CHEGA !!!!!!

Crianças e adolescentes podem ser cruéis ao ponto de prejudicar a vida e provocar transtornos sérios em outras pessoas. Hoje nomeiam essa agressão como “Bullying”.

Não há uma palavra no nosso português que denomine isso , não há tradução, como “saudade”, que é um sentimento universal, mas uma expressão nossa.
O bullying não permite que pessoas sintam saudade da sua juventude. Muitos foram torturados nas escolas quando criança, adolescentes, ou mesmo adultos. Essa pratica está em todos os cantos, até mesmo no seu emprego. E não basta ser diferente para que aja tortura. Os escolhidos são sempre aqueles que se destacam, de alguma forma. Minar a concorrência é sempre um ato prazeroso para os fracos de caráter. Desde cedo, com pais omissos, que não repreendem seus filhos em casa e não lhes mostram a verdadeira educação civil a pratica se perpetua.

A mãe de um dos agressores do jovem em São Paulo (oque foi barbaramente espancado com uma lâmpada fluorescente na rua) disse que foi uma “briguinha” de saída de boate. Minha senhora, gostaria eu que seu belo filho fosse condenado pela justiça a pelo menos dois meses de detenção. Aí sim a educação dos presídios iria ensinar a ele o que os pais deixaram a desejar.


Eu dou graças por não ter sofrido bullying na escola, em nenhuma época, por amigos comuns. Sofri de uma professora, que me comparava com meu irmão, causando um desconforto terrível. Mas bullying mesmo sofri em casa, por esse irmão mais velho. A diferença de idade é muito cruel quando pais se omitem na educação. Ainda mais quando criam um filho se achando o melhor do mundo, inabalável, inatingível. Como caçula, foi difícil de me libertar dessa prisão psicológica. Era sempre esfregado na fuça que ele era o bom, o  melhor, o mais inteligente. O orgulho mor.
Não carreguei traumas pra vida adulta. Isso tudo foi muito bem resolvido com a atenção e horas de discussão com a irmã do meio, que isenta desse tipo de agressão, conversava, opinava e fez perceber que o que poderia ser um traço sofrido do meu crescimento, na verdade foi transformado em repudia, e mais tarde indiferença. Hoje não sinto nada em relação a isso tudo. Ficou no passado. Às vezes nos pegamos comentando a visível diferença que meu pai faz entre os filhos. A adoração e admiração continuam sendo do mais velho. Sorte que apesar dessa animosidade formada por nossos pais, ainda desejo sucesso, e preso às conquistas dele. Mas a amizade de irmãos, essa se relegou a um segundo plano. As afinidades entre os meninos da casa não foram cultivadas. Na verdade sem que tenhamos consciência quando combinamos algo em família, pensamos apenas no caçula e na irmã do meio, e isso causa grandes transtornos para os pais que ainda idolatram o mais velho.
Lembro-me de uma passagem da vida de minha mãe quando criança. Isso em 1945, com apenas 9 anos de idade. Era uma menina falante que incomodava um grupinho de dondoquinhas burras ao ponto de a agredirem fisicamente. Todos os dias na saida, empurravam minha mãe como um saco de batatas de um lado pro outro e sujavam sua roupa. O ápice se deu um dia quando defendendo meu tio ( alguns anos mais novo) uma dessas garotas atravessou o pátio da escola e agrediu minha mãe com um soco no nariz. Sangue para todos os lados.

Mais tarde ao chegar em casa toda suja, contou a uma tia paterna (chamada Zulmira) o que vinha acontecendo. Minha avó não era o tipo de mãe que se importava com a vida dos filhos, sendo obedientes em casa, já bastava. Essa tia, com minha mãe sendo arrastada pelo braço caminhou quadras até chegar à casa da menina agressora. Campinas nessa época era um ovo, todos se conheciam.

Tia Zulmira, entrou sem bater na casa e mostrou a mãe da garota o que tinha acontecido. Ao perceber o desdém da mulher e o ar de riso da garota tia Zulmira tirou do pé o sapato e lhe deu uma surra acertando o que conseguiu. Rosto, braços, pernas. A mãe da menina ficou imóvel, sem reação alguma enquanto minha tia batia na garota aos berros de que se ninguém lhe dava educação era hora disso. Hoje um caso desses seria o bastante para um processo de agressão, de invasão de domicilio e mais tantos outros crimes. Antes de sair da casa, a menina de joelhos pediu perdão a minha mãe com a jura de que nunca mais olharia para ela, muito menos lhe dirigiria uma palavra. Barraco geral!!!!
Não é a melhor forma de se combater bullying, mas garanto que sempre que ouvia essa história, um certo prazer sentia, pela vingança que minha mãe teve.


Todos nós temos uma história sobre esse crime terrível chamado Bullying. Peço que levem o selo, e coloquem em seus blogs, e aqueles que tiverem a vontade, coragem, ou seja, lá o que for de expor a sua história que o façam, porque sabemos que a internet é uma grande aliada no combate a crimes.
ESTE SELO TAMBÉM ESTÁ DISPONIVEL NO BLOG DA DAMA DE CINZA DE ONDE TIREI A IDÉIA DESSE POST


Abração a todos.

12 comentários:

Cris Medeiros disse...

Muito bom seu post! Às vezes te lendo ou conversando contigo no msn, tenho a impressão que nossas semelhanças são tantas, que ou a gente ia se estranhar por conta disso, se ficássemos mais perto, ou ia dar muito certo... eheheh

Lembro que tive essa identificação com um blogueiro uma vez, e nossa amizade foi legal, até ele sumir... rs

Bem, o assunto do meu comentário é o seguinte, e devo fazer um post em cima disso não sei bem como vou desenvolver. Muita gente comenta o meu post de bullyng e o post sobre o mesmo assunto em outros blogs e dizem que sofreram bullyng porque era apelidados e tal.

Gente! Bullyng é algo muito maior do que ser apelidado, do que as chacotas que todos sofrem com maior ou menos intensidade no colégio. Bullyng é uma tortura psicológico que um grupo impõe a uma pessoa. É algo muito mais traumatizante. Enfim... rs

Claro que não estou escrevendo isso para você, foi só um desabafo, seu post ficou na medida e a Tia Zulmira foi dez! Queria que minha mãe tivesse feito isso na época... rs

Beijocas

Karina disse...

Eu também sofri bullying na minha infância e adolescência, apesar de nada ser comparado à história da sua mãe ou da Dama de Cinzas. Já levei o selo para o meu blog e espero que ele realmente se espalhe disseminando a ideia. Um beijo, Karina.

Paulo Roberto Figueiredo Braccini - Bratz disse...

o grande problema amigo se reside no total despreparo do ser humano para o casamento e por consequência a educação de filhos ... todos um bando de neuróticos que não dão conta de seus próprios problemas, que dirá dos problemas dos outros ... além disto ainda perpetuam suas neuroses de geração em geração ...

nossa cultura social está falida e doente, há q se reconstruir tudo para superarmos esta Idade Média II e torcer para que a Idade das Luzes II não tarde ...

bjux

;-)

Klíssia disse...

Oi Rafael,
Adorei o post, falar sobre bullyng é muito importante...ainda mais nos dias de hoje onde as crianças, adolescentes estão totalmente soltos ao mundo, (sem educação nenhumaaaaaa!!). Selinho colocado no blog, com certeza!
Não sofri bullyng,mas me coloco no lugar do outro, e "acho" que consigo imaginar o que é ser tachado, vítima de risinhos e comentários maldosos, e muitas outras coisas que o bullying é capaz de fazer. Grande beijo!

Mylla Galvão disse...

Eu sofri Rafa e sei bem o que sua mãe sentiu!
Mas a Tia Zulmira foi 1000!!!
Se todos agissem (não da forma dela, claro) em vez de esconder, não haveria bullying nas escolas!

bjo

Sandra disse...

Palmas pra tia Zulmira, exemplo de como toda mãe deveria ser. Se bem que eu não tenho do que reclamar da minha... rs.
Eu também nunca sofri essas coisas na escola. Procurava me dar bem com todo mundo. Houve desafetos, claro, mas aí era cada um na sua e pronto.
Dias felizes e de paz foram os nossos, não, Rafael?

Já levei o selo.
Um beijo carinhoso no coração.

Atitude: substantivo feminino. disse...

Graças a Deus nunca sofri...mas Caco tem péssimas recordações da escola, do basquete...ele era aquele CDF que nêgo arriava as calças sabe? Aquele que tomava cascudo na cabeça dos mais velhos..
Nossa ele tem trauma dessa porra.

Cris disse...

Vamos nos mostrando aqui e ali durante a nossa vida. Contando nossas histórias, dores, perdas, conquistas e... parece que este mundo virtual está "colado" em nossas vidas deste outro lado. E está. Afinal, quem escreve nos blogs, somos nós!
Você neste post mostrou muito de você mesmo. Tirou a roupa, lavou o rosto, desembaçou o espelho e ... acho que vi uma face que não conhecia. Uma história que é tão sua e que mostrou-me um Rafael que nem imagino, mas o vi criança, batalhando pelo lugar ao sol !
Modo estranho de batalhar o sol dentro de nossa própria casa; quando nossa família deveria ser todo o sinônimo de portosseguro. Quando irmãos deveriam ser "um por todos e todos por um ".
Não é assim que funciona. Todas as famílias tem lá suas histórias e deixam suas marcas.

Rafael, Querido, fiquei mais perto de você ou você mais perto de mim....rs
De repente, virei carne e osso nesta janelinha de comentários!

Agressão é tudo aquilo que nos diz: vc não pode, vc não vai conseguir, repare em tal pessoa, faça como ele... Agressão é não deixar SER, como disse Clarice Lispector !

Um beijo com muito carinho!

Unknown disse...

Falou bonito! Tirando a parte de você sentir certo "prazer" pela vingança obtida, mas esse não é caminho pra solução. Porque, a menina, não fez nada mais por MEDO, não por ter aprendido que seres humanos são seres vivos, diferentes, que merecem respeito. Eu sofri durante tooooooda a minha infância por ser o melhor da classe e o mais arrumadinho. Eram coisas horrorosas, que diziam pra mim. Tentei ser como eles, mas aprendi que se tornar um ignorante (porque quem não respeita ou entende as diferenças são ignorantes) não era o caminho. E eu não conseguiria. Então teria de admitir quem era e ajudá-los a fugir daquilo. Hoje, muitos do que me zoavam de veadinho ou ET me encontram nas baladas da vida (porque eu SÓ vou pra baladas gay, porque TODOS meus amigos são gays e eu não tenho problema algum com sexualidade. Nem acredito nela, se bobear) e pedem pra ficar comigo. Sabe, irônico. Acho digno o que você faz aqui e SIM, em 2011 eu mudarei o layout do IS&T e vou começar a trabalhar com campanhas MASSIVAS pra respeito à vida e meio ambiente. Porque é essencial, Rafa! É essencial!
E, cara, MUITO OBRIGADO por ter aparecido e comentado sobre Lado B. De verdade. E o Éron é meio imaturo sim, faz parte da personagem. Tanto que, no futuro, ele começa a perceber as coisas de maneira diferente. Foi assim com a "popularidade", foi assim com Hugo e vai ser assim com MAIS UMA COISA, MUITO REVELADORA. É sim.

Lobo disse...

Nunca deixei o Bullying me afetar, embora tentativas nunca tenham faltado. Mas vejo muita gente dentro das escolas sofrerem com isso, e muitas vezes nós nem conseguimos ajudar porque a própria criança não consegue se deixar ajudar, pelo medo. É tenso, é triste, e precisa ser mudado.

As crianças não recebem educação em casa, e esperam que a escola dê conta disso. Mas como a escola vai dar conta de ensinar conteúdos E valores morais? Não dá tempo de dar conta de tudo! E nessas brechas é que as coisas acontecem.

Abração Rafa!

disse...

Olá =)

Gostei do seu post... Eu sofri bullying na escola de forma bem pesada... Quantas vezes passei o recreio trancada no banheiro... Prefiro nem lembrar, aff!

Vou fazer um post sobre bullying em meu blog tb!

Bjos

s a u l o t a v e i r a disse...

Ótimo post!!!Lutemos contra esse mal.

Abraços.