, não andava mais e permanecia o dia numa cadeira de rodas. Certa manhã atrapalhada minha mãe pediu que Cida cuidasse de minha avó. Ela foi carinhosamente ao quarto, a tirou da cama, e fez a higiene matinal. Colocou-a posicionada na frente da TV e foi fazer o que devia. Quando chegamos, nos deparamos com uma cena bizarra. Minha avó com o cabelo repartido do lado, com gel, um pouco de blush no rosto, e cachecol. Cida a deixou com uma aparência mais animada, segundo ela.

Por essas e outras que Cida ficou um tempo conosco, por ser preguiçosa, mas de uma generosidade absurda. Semi analfabeta, com três ou quatro casamentos. Uma infeliz que aos fins de semana enchia a cara de cachaça, e cantava a vida no seu barraco. Uma pessoa adorada por todos.
Desde pequeno durmo com um escapulário (uma cruz benta que pertenceu ao meu avô) debaixo do travesseiro. Um belo dia vejo Cida arrumando minha cama, e antes de finalizar, beijou sofregamente aquele crucifixo com seus enormes lábios. Toda noite eu fazia o mesmo gesto, e por anos beijei Cida por tabela, sem saber.

Hoje estão quase extintas as Cidas da nossa sociedade. As empregadas visam o valor do dinheiro, e não se apegam mais a casa, patrões ou filhos deles. Querem ser diaristas, e não pestanejam em abandonar uma casa por outra que seja menor e lhe pague mais. Acabou a era das mulheres submissas que de manhã apinhavam os ônibus maldizendo as patroas. Isso fará falta um dia. O carinho que as mães deixavam de dar aos filhos eram supridos por essas mulheres que não distinguiam o amor dos seus filhos aos dos patrões.

Nossa sociedade evoluiu. O Brasil da desigualdade continua vivo, e só se deixa usurpar dos direitos de cidadão aqueles que querem. Clamo para que essas gerações novas sejam mais inteligentes que a minha, que a dos meus pais. Que façam a diferença e entendam as diferenças com naturalidade. Não precisamos obrigar ninguém a respeitar o outro, isso é algo genético, apenas deve ser exercitado mais vezes.

Adoro as Cidas que como aquela que um dia trabalhou em casa, nos deixa histórias para serem contadas posteriormente.

Abração a todos e ótima terça feira.

PIADINHA DE QUINTA


O PADRE E A PECADORA







- Padre, perdoa-me porque pequei (voz feminina). 

- Diga-me, filha, quais são os teus pecados? 

- Padre, o demônio da tentação se apoderou de mim, pobre pecadora. 

- Como é isso, filha? 

- É que quando falo com um homem, tenho sensações no corpo que não saberia descrever... 

- Filha, apesar de padre, eu também sou um homem... 

- Sim, padre, por isso vim confessar-me contigo. 

- Bem, filha, como são essas sensações? 

- Não sei bem como explicá-las. Neste momento meu corpo se recusa a ficar de joelhos e necessito ficar mais à vontade. 

- Sério? 

- Sim, desejo relaxar. O melhor seria deitar-me. 

- Filha, deitada como? 

- De costas para o piso, até que passe a tensão... 

- E que mais? 

- É como um sofrimento e não encontro palavras. 

- Continue, minha filha. 

- Talvez um pouco de calor me alivie... 

- Calor? 

- Calor, padre, calor humano, que leve alívio ao meu padecer... 

- E com que frequência é essa tentação? 

- Permanente, padre. Por exemplo, neste momento imagino que suas mãos estão massageando a minha pele me dariam muito alívio... 

- Filha? 

- Sim, padre, me perdoa, mas sinto necessidade de que alguém forte me estreite em seus braços e me dê o alívio de que necessito. 

- Por exemplo, eu? 

- Sim, padre, você é a categoria de homem que imagino poder me aliviar. 

- Perdoa-me, minha filha, mas preciso saber tua idade. 

- Setenta e quatro, padre. 

- Filha, vai em paz que o teu problema é reumatismo!

REUMATISMO É !!!!

ABRAÇÃO E ÓTIMA SEXTA FEIRA A TODOS...BOM FIM DE SEMANA

VOCÊ É UM MALEDICENTE?

Inicio o post já afirmando que não é endereçado a ninguém o que está aqui escrito hoje, apenas há um tempo queria pesquisar o significado da palavra e acabei achando infinitos textos falando a respeito. Pincelei alguns que creio verdadeiros. Então hoje falemos de Maledicência. 


...Maledicência é o ato de falar mal das pessoas. Definição bem amena para um dos maiores flagelos da Humanidade. Mais terrível do que uma agressão física. Muito mais do que o corpo, fere a dignidade humana, conspurca reputações, destrói existências. 


Sou aquariano como todos sabem e um dos traços da personalidade deste signo é o melindre, ou ofender-se facilmente, por isso a maledicência cai como uma pedra na cabeça de um sujeito assim, sensível emocionalmente ( não confundam com viadagem...rs rs rs). Quando alguém fala ou insinua algo que não fizemos o ataque vai fundo lá nas gavetas das emoções escondidas e deprimem o pobre aquariano deixando arrasado. Com o passar dos anos e a quantidade de cicatrizes, esses melindres ficam menos intensos, mas não desaparecem. 


...Tão devastadora e, no entanto, não implica nenhum compromisso para quem a emprega. Jamais encontraremos o autor de um boato maldoso, de uma "fofoca” comprometedora. O maledicente sempre "vende" o que "comprou". Ninguém está livre dela, nem mesmo os que se destacam na vida social pela sua capacidade de realização, no setor de suas atividades. Estes, ao contrário, são os mais visados. Nada mais gratificante para o maledicente do que mostrar que "fulano não é tão bom como se pensa". 

Muito fácil encontrar pessoas que denigrem o outro pelo simples fato de, como diz o texto, desmistifica-la, apregoando a ela a incapacidade que o autor do comentário guarda dentro de si. Tenho amigos que sofrem com isso. Engraçado que muitas vezes esse interlocutor que trabalha contra os outros está dentro de casa, pode ser um irmão, ou um amigo bem intimo. Quanto mais o maledicente te conhece, mais ele tem armas para ataca-lo, e como sempre, mascarado de boas intenções. 

...A maledicência tem sua origem, sem dúvida, no atraso moral da criatura humana. Intelectualmente, a Humanidade atingiu culminâncias. Chegamos à Lua, desintegramos o átomo. Moralmente, entretanto, somos subdesenvolvidos, quase tão agressivos e inconsequentes como os habitantes das cavernas, e, se o verniz de civilidade nos impede de usar a clava, usamos a língua, atendendo a propósitos de autoafirmação, revide, justificação ou pelo simples prazer de atirar pedras em vidraças alheias. 

Nesse caso concluo que maledicência é uma prima muito próxima da inveja, por que não há motivos para que alguém tente denegrir outras senão pelo fato de desejar aquilo que é dela, e como já disse, denegri-la gratuitamente. Há no texto que li um exemplo claro de vitima da maledicência, o próprio Cristo. Adorado na entrada do templo, dias depois foi ofendido com impropérios pelos mesmos que o aclamaram, instigados pela maledicência dos sacerdotes do templo. 

...Jesus adverte que o maldizente fatalmente será vítima da maledicência, quer porque onde estiver criará ambiente propício à disseminação de seu veneno, quer porque a Vida o situará, inelutavelmente, numa posição que o sujeitará a críticas e comentários desairosos, a fim de que aprenda a respeitar o próximo. Deixando bem claro que a ninguém compete o direito de julgar, o Mestre recomenda que, antes de procurarmos ciscos no olho de nosso irmão, tratemos de remover a lasca de madeira que repousa tranquila, no nosso. Se possuímos incontáveis defeitos, se há tantas tendências inferiores em nossa personalidade, por que o atrevimento de criticar o comportamento alheio? 

Referências bibliográficas: 

Richard Simonetti – A voz do monte 


Não sou vitima da maledicência, pelo menos que saiba ou perceba, mas sei que ela existe em todo mundo, e exercita-la aos baldes vai da moral e capacidade que alguns tem em querer viver vidas alheias, aquela velha frase que o jardim do vizinho parece mais verde que o seu. 



Sejamos menos maldosos e mais amigos...rs rs rs 





Abração e ótima quinta feira a todos. 


MEUS UNFOLLOWS


Existia um personagem da “Escolinha do Professor Raimundo” chamado Magro Bonfá (André Damasceno) que usava o bordão: Não me faça pegar nojo!

Pois bem, sou um chato assumido, e como toda pessoa assim adoro e detesto na mesma intensidade. Algumas personalidades do meio artístico ganham minha admiração e fazem com que preste maior atenção aos seus trabalhos, e outras simplesmente abomino e passo longe toda vez que aparecem no ar. Os casos maiores de nojo vão para Carolina Dieckmann e Agnaldo Silva que definitivamente atiraria bosta de cachorro se os visse na rua, tamanho meu sentimento de repulsa por eles.
UM EXEMPLO DE GENTE NOJENTA- JOSÉ SERRA

Mas hoje temos um termo muito usado pela molecada no twitter que é comando de “unfollow” ou “deixar de seguir”. No microblog, as pessoas deletam umas as outras sem meios termos, sem desculpas previas, simplesmente vão lá e clicam para que aquela pessoa suma da sua timeline ( para quem não ta habituado, é a pagina inicial do site, onde você vê tudo o que outros comentam).

De uns tempos pra cá dei unfollow em vários artistas que achava muito interessante, simpáticos e engraçados, e que hoje me “fizeram pegar nojo”.

O primeiro da lista é Pedro Cardoso (Agostinho Carrara- A Grande Família). Após ver uma entrevista sua no programa bobo do Bial, achei-o tão arrogante, tão pretencioso e grosso que perdi a vontade de vê-lo na TV, em seguida apareceu manchetes de que havia brigado e ofendido sua companheira de anos de trabalho, a atriz que faz Bebel no mesmo seriado. Dei unfollow em Pedro e não me interessa mais o que faz, nem o que fala. Pra mim é um babaca.

Babaca maior transformou-se Bruno Mazzeo, que tinha tudo pra ser um grande escrito-diretor-ator de comedias. O ego subiu-lhe a cabeça e declarações suas na mídia mostraram aquilo que escondia: uma arrogância desmedida, quem sabe talvez, por ser filho de Chico Anysio. Nesse caso ele não entendeu que a grande personalidade brasileira era seu pai e não ele, e que soltar demais a língua é perigoso quando existem milhares de câmeras voltadas pra ele.

Nesse pacote de gente insuportável que me fez pegar nojo estão:

- Louro José: que papagaio chato, que soberba adquiriu o ator que o representa. Nota zero.
- Antônio Fagundes: o excesso de permanecia na TV me deixou de saco cheio dele. Além do que acho um nojo.

- Susana Vieira: Alguém de bom senso deveria dizer a essa senhora que ela não manda na TV brasileira, ela é empregada de uma emissora, e como todo empregado, devia portar-se de acordo.

- Datena: para esse não tenho palavras para expressar a repugnância.

- Preta Gil: Alguma pessoa deve ter dito a ela que ser grossa da ibope. Não fia, dá não. Ela acaba com a premissa de que toda gordinha é legal.

- Ana Hickmann: Mulher Amélia, que obedece a marido cavalo ficou lá na década de 40 no século passado. Como os meios rápidos de comunicação de hoje, ela queima o seu filme a cada declaração que o boçal do marido faz na mídia. Ele me lembra de Ike Turner (marido de Tina Turner). Ela tá tão Barbie e tão artificial que da raiva de ver.

- Claudia Leite: A mega-blaster artista que se acha e força a barra. Se fosse um pouquinho menos forçada até dava pra engoli-la com um copo de Yakult.  

- Diane dos Santos: Tenho uma ojeriza gratuita por essa garota. Como meu feeling é bom, alguma coisa ela deve esconder que ainda não descobri.

- Vavá – Sambista e sei lá o que mais. Cara insuportável. Ainda bem que é tão anônimo quanto eu. Não adianta participar de reality, amanhã o povo já se esqueceu de sua existência.

- Todos e quaisquer participantes do BBB – no caso minha náusea e nojo começa já durante o programa. Deveriam exterminar os ovos para que essa praga parasse de se multiplicar.

- Neymar – garoto tonto, marionete barata e vagabunda. Está longe de ser considerado um grande atleta. Como a raiva que adquiri do futebol ( mais da seleção brasileira) não daria um centavo para esse guri, nem pra vê-lo fazer embaixadinhas em praça publica.

Há pessoas também na vida pessoal que da vontade de clicar unfollow e pronto, parar de seguir. Mas na nossa vida diária, real e anônima não é tão fácil assim excluir gente que te incomoda. Como ainda não virei um personagem virtual que existe apenas na imaginação coletiva, preciso engolir seco e tentar digerir a quantidade enorme de pessoas que vem ao mundo com a única e exclusiva missão de te encher o saco.

Gente arrogante: não me façam pegar nojo!!! Por favor.

Abração e ótima terça a todos.

A LINDA VOZ DE MARIA RITA


Sabe o que é mais bonito nos filhos, o que chama atenção dos outros e orgulha os pais? A semelhança, a carga genética passada de geração a geração. O olhar, os trejeitos, a fisionomia remete a história daqueles que lhe trouxeram ao mundo.

Maria Rita construiu uma carreira negando talvez a similaridade com Elis. Feito esse que deu certo, numa brilhante e solida construção ajudada por familiares, produtores, e quem sabe o que a fizeram uma das mais aplaudidas interprestes da nova geração. É novinha, mãe, afinada, simpática, bonita, e com um inconfundível timbre de Elis.

Vejo Maria Rita tímida ainda em cantar o repertório da mãe. Um medo talvez de se assemelhar demais e virar imitação. Mas e daí? Se fosse eu filho de alguém que marcou a história musical de um país, quereria ser o máximo parecido com ele. Mas ela não. Procura ser imparcial, não se submeter ao julgamento da critica, com medo quem sabe, de não agradar como fez Elis nos seus poucos anos de existência e na eternidade do seu legado.

Maria Rita é linda, não por ser filha de Elis, mas por ter herdado o dom da musica, a voz melodiosa e um olhar doce que encanta e conquista qualquer um. Não teria medo, se ela fosse de dizer: sou filha de Elis, quero traze-la de volta, nos meus gestos, nas palavras cantadas.

Por mais que sejam parecidas é visível e  notória a diferença entre elas. Cantar o repertorio da mãe, não faz dela uma imitadora. Aos que assim pensam, se equivocam, por que Maria Rita é filha, e não teve a convivência suficiente com a mãe para imita-la como muitos dizem. Impossível criar a semelhança sendo apenas uma cantora. Ela não é atriz, ela não é alguém que estudou artes cênicas para transformar-se em personagem. A Elis que ela representa vem do DNA, de cada célula que constrói seu corpo, por que foi gerada naquele útero, e sabemos nós o quanto de afinidades carregamos dos pais.

Maria Rita brilha no palco, doce, e quando abre a boca é como um trovão, que arrepia quem está perto. Vivemos num outro momento, outra realidade. Elis brigou pelos direitos de ter voz num país pisoteado pela intolerância militar. Maria Rita, se assim precisasse, faria o mesmo, por que pode não ser a pimentinha que a mãe era, mas se cutucada, morde.

Entristece ver tanta gente compara-la a mãe desprestigiando seu inegável talento pra musica. O mesmo dizer que Fernanda Torres só é atriz por que sua mãe é uma das melhores profissionais que já pisou nos palcos brasileiros. Não, Fernanda tem talento, Maria Rita idem. Elas são a herança de pais talentosos. Enxerguemos com orgulho a versatilidade dessas meninas e paremos de compara-las a quem as pariu. Elas nos pertencem também como frutos de uma cultura que se equilibra sobre cordas bambas num país de acéfalos que como primatas sentam-se a frente da TV para torcer por meia dúzia de garotos correndo atrás de uma bola e que não merecem a atenção dada a eles.

Que Maria Rita, com sua incomparável voz, triunfe pelos caminhos que quiser, que brilhe no repertório consagrado de Elis, e que possa através dessa homenagem trazer a mãe próximo dela, e preencher o vazio que a morte prematura causou. Cessem as criticas, olhem o talento, e se nela enxergarem Elis, reverenciem-na, por que ela é filha, e herdou sim, os movimentos, o timbre, e a grandeza de ser genuinamente filha de Elis Regina.

Abração a todos, e ótima semana.

NÃO SOU UM PRÍNCIPE...

Eu infelizmente (ou felizmente sei lá), sempre fui aquele rapaz com cara de bonzinho que as mães querem como genro. Não estou me gabando por isso, nem falando que sou o máximo, mas apenas relatando um fato que me incomodou a vida toda.

Sabe por que do incomodo, por que os cafajestes sempre mexem com a libido de todo mundo e são os que mais se dão bem na vida. O fato de ser o bonzinho te acarreta uma dor de cabeça chamada, falta de amor próprio. Por toda uma existência o bonzinho preza pelo bem estar alheio e acaba engolindo sapos enormes.

Hoje não sou mais esse bonzinho, sou o super sincero. Falo um monte de coisas que antes deixava travado na garganta. Entre a família criei  certo receio ou medo nas pessoas, sei la. Já ouvi dizerem que contam as coisas por ultimo pra não terem que ouvir meus xingamentos...rs rs rs. Imagina ainda tenho “alma” de bom moço.

Mas a questão de sempre parecer o bonzinho nunca atraiu ( na adolescência e começo de vida adulta) as gostosas do pedaço. Pelo contrario, sabe Beth a feia, aquela menina que todo mundo tira sarro, que acha brega, que tem um quarto cheio de toalhinhas de crochê sobre os móveis, então, essas se apaixonavam por mim, e me enchiam a paciência.

Quando estava na faculdade uma criatura que demos o nome de “tia véia” me pegou pra Cristo. Controlava minhas faltas, e todo dia vinha com seu cardigand  ( tive que pesquisar por que não sabia escrever isso, rs rs rs) rosa bebê saltitando como Doroth na estrada de tijolos de ouro, ao meu encontro. Putz, aquilo me matava de vergonha, queria me afundar no chão. Era tão chata que na festa de aniversario na casa dela os amigos a trancaram na dispensa por que estava atrapalhando a diversão. Um dia a mãe dela me abordou e disse: nossa você é um príncipe!!! Foi a pior ofensa que já me fizeram. Eu querendo ser um canalha, e nunca conseguindo, e a mulher me chama de príncipe. Me senti o próprio Charles, orelhudo e em formato absorvente feminino...

Não, não sou um príncipe. Sou um cara educado, que respeita a opinião alheia. Ou como dizem por aqui, sou um cara criado pela avó...rs rs rs. Não sei se quem me lê compreende esse termo. Aquele cara vestido todo bonitinho, com cabelo bem penteado, meias brancas até o joelho e que é respeitoso com as pessoas. Esse fui eu. Agora xingo mesmo, e falo o que vem a cabeça. Acho que é o inicio da esclerose!!!

Meu trauma com barangas vem desde a infância. No primário as professoras me colocavam pra dançar quadrilha com as meninas mais feias da classe. Hoje me sinto lisonjeado e até agradecido por um ano em que ninguém quis dançar com uma garota que tinha um problema de locomoção. Havia tido pólio quando bebê e uma das pernas era mais curta. Não me lembro de ter sido consultado, apenas a professora veio e disse, você dançará com a fulana. Percebo que foi o único ano de primário que ela teve um parceiro de dança, por que nos outros anos que não estávamos na mesma classe, não me lembro de tê-la visto na quadrilha. Talvez tenha feito um bem a essa garota. Mas que levei um monte de pontapés , isso levei. Certas memorias da infância nunca apagam, inclusive alguns tombos no ensaio. Era fraquinho aos 8 anos...rs.

Hoje não me importo mais se acham que sou cafajeste ou bonzinho. Depois dos 30, muita coisa deixa de ser prioridade na vida, relegamos coisas sem importância para uma gaveta a qual não mexemos mais. Continuo educado, mas não bobo.

To vendo que daqui uns anos estarei como a Dercy. Mandando tomo mundo pra aquele lugar, e sentando de pernas abertas onde estiver...rs rs rs rs..

Bom fim de semana a todos, porra!!!!


ANALFABETOS VIRTUAIS


Proliferam pela internet centenas, milhares de frases, textos e citações assinadas por grandes jornalistas, poetas, escritores e pensadores, só que tendo um porem, eles nunca disseram uma só palavra daquilo que vemos.

Dia desses vi a matéria da jornalista Tati Bernardes na Revista Alfa onde contava que ao digitar seu nome no google achou infinitas frases e blogs pertencentes a ela. Pessoas que se apoderaram de sua identidade e falavam coisas tão pobres de raciocínio que ela se sentiu ofendida. E o pior, o seu trabalho foi prejudicado por que possíveis clientes associavam aquelas bazofias a seu verdadeiro intelecto. E o mais grave, não há meios de impedir que essas pessoas continuem denegrindo sua imagem.

Já cansei de ver blogs de menininhas que publicam suas experiências de vida e usam frases de Clarice Lispector, por exemplo, que tenho certeza absoluta nunca disse aquilo que elas estampam nos seus textos. Não conheço profundamente a obra da escritora, mas sei o suficiente para entender que ela não publicava pensamentos de autoajuda, tipo: amanhã  é outro dia. Isso é da Scarlet O´Hara no final de “ E o vento levou”, cara menininha que deu créditos a Clarice por essa frase.
Há um episódio da série “Adorável psicose” onde a atriz Natalia Klein lê uma frase na internet e acaba publicando e tornando aquilo viral: “ A minha vontade de excelência, não pode superar minha capacidade de realização”. Dizem ser de Winston Churchill e na verdade ela propaga sendo até de Chico Xavier. Uma critica perfeita a esses intelectuais de gibi da Mônica.

Essa capacidade que as pessoas têm de quererem parecer inteligentes aos olhos do mundo é extremamente perigosa. A menininha que escreve o blog de poemas e frases de efeito não precisa se preocupar em tentar ser culta para atrair atenção do garoto que ela está interessada, ou mesmo ter a intenção de criar um diário mega popular com suas parcas experiência, por que convenhamos que aos quinze anos de idade muito pouco se viveu para querer mostrar ao mundo a maturidade do seu ser. O máximo que ela poderia dividir com os leitores seria as dicas de creme para espinhas e os modelos de barbies que ela brincava até ontem à noite.

Quando escrevo um texto para o blog não fico lendo e relendo para que se torne uma matéria de revista. Longe de mim achar que tenho capacidade para isso. Exprimo minhas opiniões como se tivesse sentado em uma mesa conversando com cada um que me lê. Até erros grosseiros de português, concordâncias passam batido, por que é assim que tem que ser. O blog é um bate papo informal entre pessoas que não se conhecem pessoalmente e não um quadro do programa Café filosófico da TV Cultura.
Eu não leio poemas e já confessei isso aqui. Difícil seguir um blog que se expressa apenas por rimas. Como nunca fui atraído por esse gênero literário, e sempre acho que são copiados de algum lugar acabo passando batido. Claro que me desculpo com os autores que possuem blogs de poemas por essa minha falha. É pura ignorância da minha parte...ok.

A internet esconde mais que pessoas malucas que se passam por outras para atrair atenção e viver um mundo paralelo e fantasioso, esconde gente que nunca leu um livro, que não sabe a verdadeira nacionalidade de Clarice Lispector, mas que usa o que acredita ser dela para se sentirem “cool”.  Falem daquilo que sabem apenas, de suas verdadeiras ideias, e não queiram copiar o que alguém um dia publicou dentro de um contexto e, por favor, deixem o Pequeno Príncipe em paz. O que mais se vê por aí são citações de Saint-Exupéry , Oscar Wide misturadas a Zeca Pagodinho e Lecy Brandão.

Um pouco de tento né povo!!!

Abração e boa quinta feira a todos.