Na minha concepção a “vaidade” sempre teve um nome: Mulher.
Hoje a maioria das pessoas de ambos os sexos (e mais todos os outros que existem no momento) se entregam aos deleites do cuidado com o corpo e aparecia, mas no passado quando falamos em vaidade sempre tínhamos a figura feminina como exemplo. A mulher sempre se preocupou com os cabelos, pele, em quaisquer épocas da nossa história. Quando se era moda ser gordinha, elas o eram de forma deslumbrante. Quando se era moda ser magérrima, elas assim o faziam, sexys, perpetuando a vaidade como um sinônimo do feminino.
O que dizer de uma mulher que recebe um diagnóstico de câncer e o inevitável tratamento quimioterápico? Claro que não desmereço o sofrimento do homem, da criança, do idoso. Sei que em qualquer idade a doença devasta e agride não só a aparência, mas o psicológico. O intuito desse post é falar sobre as mulheres fortes da mídia, que necessitam da sua aparência para executar o trabalho e se veem entregues a uma constatação cruel, o sofrimento físico.
Destaco 3 celebridades que enfrentaram a doença de cabeça erguida e demonstraram mais do que força. Escancararam seus medos, angustias, abatimentos físicos e superaram tudo, com dignidade, beleza e exemplo de vida e cidadania.
Hebe acometida de um câncer aos 80 anos não deixou seu trabalho de lado e mesmo fragilizada, superou a doença, forte, bela, incapaz de silenciar o sorriso que é sua marca registrada. A Hebe, o mais alto aplauso que podemos dar, com reverencia, assobios e um bis, para que ela permaneça nos palcos enquanto assim o quiser. Exemplo de vida. Nesses momentos vemos que o dinheiro não é suficiente para tira-lo de um estado físico depauperado. A fama a ajudou. A fama construída em mais de 60 anos de carreira. A adoração do publico, o respeito. Orações e energias positivas direcionadas a ela. Que retribui ao seu publico com a honestidade que lhe é marca característica. Do inicio ao fim do tratamento ela mostrou que a vida vale a pena, e lutar por ela é dever.
Drica Moraes no auge da sua carreira, no inicio de sua vida materna, ser diagnosticada com câncer é de entristecer qualquer um que a via na mídia. Grande atriz cômica, ótima em atuações dramáticas, uma profissional exemplar. Perguntamos o porque? Talvez cada um de nós tenhamos um momento na vida, em idades distintas, de parar tudo, olhar pra si no espelho e dizer: eu quero continuar vivo. Exemplos como o de Drica ajudam a espalhar a esperança, mesmo que em alguns casos o fim não seja o esperado. Enquanto há vida, tem que haver luta.
Marcia Cabrita surgiu na mídia pra arrancar gargalhadas. Um ser humano de brilho intenso. Fez de sua doença, de sua fragilidade uma comédia da vida privada ou talvez a vida como ela é. Em seu blog “Força na peruca” (http://marciacabrita1.blogspot.com/) um diário da mulher com câncer, retrata dramas do dia a dia de uma forma bem humorada, típica de uma grande humorista. Vale também o aplauso acalorado de um final de peça, onde o publico satisfeito grita aos pulmões “Bravo”. Seu blog merece a visita.
Hebe Camargo, Drica Moraes, Marcia Cabrita, Ana Maria Braga, Patrícia Pilar, Joana Fomm, Regina Dourado e tantas outras mulheres fortes da nossa mídia artistica. Algumas curadas, outras em tratamento, mas todas como exemplo de que a luta pela vida vale a pena.
A elas e a tantas milhares de mulheres, homens, crianças, idosos, vitimas de uma enfermidade grave, minha energia positiva, meu desejo de que o natal seja feliz, e o ano que inicia venha repleto de forças para a superação e cura.
Abraço a todos e ótima semana.
10 comentários:
Vc pode dizer que sou louca, mas tenho mais medo da quimioterapia e seus efeitos do que de morrer...
Lembro que quando a Ana Maria Braga teve cancêr e fez um programa em que se despedia por uns tempos da TV eu chorei muito, porque estava num momento de saúde muito fragilizada. Acho que ela me deu força de alguma maneira naquela época.
To aqui chorando feito uma boba... Alías... rs
Beijocas
Muito bonita sua homenagem. São pessoas como elas que (pelo menos a mim) nos fazem enxergar que o mundo é maior do que o nosso umbigo e que se elas "sacodem o pelo", a gente também tem que fazer isso. Um beijo, Karina.
Oi Onze Anos!
Acabei de chegar na academia e tenho que esperar meia hora. Vim nos computadores...haha
Eu na academia e vc colocando esse post!!!!!
Vou discordar de vc totalmente. Ou, em grande parte.
Minha mãe teve câncer há cinco anos. Um câncer difícil (muito difícil), minha melhor e mais íntima amiga teve logo depois da cura da minha mãe ( até tenho um post no meu blog que escrevi para ela..colcha de retalhos) e foi vencida por esse câncer. Menos de um ano.
Na posição de filha e amiga do peito, acompanhei de perto tratamentos e lutas de ambas; com acabei me envolvendo em outras vidas, outras lutas mais ou menos sofridas. Envolvi-me com crianças...aiiiiii é foda! Hospital, quimioterapia, radioterapia...tudo isso faz uma aproximação e quando vc nota, já é quase íntimo daquele "caso", daquela luta e termina por lutar com todos e por todos, sem perceber.
Ser uma Hebe Camargo, Uma Ana Maria Braga, uma Drica Moraes, etc com câncer é beeeeeeeeemmmmmmmmmm mais fácil.
Algumas coisas chegam a ser divertidas, quando para a "maria das Couves" é um longo processo de ferida aberta.
Uma "global" se expor careca, como fez Ana Maria ou Hebe é moleza, Rafael.
A mulher "desconhecida" sofre barbaramente nesse processo e vc nem imagina o quanto.
Todo mundo acompanha o drama de uma mulher conhecida nacionalmente ou internacionalmente. A mulher "do povo" ainda sofre descriminações. Infelizmente isso é uma grande verdade.
Ela precisa continuar além de tudo sua vida de antes e tá careca, magra, com feridas na boca pela quimioterapia e no caso da minha amiga... com sequelas que até eu tinha pudor em olhá-la!
A notoriedade faz esse processo, por incrível que pareça, ser bem mais leve e tranquilo. Até vira capa de revista! Sou contra isso. O tiro sai pela culatra e não vai adiantar nada quando eu ou qq outra mulher um dia tivermos um câncer e nos pedirmos para tirar uam fotografia careca pra colocar no mural da empresa que trabalhamos. Entende? Ninguém vai se lembrar do exemplo das celebridades.
A nossa dor no momento dói mais. A nossa dor é sem público,
Lembro-me que qunado a Ana Maria aperceu careca na TV, a produção inteirinha dela raspou o cabelo em homenagem.
Nessa época minha mãe fazia quimio e como mulher, vaidosa...foi difícil estar sempre ao lado e levantar a peteca; apesar dela ser uma mulher de extrema força e coragem e nunca desanimar!
Como sempre, gosto de dizer que esta é a minha opinião. Baseada em coisas que vivi e senti. Não sou dona de nada e menos ainda da verdade....rs
Apenas, coloquei observações que senti ao longo desse tempo com duas pessoas tão amadas e tão próximas.
É isso........rs
beijo grande
Querido amigo ... sei bem o q é a luta contra uma grave enfermidade, e a importância de se manter a altivez e a vontade de superar e de viver. Isto faz a diferença. Muitas vezes isto leva, se não à cura, a uma sobrevida longa e com qualidade.
Elas e tantas outras pessoas souberam entender isto e dão um exemplo fantástico a tantas outras pessoas.
Outro dia assisti a uma reportagem com crianças portadoras de câncer e foi incrível ... pequenos seres q ainda não sabem nada da vida, dando um show e sabedoria, esperança e alegria em muitos de nós ...
Parabéns
bjux
;-)
muito válida a homenagem a essas mulheres que enfrentaram ou enfrentam uma doença tão grave e souberam ter forças para lutar.
É incrivel o numero de pessoas com cancer hj em dia. Pelo menos no meu contexto antigamente eu não ouvia falar tanto assim. Hoje em dia eu ja conheço amigos com cancer, perdi parentes com cancer, pais e mães de amigos com cancer... e a quimioterapia é mesmo um processo horrivel pra qualquer ser humano!
abraços!
Il semble que vous soyez un expert dans ce domaine, vos remarques sont tres interessantes, merci.
- Daniel
Você tocou num ponto importante, a vaidade feminina. Concordo que hoje em dia não tem-se mais diferenças da vaidade feminina para a dos homens e etc, já há uma certa igualdade nesse ponto, não são maioria, mas o número de homens "mais vaidosos" cresce cada vez mais. Mas, também acredito que as mulheres ainda sofram mais com isso, quando a vaidade é abalada. Independente da idade, da condição financeira, do anonimato ou não, a mulher sofre quando se olhar no espelho passa a não fazer parte do cotidiano como antes, simplesmente por não ter forças para visualizar as consequências do tratamento ou da doença. Acredito que essas mulheres famosas que você citou também sofreram com tudo isso, que apesar de transparecerem firmes, fortes, confiantes nas entrevistas por dentro poderiam estar se corroendo, tristes, mas precisavam passar essa imagem para as demais pessoas, para dar esperanças a quem fosse necessário e no fundo, para também se sentirem mais confiantes. Querendo ou não todos sofrem com isso. Não só elas, mas a família inteira. Também tenho casos de câncer e mortes na minha família e sei o quanto todos que estão próximos sofrem com a doença e os tratamentos. Sempre existirá o preconceito, seja a mulher famosa ou não, bem como também existirá quem apoie. Sempre terão os momentos de confiança, como também os momentos de muita dor, sofrimento e desilusão. Desse modo, os sofrimentos são para todas e todos. Não tem como ficar impune a isso.
Acho que todos que sofrem com o câncer merecem nosso aplauso, nosso apoio, nosso conforto.
Não canso de te parabenizar pelos seus posts, incrível! : )
Vai lá no meu blog e pega seus selos...é com grande carinho e admiração que te "entrego"...
http://apausadamente.blogspot.com/2010/12/selos-e-muito-mais.html#comments
Beijos, Letícia.
CLAP CLAP CLAP aplaudindo sua iniciativa de fazer um post homenageando mulheres tão fortes como estas. Ontem citamos no blog a cantora australiana Kylie Minogue que tb conseguiu superar um câncer de mama e nem assim perdeu a alegria de viver e a coragem de sorrir. Parabéns mesmo. Linda semana. Abraços.
Verdadeiros exemplos viu.
abraços
de luz e paz
fato!
adoro todas e me vi sofrendo junto com elas... e fico mais feliz ainda de ver q estao superando essa barreira!
bjs do voy
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