AS LENDAS MORREM

Somos cercados de figuras pitorescas por todos os cantos que olhamos. Sejam em esfera nacional ou mesmo na esquina de casa.

Ontem morreu Neuzinha Brizola, filha do ex-governador do Rio Leonel Brizola que pra muitos é apenas um nome na lista de velhos políticos do país. Leonel teve seu espaço e força dentro da transição ditadura/democracia a que fomos submetidos no inicio da década de 80.

Neuzinha foi uma jovem rebelde, que logo de cara peitou o pai e esfregou na cara da imprensa uma personalidade destrutiva, escandalosa que hoje daria muito que falar em sites de celebridades. Gravou um disco e fez sucesso com uma única musica “Mintchura”.

Carola Scarpa ( não adianta ter se separado do conde, o nome vai ficar pra sempre) também se foi assim prematuramente. Desceu até o fundo do poço e lá ficou sem chances de recuperação.

Geyse Arruda, as mulheres frutas, e tantas outras namoradas de jogador de futebol quando não são picotadas e dadas a cachorros ficam por aí perambulando e tentando impor suas presenças a qualquer custo. Figurinhas pitorescas do nosso mundinho brasileiro.

Aqui em campinas há muitas dessas figurinhas pitorescas, mas na maioria das vezes são indivíduos com alguma doença mental que abandonados pela família tornam-se moradores de rua, e assim ficam conhecidos. Havia um negro que se vestia de terno branco com uns óculos de sol enormes que ficava controlando o transito numa das esquinas movimentadas da cidade. Havia também o “mané fala ó” um sujeito que gostava de ser saudado. Quando passávamos por ele tínhamos que cumprimenta-lo, por que se não o fizéssemos ele corria atrás gritando “fala ó, fala ó”. Também existia a Gilda, uma senhora toda paramentada, de chapéu saias enormes, uma madame, que andava pela cidade e era cortejada pelos homens, apenas por gozação. Adorava levantar a saia e mostrar a genitália quando alguém a incomodava.

Sinto que Neuzinha tenha partido. Gostava de saber que ela batia de frente com a hipocrisia dos políticos, incluído seu pai. Já não temos mais Jânio Quadros, Enéas, Chacrinha, Clodovil, Dercy Gonçalves e tantas outras personalidades inusitadas que nos tiravam um sorriso ao discursarem na imprensa.

Que descansem todos em paz, em alguma festa dos céus.

Bom dia a todos.

5 comentários:

Paulo Roberto Figueiredo Braccini - Bratz disse...

#FATO! Estas figuras de uma forma ou de outra fazem a nossa história urbana. Aqui em Minas, mais especificamente em Ouro Preto, tivemos a saudosa Dona Olímpia. Saudades de todas estas figuras.

;-)

Mylla Galvão disse...

Taí uma notícia que eu não sabia... Mas que eu adorava assistir chacrinha aos sábados, isso eu adorava sim!

bom D+!!!

bjo

Paulo Roberto Figueiredo Braccini - Bratz disse...

Voltando para registrar q vc é um fofinho viu!

Obrigado pelo carinho querido ...

..::voy::.. disse...

aqui em ubercity, tem muitos desses doentes mentais que são abandonados pela família também. e muitos deles adoram andar no transporte público, rindo alto e mexendo com os passageiros... é raro até você não ver algum deles em alguma das linhas principais da cidade...

abraços do voy

o Humberto disse...

Nossa, me fez pensar nas figuras assim do bairro, especialmente as históricas. Tinha o Tololô (também com problema mental) nos anos 80 -- era um ícone, rs. Nem lembrava dele, coitado, acho que já morreu... :(